As respostas para as dúvidas mais comuns sobre o herpes zoster
Para alguns, o herpes zoster começa como uma ardência ou coceira. Para outros, já tem início com uma dor repentina, às vezes tão forte que alguns pacientes chegam a compará-la à dor do parto. Os sintomas podem variar, assim como a gravidade do quadro. Mas uma coisa é fato: quem tem a infecção sente um grande impacto na qualidade de vida.
Conhecer suas causas e sintomas é o caminho para enfrentar e se proteger do herpes zoster. Por isso, preparamos para você um manual com as respostas para as principais dúvidas sobre o assunto.
O que é o herpes zoster?
“O herpes zoster, também conhecido como “cobreiro”, é uma doença infecciosa, causada pelo vírus varicela zoster. Cerca de 94% dos brasileiros adultos podem estar infectados com esse vírus, que é o mesmo que causa a catapora, tão comum na infância. Após esse primeiro contato com o vírus, adquirido através da infecção em algum momento da vida, ele permanece adormecido no nosso corpo e pode vir a ser reativado mesmo depois de décadas, diante de uma redução da imunidade, decorrente do envelhecimento natural ou de situações de estresse, por exemplo”, responde Jessé Reis Alves, infectologista e gerente médico da GSK.
Quem faz parte do grupo de risco?
Segundo o médico, as pessoas acima de 50 anos de uma forma geral, e pessoas mais jovens imunocomprometidas têm maior chance de desenvolver o herpes zoster. Conforme envelhecemos, nosso sistema imune naturalmente enfraquece, o que pode permitir a reativação do vírus, por isso, a doença é mais comum entre pessoas com mais de 50 anos. Além deles, a incidência de herpes zoster em pacientes imunossuprimidos é maior do que na população geral. Pacientes transplantados, com doenças reumatológicas, que usam medicamentos imunossupressores, pessoas com diagnóstico de câncer e que convivem com HIV, entre outros, têm o risco aumentado de apresentar a doença e também de desenvolver um caso mais grave, pois apresentam um sistema imunológico enfraquecido.
Quais os principais sintomas?
“O herpes zoster é uma doença reconhecida pela dor. Os sintomas mais comuns são dores intensas, que costumam ser descritas pelos pacientes como sensações de queimadura, dor latejante, cortante ou penetrante, formigamento e agulhadas, ardor e coceira, além da erupção com pequenas bolhas agrupadas sobre a pele, que podem surgir em qualquer lugar do corpo, mas costumam ser mais frequentes no tórax, na barriga e na face. Podem haver também sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar”, conta o infectologista.
Quanto tempo dura a doença?
A doença surge de modo gradual e leva de 2 a 4 dias para se estabelecer. As pequenas bolhas secam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em até 4 semanas. Porém, alguns pacientes sofrem de dor prolongada e outras complicações.
Quais as possíveis complicações?
Jessé Alves explica que a neuralgia pós-herpética é a sequela mais frequente do herpes zoster e pode acometer até 30% dos pacientes. Trata-se de uma condição crônica e debilitante, definida como dor em queimação, ardência, agulhada ou choque, que persiste por mais de três meses após o início da erupção cutânea do herpes zoster e é capaz de causar dor por tempo prolongado, eventualmente, anos.
A manifestação oftálmica do herpes zoster pode afetar até 25% dos pacientes que sofreram um quadro do herpes zoster, podendo levar, em casos raros, à perda da visão.
Além disso, podem ocorrer outras complicações, como infecção secundária das erupções do herpes zoster, herpes zoster ótico (quando o vírus infecta o nervo facial), complicações no sistema nervoso central e periférico e complicações cardiovasculares.
Como é feito o diagnóstico?
“O diagnóstico do herpes zoster é predominantemente clínico. Como a doença tem características bem definidas, o profissional de saúde é capaz de identificá-la através da avaliação das erupções cutâneas e queixas dos sintomas. Mas em casos de dúvidas, há exames específicos que ajudam a confirmar o diagnóstico, como, por exemplo, o exame de PCR coletado a partir das lesões”, responde Jessé Alves.
Por que é importante que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível?
De acordo com o infectologista, o tratamento precoce, em até 48 horas após o início dos sintomas, é importante para garantir o melhor resultado terapêutico e reduzir as chances de complicações, como a neuralgia pós-herpética.
O que devo fazer ao suspeitar que tenho herpes zoster?
“Procure o seu profissional de saúde o quanto antes. Ele poderá ajudá-lo com diagnóstico e tratamento”, afirma o médico.
Existe prevenção e tratamento contra o herpes zoster. Converse com seu médico.