Conhecido internacionalmente, pescador de Penedo recebe Comenda Guardião das Águas do São Francisco

Por Redação com Assessoria 25/09/2020 14h02 - Atualizado em 25/09/2020 14h02
Por Redação com Assessoria 25/09/2020 14h02 Atualizado em 25/09/2020 14h02
Conhecido internacionalmente, pescador de Penedo recebe Comenda Guardião das Águas do São Francisco
Toinho Pescador - Foto: Assessoria Câmara de Penedo

O penedense Antônio Gomes dos Santos, conhecido como Toinho Pescador, foi agraciado ontem, quinta-feira, 24, com a Comenda Guardião das Águas do São Francisco.

A homenagem reconhece o trabalho do ‘poeta pescador’ em defesa do ‘Velho Chico'. O pescador é natural da comunidade Barro Vermelho, banhada pelo Rio São Francisco, que propiciou o surgimento da cidade que começou ali, no porto natural do Santo Antônio, o primeiro bairro de Penedo.

Toinho Pescador é filho de família sustentada com base na pesca artesanal, labuta diária de seu pai, com quem aprendeu o ofício e passou a exercer ainda adolescente, após o falecimento de Manuel Gomes dos Santos, motivo que o levou a abandonar os estudos, quando era aluno de destaque, selecionado para declamar as poesias.

Da relação diária com o rio nasceu uma voz potente, em defesa do São Francisco e também das classes menos favorecidas. Católico praticante, atuou nas Comunidades Eclesiais de Base e também na Pastoral dos Pescadores, sempre orientado por princípios cristãos.

Seu Toinho foi presidente da Colônia de Pescadores de Penedo e da Federação Alagoana de Pescadores Artesanais, membro da primeira composição do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos, do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco e do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

As reivindicações em favor do rio e da vida, especialmente de todos que dependem direta ou indiretamente da bacia hidrográfica do ‘Nilo Brasileiro’, o tornaram conhecido internacionalmente.

Condecorado com a comenda Barão de Penedo pelo governo municipal, Toinho Pescador tem diversas homenagens em seu currículo, é autor do livro Pescando Cidadania e tem sua biografia registrada em livro e vídeo.

Aos 89 anos, ele agradeceu a homenagem que estendeu a todos os ribeirinhos, especialmente às lideranças que atuam na defesa do Velho Chico, e falou de sua luta. “Quando meu pai morreu, a minha família não recebeu salário do INPS porque o Rio São Francisco não deixou a gente morrer de fome”, disse sobre o sustento para os doze membros de sua casa.