MST doa 20 toneladas de alimentos para famílias atingidas pelo afundamento do solo em Maceió

Por Assessoria 14/08/2021 16h04
Por Assessoria 14/08/2021 16h04
MST doa 20 toneladas de alimentos para famílias atingidas pelo afundamento do solo em Maceió
MST doa alimentos para população atingida por afundamento do solo - Foto: Reprodução

Macaxeira, batata doce, abóbora, feijão, milho, laranja, banana... Uma série de alimentos vindos das áreas de acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de Alagoas são doados na tarde de hoje (13) para as famílias do bairro do Bom Parto, em Maceió, um dos bairros atingidos pelo crime ambiental resultado da mineração na capital alagoana. A doação é realizada pelos jovens do MST que realizam sua Jornada de Lutas em todo o país. Ao todo 20 toneladas de comida produzida no campo alagoano pelos camponeses e camponesas Sem Terra chegam para as famílias que sofrem com a remoção de suas casas devido ao agravamento do maior crime ambiental em área urbana do mundo, causado pela extração de sal-gema, substância utilizada para a fabricação de soda cáustica e PVC, pela empresa Braskem em Maceió.

De acordo com Lucas Nunes, do Coletivo de Juventude do MST, a ação integra uma série de iniciativas construídas pelo Movimento Sem Terra ao longo do período da pandemia que, somente em Alagoas, já doou mais de 250 toneladas de alimentos. “Dessa vez a solidariedade chega às famílias que vivem o verdadeiro terror de perder sua casa pelo crime da Braskem e sua ganância e impunidade em Maceió”, destacou Lucas. “A Juventude Sem Terra quer não somente levar comida saudável para essas famílias, mas estender também seu apoio e disposição na luta por justiça junto aqueles e aquelas que perderam quase tudo por conta da mineração”.

Ainda segundo Lucas, a doação de alimentos reforça o papel da Reforma Agrária para a vida do povo que vive na cidade. “Enquanto a Braskem segue lucrando diariamente às custas do sofrimento de bairros inteiros que foram destruídos, o MST chega mais uma vez em Maceió com mais uma demonstração da importância da Reforma Agrária para quem está na cidade: levando alimento saudável e combatendo concretamente a fome daqueles que mais precisam”, explicou. Já Jislaine Maciel, também do Coletivo de Juventude do MST, reforçou a relação direta da luta pela Reforma Agrária com a luta daqueles e daquelas que foram atingidos pela mineração em Maceió.

“Assim como no campo os agricultores e agricultoras combatem diariamente o avanço do agronegócio e sua utilização de veneno que destrói territórios completos, a mineração também segue causando destruição por onde passa”, disse. “Sabemos que nosso único caminho para transformar essa história é com luta, organização e resistência. E é por isso que estamos hoje em Maceió”.

Braskem - Em atividade com a exploração da sal-gema em Alagoas desde 1975, a mineradora que antes recebia o nome de Salgema, deu origem à Braskem no ano de 2002. Com o desgaste da exploração mineral em Maceió, o desastre geológico afundou partes do solo de cinco bairros na cidade, além de tremores de terra, ameaçando a vida de cerca de 40 mil pessoas na região.

Jornada da Juventude - Em sua 12ª edição, a Jornada Nacional da Juventude Sem Terra é realizada no mês de agosto em todo o país, com o lema “A Juventude quer viver, derrubar o presidente e ver o povo no poder!”, jovens do MST realizam uma série de atividades em todo o país pautando a defesa dos bens naturais, a luta pela Reforma Agrária, além das denúncias aos crimes ambientais e da política do governo de Jair Bolsonaro.