Através de projeto, perícia de Alagoas identifica corpo encontrado na zona rural de Arapiraca, em 2017

Por redação com assessoria 06/10/2021 18h06 - Atualizado em 06/10/2021 18h06
Por redação com assessoria 06/10/2021 18h06 Atualizado em 06/10/2021 18h06
Através de projeto, perícia de Alagoas identifica corpo encontrado na zona rural de Arapiraca, em 2017
Corpo encontrado em 2017 foi identificado - Foto: Assessoria

Foram mais de 4 anos de muita angústia e sofrimento, sem notícias ou respostas sobre o desaparecimento de Erivaldo Leite da Silva, ocorrido em 15 de fevereiro de 2017 em Arapiraca. A procura pelo aposentado de 44 anos acabou quando a família dele procurou em maio deste ano, o Instituto de Medicina Legal de Arapiraca para participar do projeto Desaparecidos.

O caso de Erivaldo Leite foi o primeiro a ser solucionado no estado, após a implantação da política nacional de buscas de desaparecidos pela Perícia Oficial de Alagoas. Um exame de DNA confirmou que um corpo encontrado do Sitio Tiguí, na Lagoa do Rancho, que fica zona rural de Arapiraca é do aposentado desaparecido.

De acordo com a técnica forense Lourdes Ramires, chefe do setor de DNA do IML de Arapiraca, durante a entrevista que antecede a coleta do material genético, o irmão do desaparecido contou detalhes do desaparecimento. Na época, a família registrou o boletim de ocorrência, fez buscas em hospitais, no próprio IML, em casas de conhecidos, e até apelos na imprensa, mas não obtiveram sucesso.

Segundo seu Genival Leite, o irmão era paciente psiquiátrico do Centro de Referência Integrado de Arapiraca (Cria) e tomava remédios controlados, após entrar num quadro depressivo devido ao falecimento da mãe no ano de 2003. No dia do desaparecimento, Bal como era conhecido, saiu da casa dele, na Rua Cícero Torres, bairro Brasília e depois foi visto pela última vez na Feira da Fumageira, em Arapiraca.

“Essas informações foram de extrema importância, porque através delas, fizemos uma triagem e encontramos um cadáver com características semelhantes do desaparecido que deu entrada no IML no dia 01 de março de 2017, em avançado estado de decomposição. Então separamos o material genético desse corpo e encaminhamos junto com amostra coletada do irmão para o exame de DNA”, explicou Ramires.

O exame foi realizado pelo Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Alagoas que integra a Rede de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). A chefe do laboratório, perita criminal Rosana Coutinho, após análise dos cromossomos autossômicos e de 25 regiões do cromossomo Y, somente existente em amostras masculinas concluiu que as amostras de Genival Leite e do cadáver apresentaram perfil idêntico de linhagem patrilínea, o que indica que os dois são filhos do mesmo pai, ou seja, irmãos.

O laudo com o resultado positivo, confirmando que o cadáver é do desaparecido Erivaldo Leite já foi encaminhado para o IML de Arapiraca. A família dele foi comunicada e está providenciando a documentação para exumar os restos mortais e fazer o velório e um sepultamento digno para o aposentado que foi sepultado como indigente.

“Essa primeira identificação de uma pessoa desaparecida no estado de Alagoas é de suma importância para o Projeto Desaparecidos, que visa, minimizar o sofrimento dessas famílias, por meio dessa ferramenta tecnológica maravilhosa, que é o Banco de Perfis Genéticos”. Destacou Rosana Coutinho.

Projeto Desaparecidos


Lançado em junho deste ano, o Projeto Desaparecidos coleta DNA de familiares de pessoas desaparecidas e confronta o material com amostras de pessoas não identificadas inseridas na rede integrada de bancos de perfis genéticos (RIBPG). Em Alagoas, a coleta é realizada nos IMLs de Maceió e Arapiraca, bastando apresentar o boletim de ocorrência. Em seguida esse material é enviado para o Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Alagoas que é responsável pelos exames de DNA.