Situação da economia piorou no 2º trimestre, diz presidente de banco

Por Exame 23/05/2019 18h06 - Atualizado em 23/05/2019 21h09
Por Exame 23/05/2019 18h06 Atualizado em 23/05/2019 21h09
Situação da economia piorou no 2º trimestre, diz presidente de banco
Foto: Edilson Dantas
A situação da economia brasileira piorou no segundo trimestre, refletindo os resultados negativos dos primeiros três meses do ano e a incerteza em relação ao prazo em que serão efetivadas reformas importantes para o país, em especial, a reforma da Previdência, afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari.

“O segundo trimestre está pior. A gente espera, tendo a aprovação da reforma da Previdência, recuperar esse tempo perdido no segundo semestre. Mas o PIB deste ano deve ficar em torno de uma alta 1,1% a 1,2%, não passa disso”, comentou nesta quarta-feira, 22, durante entrevista à imprensa após palestra a empresários do mercado imobiliário no Sindicato da Habitação (Secovi-SP).

No começo do ano, as projeções das instituições financeiras para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 apontavam para um crescimento na ordem de 2,5%.

Na avaliação de Lazari, há incertezas em relação ao momento em que a reforma da Previdência será aprovada. “Isso trouxe desconforto para o mercado e está se refletindo no PIB”, apontou.

A sua estimativa é de que a aprovação da reforma da Previdência no Congresso deva ocorrer entre o fim de agosto ou início de setembro. “É uma estimativa pé no chão, realista. Mas há possibilidade de ser acelerada. Pela dedicação do próprio (Rodrigo) Maia e do (David) Alcolumbre pode sair antes”, comentou.

O executivo previu que, se a reforma for aprovada no terceiro trimestre de 2019, os efeitos sobre a economia brasileira serão sentidos a partir de 2020. “A reforma será uma propaganda favorável do que o País é capaz de fazer. Isso dará ânimo para os agentes econômicas. As empresas voltarão a investir novamente e cairá o nível de desemprego”, projetou.

O presidente do Bradesco enfatizou ainda que esse processo deve garantir pelo menos R$ 1 trilhão de economia para as contas públicas em dez anos, caso contrário será necessário discutir uma nova reforma daqui pouco tempo. “Não adianta fazer reforma de R$ 500 bilhões ou R$ 600 bilhões. Se não, teremos que voltar para a mesa de negociação daqui poucos anos e vamos sofrer de novo”, salientou.

Crédito

Lazari afirmou ainda que o desempenho fraco da economia brasileira neste trimestre já impactou as linhas de crédito do banco. O principal impacto foi sobre os financiamentos concedidos para empresas, que estão menores do que no primeiro trimestre. Já no caso de empréstimos para pessoas físicas, as concessões estão estáveis em relação ao começo do ano, explicou Lazari, citando dados consolidados até abril. O executivo negou, entretanto, que o banco tenha sentido efeito negativo sobre o nível de inadimplência, que permanece estável.