Daniel Alves responde críticas por convocação: "Se tiver que tocar pandeiro, vou ser o melhor pandeirista"

Por Globo Esporte 01/12/2022 11h11
Por Globo Esporte 01/12/2022 11h11
Daniel Alves responde críticas por convocação: 'Se tiver que tocar pandeiro, vou ser o melhor pandeirista'
Tite e Daniel Alves em coletiva na Seleção - Foto: Bruno Cassucci

Daniel Alves falou nesta quinta-feira, véspera do confronto entre a seleção brasileira e Camarões, pela última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo, sobre as críticas geradas por sua convocação para o torneio no Catar. O jogo será às 16h desta sexta-feira, no estádio Lusail.

Alguns chegaram a ironizar que o lateral-direito de 39 anos de idade só foi chamado para tocar pandeiro nas resenhas do elenco, e o camisa 13 respondeu:

– Se for para tocar pandeiro, vou ser o melhor pandeirista que existe.

Nas vitórias contra Sérvia e Suíça, nas duas primeiras rodadas, Tite escalou Danilo e Militão como titulares, laterais com maior vocação defensiva. Dani foi reserva e entendeu que não jogou nessas partidas por suas características. Agora, deve ser titular contra Camarões.

– Minha missão na Seleção é entregar o meu melhor em prol da Seleção. Temos 26 jogadores com a mesma capacidade de executar, mas cada momento temos um plano, e a cada momento tenho que seguir o plano. Acho que nos dois jogos que não estive o time necessitava, na minha posição, de melhor defesa. Eu sou um bom ataque (risos). Esse é o plano. Saber como joga o time e o que vai demandar do seu serviço. Estou à serviço da Seleção. Se for para tocar pandeiro, vou ser o melhor pandeirista que existe – respondeu.

– A vida me ensinou que quando você coloca sua mente naquilo que você quer, quando você colocar trabalho, dedicação, proceder, ela te leva a lugares inimagináveis. É o que está acontecendo agora. Essa viagem é única e isso que fiz em todo esses tempo de 16 anos em prol da seleção brasileira. A vida sempre premia aqueles que amam o que fazem e se entregam de corpo e alma na sua missão. Estou colhendo o que plantei nesses 16 anos – avaliou.

– É normal que as pessoas contestem pela idade, por não estar no melhor momento, mas a Seleção e a Copa não é somente estar no melhor momento no clube. É estar no melhor momento dentro da Seleção. E isso que procurei fazer desde 2003, quando cheguei à Seleção pela primeira vez – completou.

Daniel vai se tornar o jogador mais velho a disputar uma partida pela Seleção em Copas do Mundo. Thiago Silva, de 38 anos, assumiu o posto na estreia, contra a Sérvia, mas agora será batido pelo lateral-direito de 39 anos de idade. Ele valorizou a longa trajetória pela equipe nacional.

– Representa o fato de vestir a camisa da seleção brasileira. Não importa a competição, se é amistoso, o que importa é representar o país em uma competição tão grandiosa como a Copa do Mundo. Para mim é motivo de orgulho. São muitos anos de história e poder encerrar esse ciclo jogando uma Copa do Mundo é uma satisfação muito grande.

Com 125 jogos pelo Brasil, Dani disputa sua terceira Copa do Mundo e vem de uma temporada com desempenho abaixo do esperado pelo Pumas, do México. Com o fim do calendário pelo clube, o jogador terminou sua preparação para a Copa do Mundo no Barcelona B.

Ele entrou em campo pela última vez com a Seleção em junho, contra o Japão – vitória por 1 a 0, na qual ele foi capitão. Levando conta clubes, Daniel não joga desde 24 de setembro, pela liga mexicana.

O jogador lembrou a conversa que teve com a comissão técnica da Seleção quando estava no México, em que foi explicado que ele precisava evoluir fisicamente para voltar a ser convocado.

– Quando eles (comissão técnica) estiveram no México eu não estava nas minhas melhores condições e criamos uma confiança para falar a verdade. Eles viram isso e decidiram não me chamar por isso. Eu preciso estar no meu melhor momento para estar na Seleção. Eu falei o seguinte: "Dá a missão e eu executo". Se tem uma coisa que eu faço bem na vida é executar bem uma missão. Quando eles voltaram eu estava preparado. Não consigo falhar depois de tanta história juntos, e a minha eu conquistei.

A comitiva da Seleção que foi ao México teve: o auxiliar César Sampaio e o fisiologista Guilherme Passos. Depois, o também auxiliar Cléber Xavier, o analista de desempenho Bruno Baquete e o preparador físico Fábio Mahseredjian foram a Barcelona observar os treinos, e os números atingidos na parte física deram tranquilidade, pois foram do nível dos jogos contra Coreia, Japão e Bolívia.

Embora sua convocação tenha sido contestada pela opinião pública, Daniel Alves ainda tem muito prestígio com a comissão técnica e jogadores da seleção brasileira. Tite, inclusive, voltou a elogiá-lo na entrevista coletiva desta quinta.

– Dar entrevista não é difícil, porque tenho as respostas das possíveis perguntas muito bem definidas. Sempre me preparo para aquelas que não estou preparado no momento, estudo muito para dar respostas objetivas, sem me esquivar. O mais difícil nesse processo foram os últimos quatro meses, uma luta árdua para estar aqui, entrevista é fácil – respondeu o lateral.

– Historicamente na Seleção alguém teve que pagar a conta. Se eu estivesse no Barcelona dificilmente esse debate aconteceria. Eles erraram, porque foram colocar na conta de quem mais tem argumentos para pagar. Me incomoda, mas não me afeta. Não sou masoquista, não quero que as pessoas falem de mim sem ao menos saber da minha dedicação. É fácil para elas fazerem isso, por isso é fácil pra mim aceitar ou não... Prefiro ir por outro caminho, que é entregar meu melhor – completou.

Com o lateral, o Brasil enfrentará Camarões com a provável escalação: Ederson, Dani Alves, Militão, Bremer, Alex Telles; Fabinho, Fred (Bruno Guimarães) e Rodrygo; Antony, Gabriel Jesus (Pedro) e Martinelli.