Paciente que realizou transplante de fígado em Alagoas recebe alta hospitalar
A Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) realizou mais um transplante de fígado bem sucedido. A cirurgia foi realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Santa Casa de Maceió, unidade credenciada para realizar este tipo de transplante no Estado desde maio 2021. Desta vez, a beneficiada foi dona Maria Lúcia da Silva Alves, de 72 anos, a paciente mais idosa a receber um fígado em Alagoas.
O fígado foi captado em Sergipe. A cirurgia foi realizada há um mês, e a alta hospitalar ocorreu no final de outubro, sem intercorrências. A maceioense Maria Lúcia sofria de cirrose hepática, patologia mais incidente em mulheres. A causa ainda não foi completamente determinada pela ciência.
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, explica que a captação foi realizada em outro estado porque existe essa possibilidade no processo de transplantes. “Quando não há receptor compatível no estado onde o órgão foi doado, então ele é ofertado para a Central Nacional de Transplantes, que, por sua vez, faz a distribuição nacional”, esclareceu a coordenadora. Maria Lúcia comemorou um mês com o fígado novo. “Eu estou muito feliz por ter conseguido fazer esse transplante de fígado. Agora eu estou sarada em nome de Jesus. E quero pedir para que as pessoas se declarem doadoras de órgãos, porque isso salva muitas vidas”, disse, com o semblante de gratidão.
Alta Complexidade
O coordenador do Serviço de Transplantes de Fígado de Alagoas, médico cirurgião Oscar Ferro, comemora o décimo sexto transplante de fígado realizado no Estado. Ele afirmou que a cirurgia e o pós-operatório da paciente ocorreram bem, e a recuperação inicial da paciente está ótima, mesmo com a idade já avançada. “É sempre um desafio realizar uma cirurgia tão complexa como essa, onde um fígado doente é substituído por um fígado saudável, revertendo, assim, uma doença hepática grave”, disse.
O médico fez ainda um apelo para que as pessoas se sensibilizem sobre a importância da doação de órgãos. “Basta comunicar à família sobre o seu desejo de ser doador para que ela autorize a doação, no hospital, depois de comprovada a morte encefálica”, ressaltou. Ele enfatizou que, de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a fase pós-operatória de um transplante de fígado é importante para o sucesso e a recuperação do paciente, e envolve medicação imunossupressora, monitoramento constante, reabilitação física e orientação nutricional.
O secretário de Estado de Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, lembra a importância do SUS com relação aos transplantes de órgãos. “O Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo e cerca de 96% dos transplantes realizados no país são feitos pelo SUS. Mas temos um potencial ainda maior, por conta da taxa de recusa familiar. Então, se as famílias dos potenciais doadores não se recusassem a doar os órgãos, o número de transplantes seria ainda maior, por isso é tão importante a conscientização sobre o transplante”, disse o gestor.
Balanço
Conforme dados da Central de Transplantes de Alagoas, o estado realizou 86 transplantes este ano, sendo 76 de córnea, sete de fígado e três de rim. Com relação à fila de espera, atualmente há 441 alagoanos aguardando por um transplante de córnea, 36 por um de rim e seis por um novo fígado. Não há fila de espera para coração.