Ausência de saneamento básico deixa aquíferos de Alagoas em risco, diz estudo
Estudo divulgado na quinta-feira (14), pelo instituto Trata Brasil, revela que a falta de saneamento básico na maioria dos municípios alagoanos pode comprometer os aquíferos no estado.
Feito por especialistas do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da Universidade de São Paulo, o estudo "A revolução silenciosa das águas subterrâneas no Brasil: uma análise da importância do recurso e os riscos pela falta de saneamento" revela que a falta de saneamento em cidades é uma das principais causas de contaminação de aquíferos, como atestam as extensas plumas de nitrato sob as áreas urbanas.
Em Alagoas, apenas 26% das 2,42 milhões de pessoas que vivem em área urbana contam com cobertura de esgoto, segundo o Atlas Esgoto - Despoluição de Bacias Hidrográficas, publicado pela Agência Nacional das Águas (ANA), em 2017.
"Há relatos bem documentados que mostram a contaminação de aquíferos sob cidades, mas talvez uma das mais emblemáticas seja a Região Metropolitana de Natal", ressalta o estudo. "Nessa região, a degradação pela falta de esgoto tem limitado o uso das águas subterrâneas para o abastecimento público", completa.
Para se ter uma ideia do que a contaminação do aquífero provocaria em Alagoas, basta dizer que cerca de 40% do consumo de água no estado é feito por água subterrâneas - incluindo o consumo vindo de poços artesianos, cavados e de fontes de água mineral, que também podem ser afetadas.
O instituto revela que os problemas de qualidade natural das águas subterrâneas relacionam-se aos elementos químicos que são incorporados à água vindos do intemperismo e dissolução de minerais nas rochas. Geralmente os mais comuns estão relacionados ao ferro, manganês e dureza e mais raramente ao flúor, cromo, bário e arsênio.
"Diversos usuários, residenciais, de serviços ou industriais preferem utilizar as águas subterrâneas mesmo tendo disponibilidade de rede de água potável. Isso se justifica em vista da boa qualidade das águas subterrâneas, dos baixos custos de extração e da autonomia de se possuir uma fonte hídrica exclusiva", justifica o documento.
O instituto também alerta que embora a instalação de redes de esgoto seja a maneira mais eficiente e comum para se evitar a contaminação de aquíferos urbanos, sua simples presença não é suficiente para assegurar a proteção.
desses reservatórios. "Os materiais empregados na construção dessas redes antes da década de 1990, compostos predominantemente por cerâmica, concreto ou ferro, encontram-se em franca deterioração e volumes expressivos de esgoto acabam vazando, causando a contaminação dos aquíferos", alerta o estudo. O instituto estima que o vazamento deva ser superior a 10% do total de esgoto coletado.
O estudo também aponta uma série de soluções para evitar a contaminação, entre elas o fortalecimento dos órgãos de controle e gestão dos recursos hídricos, sobretudo aqueles associados à fiscalização e disciplinamento do uso das águas, a ampliação da cobertura de coleta e tratamento de esgotos, e a criação de programas permanentes de proteção das águas subterrâneas, baseados em pesquisa e estudos técnicos.
"É preciso promover mudanças nas políticas públicas que culminem na evolução de práticas de gestão integrada de recursos hídricos, como preconizada pela Política Nacional de Recursos Hídricos [Lei nº 9.433/1997], abrangendo as áreas de saneamento e águas subterrâneas e o planejamento territorial e das atividades econômicas e o meio ambiente", conclui o estudo.
Feito por especialistas do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da Universidade de São Paulo, o estudo "A revolução silenciosa das águas subterrâneas no Brasil: uma análise da importância do recurso e os riscos pela falta de saneamento" revela que a falta de saneamento em cidades é uma das principais causas de contaminação de aquíferos, como atestam as extensas plumas de nitrato sob as áreas urbanas.
Em Alagoas, apenas 26% das 2,42 milhões de pessoas que vivem em área urbana contam com cobertura de esgoto, segundo o Atlas Esgoto - Despoluição de Bacias Hidrográficas, publicado pela Agência Nacional das Águas (ANA), em 2017.
"Há relatos bem documentados que mostram a contaminação de aquíferos sob cidades, mas talvez uma das mais emblemáticas seja a Região Metropolitana de Natal", ressalta o estudo. "Nessa região, a degradação pela falta de esgoto tem limitado o uso das águas subterrâneas para o abastecimento público", completa.
Para se ter uma ideia do que a contaminação do aquífero provocaria em Alagoas, basta dizer que cerca de 40% do consumo de água no estado é feito por água subterrâneas - incluindo o consumo vindo de poços artesianos, cavados e de fontes de água mineral, que também podem ser afetadas.
O instituto revela que os problemas de qualidade natural das águas subterrâneas relacionam-se aos elementos químicos que são incorporados à água vindos do intemperismo e dissolução de minerais nas rochas. Geralmente os mais comuns estão relacionados ao ferro, manganês e dureza e mais raramente ao flúor, cromo, bário e arsênio.
"Diversos usuários, residenciais, de serviços ou industriais preferem utilizar as águas subterrâneas mesmo tendo disponibilidade de rede de água potável. Isso se justifica em vista da boa qualidade das águas subterrâneas, dos baixos custos de extração e da autonomia de se possuir uma fonte hídrica exclusiva", justifica o documento.
O instituto também alerta que embora a instalação de redes de esgoto seja a maneira mais eficiente e comum para se evitar a contaminação de aquíferos urbanos, sua simples presença não é suficiente para assegurar a proteção.
desses reservatórios. "Os materiais empregados na construção dessas redes antes da década de 1990, compostos predominantemente por cerâmica, concreto ou ferro, encontram-se em franca deterioração e volumes expressivos de esgoto acabam vazando, causando a contaminação dos aquíferos", alerta o estudo. O instituto estima que o vazamento deva ser superior a 10% do total de esgoto coletado.
O estudo também aponta uma série de soluções para evitar a contaminação, entre elas o fortalecimento dos órgãos de controle e gestão dos recursos hídricos, sobretudo aqueles associados à fiscalização e disciplinamento do uso das águas, a ampliação da cobertura de coleta e tratamento de esgotos, e a criação de programas permanentes de proteção das águas subterrâneas, baseados em pesquisa e estudos técnicos.
"É preciso promover mudanças nas políticas públicas que culminem na evolução de práticas de gestão integrada de recursos hídricos, como preconizada pela Política Nacional de Recursos Hídricos [Lei nº 9.433/1997], abrangendo as áreas de saneamento e águas subterrâneas e o planejamento territorial e das atividades econômicas e o meio ambiente", conclui o estudo.
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