Menina de 8 anos é esmagada por placa de concreto de muro do metrô do Recife

Por redação com G1 17/10/2021 17h05
Por redação com G1 17/10/2021 17h05
Menina de 8 anos é esmagada por placa de concreto de muro do metrô do Recife
Kemilly Kethelyn foi esmagada por uma placa de concreto do muro do metrô, no Recife - Foto: Reprodução/WhatsApp

Uma placa de concreto que compõe o muro do metrô caiu e esmagou uma criança de 8 anos na comunidade do Papelão, no bairro do Coque, na região central do Recife. O acidente ocorreu quando a menina participava de uma festa promovida por uma ONG, em comemoração ao Dia das Crianças.


A garota, que está intubada, foi internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital da Restauração, no bairro do Derby. De acordo com testemunhas, Kemilly Kethelyn Lino da Silva foi atingida pelo muro por volta das 13h do sábado (16).


A festa foi realizada na Avenida Central. A menina estava em pé, na calçada, quando a estrutura desabou. Por pouco, outras crianças, que estavam almoçando junto com Kemilly, também não foram atingidas.


De acordo com a mãe de Kemilly, a dona de casa Caroline Pereira da Silva, a garota passou por uma cirurgia na madrugada deste domingo (17).


"Ela saiu da cirurgia e está na sala de recuperação. A operação foi na bacia dela, que teve uma fratura. Ela estava tão feliz. Eu não fui, porque estava ajeitando as coisas em casa. Ela tomou banho, se arrumou toda e eu amarrei o cabelo dela. Estavam tias, pessoas da família. A festa foi bem perto de casa. Eu quero minha filha de volta", disse a mãe de Kemilly.


O enfermeiro Jonata Bruno, que faz parte da ONG Mão Amiga, que atende 120 famílias em situação de vulnerabilidade social e que promoveu a festa. O profissional de saúde estava no local e ajudou no socorro de Kemilly. Segundo ele, o muro estava bastante danificado e, em alguns trechos, já tinha desabado.


Ele disse, também, que na região não há espaço de lazer para as crianças, e que, por isso, a extensão do muro do metrô é o único lugar em que os pequenos podem brincar. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é a responsável pela estrutura.


"A barra de concreto ficou totalmente por cima dela. Ela teve múltiplas fraturas, no crânio, na coluna, nos pés e na bacia, onde fizeram uma cirurgia para colocar um fixador. A gente tirou a placa de cima dela e eu vi que ela estava sangrando muito. Decidimos nós mesmos levar para o hospital, porque o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] iria demorar muito", declarou Jonata.


Kemilly foi levada para o Instituto de Medicina Integral Fernando Figueira (Imip), no bairro dos Coelhos, unidade de saúde mais próxima do bairro do Coque. Lá, foram feitos os primeiros socorros e a menina foi transferida para o Hospital da Restauração. De acordo com a unidade, ela sofreu politraumatismo.


"Ela ainda está na UTI, mas responde quando falam com ela. Não consegue abrir os olhos e vai precisar fazer uma cirurgia no maxilar. Essa foi a atualização médica", disse Jonata Bruno, que está auxiliando a família de Kemilly.


O g1 entrou em contato com a CBTU para saber como é feita a manutenção do muro que acompanha toda a extensão dos trilhos do metrô, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.


Na manhã deste domingo, a Globo foi até o local e presenciou uma vistoria feita por funcionários da CBTU e de uma empresa terceirizada. Uma placa de madeira foi colocada no lugar onde estava a estrutura que esmagou a garota.


Os parentes de Kemilly disseram que a empresa ainda não ofereceu nenhuma assistência, mas se propôs a conversar com algum representante na segunda-feira (18).