Após perder voo, servidor pisa em funcionária da Gol e a chama de “vagabunda”
Uma funcionária da Gol foi jogada no chão, pisada e xingada por um cliente no Distrito Federal. A vítima é a coordenadora de voo da companhia no Aeroporto Internacional de Brasília. Ela sofreu as agressões depois de informar ao passageiro Fábio de Oliveira, servidor da Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro, que não poderia embarcar em um avião que partia para o estado. O caso ocorreu nessa quarta-feira (15/9).
De acordo com o boletim aberto na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Fábio estava em um voo G3 1892, vindo de Belém, mas a aeronave atrasou e ele perdeu a conexão, prevista para 20h40. A companhia aérea se ofereceu para pagar a estadia e alimentação dele e de todos os outros passageiros do voo vindo de Belém. Mesmo assim, Fábio se exaltou com a funcionária do portão de embarque, que chamou a coordenadora.
Ao ser informado de que não conseguiria embarcar, Fábio começou a chamar a mulher de “filha da puta”, “piranha” e “vagabunda”. Depois que as ofensas não surtiram efeito, ele a empurrou. A mulher caiu e, na sequência, o agressor pisou em cima dela a fim de de forçar a entrada. Segundo uma outra funcionária que prestou depoimento aos policiais, havia a possibilidade dele passar sem pisar na coordenadora, mas ele preferiu agredi-la.
O homem invadiu a área restrita aos funcionários e chegou ao ônibus que levaria ao avião, mas foi seguido pela coordenadora, que tentava impedi-lo. Em seguida, a Polícia Federal chegou e o servidor não apresentou resistência: desceu do ônibus e foi levado à delegacia.
Moralmente rebaixada
A coordenadora afirmou que se sentiu moralmente rebaixada e ridicularizada com a atitude de Fábio e que ele não teria se comportado dessa forma se fosse um homem. A mulher apresentou como evidência o fato de o acusado ter obedecido os policiais. Após o episódio, a funcionária teve uma crise de choro no aeroporto.
Aos policiais, o servidor afirmou que na área de embarque apenas afirmou à coordenadora que entraria no avião e passou na frente dela. Ele disse que não sabia que a área era restrita e afirmou não lembrar de ter xingado a mulher. Fábio ainda negou ter empurrado e alegou que ela caiu “devido a um desnível”.
Em nota, a Gol confirmou que teve uma funcionária agredida por um cliente nessa quarta. O Metrópoles procurou a Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro, onde o homem afirmou trabalhar, mas até a última atualização desta reportagem a pasta não confirmou se, de fato, ele é funcionário.