Samu Alagoas contabiliza 610 mil atendimentos, em 15 anos
Quando os autofalantes espalhados nas dependências do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Alagoas emitem as frases: “Ocorrência, USB 07!”, “Ocorrência, USA 06!” ou “Ocorrência, equipe Mike!”, a adrenalina sobe em todos os profissionais de saúde que trabalham no local. Afinal, nesse momento eles sabem que o chamado pode salvar uma ou inúmeras vidas, assim como já aconteceu com mais de 610 mil pessoas durante os 15 anos do serviço, completados no próximo domingo (16).
As Unidades de Suporte Básico (USBs), as de Suporte Avançado (USAs) e a equipe de motolância, os “mikes” – termo utilizado na radiocomunicação – estão sempre prontas e preparadas para saírem o mais rápido possível e prestar o socorro às vítimas. A assistência ágil é essencial para salvar uma vida e evitar que o paciente tenha sequelas graves.
O Samu Alagoas é formado por aproximadamente 800 profissionais de saúde, que trabalham prestando serviços à população em 35 Bases Descentralizadas, espalhadas do Litoral ao Sertão do Estado, com principal concentração nas duas Centrais de Regulação, localizadas em Maceió e Arapiraca.
Os primeiros socorristas do Samu começaram os trabalhos em Alagoas no dia 16 de dezembro de 2003, quando o órgão foi criado pelo Estado. Entre eles, está Fernando Pereira, que entrou no Samu aos 27 anos, em janeiro de 2005, exercendo a função de condutor socorrista. Após cinco anos de serviço, fez o curso para técnico de enfermagem e, em 2012, com a criação do Serviço de Motolância, também passou a integrar a equipe mike.
“Quando entrei no Samu foi um sonho realizado, porque era uma vontade que tinha em fazer parte de uma equipe de socorro. Nesses quase 14 anos, sempre pensei em fazer a diferença na vida daqueles que mais precisam de ajuda e que necessitam socorro, porque a vida deles vai depender do atendimento rápido”, diz Fernando Pereira.
“Em nossa rotina de trabalho, verificamos, diariamente, tudo o que pode ser usado nas ocorrências, tanto como condutor socorrista, checando o bom funcionamento da viatura, e como técnico de enfermagem, no moto socorrismo, verificando a motocicleta e todo o material para suporte básico à vida”, explicou o socorrista.
Fernando Pereira relata que, no momento em que as equipes são acionadas para uma ocorrência, um misto de sentimentos começa a aflorar. “A primeira coisa que vem é aquele pico de adrenalina, junto com o ‘frio na barriga’, porque não sei quem está precisando de ajuda naquele momento, pode ser até mesmo um parente. Mas temos consciência de que é preciso chegar o mais rápido possível dentro das normas de segurança”, destaca.
“A tensão aumenta quando estamos nos deslocando para o local da ocorrência, porque preciso estar 100% atento a tudo ao meu redor, principalmente nesse trânsito caótico. Estar atento é importante para garantir a integridade da equipe e da população durante todo o percurso. Nisso a adrenalina vai a mil”, descreve Fernando Pereira.
Justamente por não saber quem está precisando do atendimento, o socorrista lembra do dia em que já precisou socorrer o próprio pai, durante um dos plantões na equipe de motolância. “Logo quando a chamada entrou no sistema 192, o pessoal da Central me avisou que seríamos acionados para um acidente e a vítima tinha sido meu pai. Eles me passaram um quadro inicial da situação para me tranquilizar”, recorda.
“Quando cheguei à ocorrência, encontrei meu pai no chão, com uma lesão na cabeça, desorientado, com dificuldade para respirar e uma lesão no braço direito. Mas tive a tranquilidade para fazer os procedimentos necessários, como a imobilização, estabilização da coluna cervical, verificação das vias aéreas e, posteriormente, fiquei esperando até que uma USB chegasse para levá-lo até o HGE (Hospital Geral do Estado), onde acompanhei todo o período em que ficou internado na unidade”, relatou Fernando Pereira.
Interiorização
Outra servidora atuante é a técnica de enfermagem Helena Figueira, que está no Samu Arapiraca desde o início do serviço, que começou em 25 de setembro de 2006. Baseado na maior cidade do interior alagoano, o Samu Arapiraca realiza atendimentos nas regiões do Sertão e Agreste.
“Tenho muito orgulho de dizer que sou ‘Samuzeira’. Todos os anos em que estive nas ocorrências foram de muito aprendizado. Em cada atendimento que fazia tirei alguma lição, algum ensinamento. E a cada saída, o desejo é de tomar as melhores decisões, da estar em sintonia com a equipe e de chegar o mais rápido possível para poder oferecer sempre o melhor de nós para quem precisa”, afirma Helena. “E quando conseguimos salvar uma vida, diminuir o sofrimento e evitar sequelas mais graves, é um sentimento que não consigo explicar”.
Devido a um problema de saúde, a servidora foi afastada de suas funções e, desde janeiro deste ano, trabalha na Farmácia do Samu Arapiraca, onde é responsável pela distribuição de medicamentos, materiais, arquivo e registro no sistema.
Ao longo desses 15 anos de existência, o Samu foi se estendendo para várias cidades de Alagoas. A Central Maceió é responsável por 16 Bases Descentralizadas, localizadas nos municípios de União dos Palmares, Viçosa, São Miguel dos Campos, Porto Calvo, Coruripe, Joaquim Gomes, São Luiz do Quitunde, Maragogi, Teotônio Vilela, Rio Largo, Murici, Marechal Deodoro, Barra de Santo Antônio, Colônia Leopoldina, São Miguel dos Milagres e Atalaia.
Ainda existem outras 19 Bases Descentralizadas ligadas ao Samu Arapiraca, localizadas nas cidades de Penedo, Ouro Branco, Delmiro Gouveia, Pão de Açúcar, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Cacimbinhas, Maribondo, Porto Real do Colégio, Campo Alegre, Mata Grande, Girau do Ponciano, São Sebastião, São José da Tapera, Inhapi, Piranhas, Olho D´Água do Casado, Batalha e Traipu.
Estrutura
O atendimento às urgências e emergências em Alagoas começou a ser feito por três ambulâncias, sendo duas de suporte básico e uma de suporte avançado. Aos 15 anos de existência, o Samu alagoano possui hoje uma frota de 56 ambulâncias, distribuídas em todo o estado. Conta também com um helicóptero exclusivo para realizar salvamentos nas rodovias, custeado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), e com cinco motolâncias, sendo duas em Maceió e três em Arapiraca.
Para o supervisor do Samu Alagoas, Dárbio Alvim, a população se sente segura com a estrutura que o serviço possui, tanto por parte da frota, que foi renovada recentemente, como pela qualidade dos socorristas. “Em Alagoas, nós encontramos uma base do Samu a cada 30 km, todas com ambulâncias novas, substituídas recentemente pelo governo federal e pelo governo estadual, utilizando recursos próprios. Mas nada disso importaria se não tivéssemos socorristas extremamente dedicados, compromissados e que conseguem humanizar o atendimento, tranquilizando aquela vítima que precisa do socorro imediato em qualquer tipo de ocorrência”, afirmou o supervisor.
Atendimentos
Durante os 15 anos de existência, que serão completados neste domingo (16), o Samu Alagoas já registrou uma média de 610 mil atendimentos com liberação de ambulâncias. Entre os pacientes que tiveram a vida salva pelo socorro prestado pelo Samu está o atual Secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira.
“O cidadão só desperta para a importância que tem o Samu quando precisa do atendimento. E comigo não foi diferente. Logo no início das atividades do serviço em Alagoas, senti na pele a necessidade de ter um atendimento ágil, quando sofri um grave acidente de trânsito”, relembra Christian Teixeira.
“Graças a Deus e aos os profissionais do Samu, com uma assistência eficiente do HGE (Hospital Geral do Estado), estou aqui para contar como o serviço salvou minha vida. Por essa experiência e como gestor da Saúde, sei da necessidade que é investir e batalhar por recursos para o Samu e os demais setores da saúde pública”, destaca o titular da saúde estadual.
Estatística
Por mês, o sistema 192 recebe aproximadamente 44 mil ligações, onde mais de 50% desses chamados são trotes. Somente este ano, até o mês de novembro, foram 533.841 ligações registradas pelo Samu Alagoas, com 301.211 trotes, o que representa 56,42% dos chamados. Para mudar essa realidade, o órgão tem desenvolvido os projetos “Conheça o Samu” e “Samu nas Escolas”, que aproximam a população do serviço e levam informações para os alagoanos.
As Unidades de Suporte Básico (USBs), as de Suporte Avançado (USAs) e a equipe de motolância, os “mikes” – termo utilizado na radiocomunicação – estão sempre prontas e preparadas para saírem o mais rápido possível e prestar o socorro às vítimas. A assistência ágil é essencial para salvar uma vida e evitar que o paciente tenha sequelas graves.
O Samu Alagoas é formado por aproximadamente 800 profissionais de saúde, que trabalham prestando serviços à população em 35 Bases Descentralizadas, espalhadas do Litoral ao Sertão do Estado, com principal concentração nas duas Centrais de Regulação, localizadas em Maceió e Arapiraca.
Os primeiros socorristas do Samu começaram os trabalhos em Alagoas no dia 16 de dezembro de 2003, quando o órgão foi criado pelo Estado. Entre eles, está Fernando Pereira, que entrou no Samu aos 27 anos, em janeiro de 2005, exercendo a função de condutor socorrista. Após cinco anos de serviço, fez o curso para técnico de enfermagem e, em 2012, com a criação do Serviço de Motolância, também passou a integrar a equipe mike.
“Quando entrei no Samu foi um sonho realizado, porque era uma vontade que tinha em fazer parte de uma equipe de socorro. Nesses quase 14 anos, sempre pensei em fazer a diferença na vida daqueles que mais precisam de ajuda e que necessitam socorro, porque a vida deles vai depender do atendimento rápido”, diz Fernando Pereira.
“Em nossa rotina de trabalho, verificamos, diariamente, tudo o que pode ser usado nas ocorrências, tanto como condutor socorrista, checando o bom funcionamento da viatura, e como técnico de enfermagem, no moto socorrismo, verificando a motocicleta e todo o material para suporte básico à vida”, explicou o socorrista.
Fernando Pereira relata que, no momento em que as equipes são acionadas para uma ocorrência, um misto de sentimentos começa a aflorar. “A primeira coisa que vem é aquele pico de adrenalina, junto com o ‘frio na barriga’, porque não sei quem está precisando de ajuda naquele momento, pode ser até mesmo um parente. Mas temos consciência de que é preciso chegar o mais rápido possível dentro das normas de segurança”, destaca.
“A tensão aumenta quando estamos nos deslocando para o local da ocorrência, porque preciso estar 100% atento a tudo ao meu redor, principalmente nesse trânsito caótico. Estar atento é importante para garantir a integridade da equipe e da população durante todo o percurso. Nisso a adrenalina vai a mil”, descreve Fernando Pereira.
Justamente por não saber quem está precisando do atendimento, o socorrista lembra do dia em que já precisou socorrer o próprio pai, durante um dos plantões na equipe de motolância. “Logo quando a chamada entrou no sistema 192, o pessoal da Central me avisou que seríamos acionados para um acidente e a vítima tinha sido meu pai. Eles me passaram um quadro inicial da situação para me tranquilizar”, recorda.
“Quando cheguei à ocorrência, encontrei meu pai no chão, com uma lesão na cabeça, desorientado, com dificuldade para respirar e uma lesão no braço direito. Mas tive a tranquilidade para fazer os procedimentos necessários, como a imobilização, estabilização da coluna cervical, verificação das vias aéreas e, posteriormente, fiquei esperando até que uma USB chegasse para levá-lo até o HGE (Hospital Geral do Estado), onde acompanhei todo o período em que ficou internado na unidade”, relatou Fernando Pereira.
Interiorização
Outra servidora atuante é a técnica de enfermagem Helena Figueira, que está no Samu Arapiraca desde o início do serviço, que começou em 25 de setembro de 2006. Baseado na maior cidade do interior alagoano, o Samu Arapiraca realiza atendimentos nas regiões do Sertão e Agreste.
“Tenho muito orgulho de dizer que sou ‘Samuzeira’. Todos os anos em que estive nas ocorrências foram de muito aprendizado. Em cada atendimento que fazia tirei alguma lição, algum ensinamento. E a cada saída, o desejo é de tomar as melhores decisões, da estar em sintonia com a equipe e de chegar o mais rápido possível para poder oferecer sempre o melhor de nós para quem precisa”, afirma Helena. “E quando conseguimos salvar uma vida, diminuir o sofrimento e evitar sequelas mais graves, é um sentimento que não consigo explicar”.
Devido a um problema de saúde, a servidora foi afastada de suas funções e, desde janeiro deste ano, trabalha na Farmácia do Samu Arapiraca, onde é responsável pela distribuição de medicamentos, materiais, arquivo e registro no sistema.
Ao longo desses 15 anos de existência, o Samu foi se estendendo para várias cidades de Alagoas. A Central Maceió é responsável por 16 Bases Descentralizadas, localizadas nos municípios de União dos Palmares, Viçosa, São Miguel dos Campos, Porto Calvo, Coruripe, Joaquim Gomes, São Luiz do Quitunde, Maragogi, Teotônio Vilela, Rio Largo, Murici, Marechal Deodoro, Barra de Santo Antônio, Colônia Leopoldina, São Miguel dos Milagres e Atalaia.
Ainda existem outras 19 Bases Descentralizadas ligadas ao Samu Arapiraca, localizadas nas cidades de Penedo, Ouro Branco, Delmiro Gouveia, Pão de Açúcar, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios, Cacimbinhas, Maribondo, Porto Real do Colégio, Campo Alegre, Mata Grande, Girau do Ponciano, São Sebastião, São José da Tapera, Inhapi, Piranhas, Olho D´Água do Casado, Batalha e Traipu.
Estrutura
O atendimento às urgências e emergências em Alagoas começou a ser feito por três ambulâncias, sendo duas de suporte básico e uma de suporte avançado. Aos 15 anos de existência, o Samu alagoano possui hoje uma frota de 56 ambulâncias, distribuídas em todo o estado. Conta também com um helicóptero exclusivo para realizar salvamentos nas rodovias, custeado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), e com cinco motolâncias, sendo duas em Maceió e três em Arapiraca.
Para o supervisor do Samu Alagoas, Dárbio Alvim, a população se sente segura com a estrutura que o serviço possui, tanto por parte da frota, que foi renovada recentemente, como pela qualidade dos socorristas. “Em Alagoas, nós encontramos uma base do Samu a cada 30 km, todas com ambulâncias novas, substituídas recentemente pelo governo federal e pelo governo estadual, utilizando recursos próprios. Mas nada disso importaria se não tivéssemos socorristas extremamente dedicados, compromissados e que conseguem humanizar o atendimento, tranquilizando aquela vítima que precisa do socorro imediato em qualquer tipo de ocorrência”, afirmou o supervisor.
Atendimentos
Durante os 15 anos de existência, que serão completados neste domingo (16), o Samu Alagoas já registrou uma média de 610 mil atendimentos com liberação de ambulâncias. Entre os pacientes que tiveram a vida salva pelo socorro prestado pelo Samu está o atual Secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira.
“O cidadão só desperta para a importância que tem o Samu quando precisa do atendimento. E comigo não foi diferente. Logo no início das atividades do serviço em Alagoas, senti na pele a necessidade de ter um atendimento ágil, quando sofri um grave acidente de trânsito”, relembra Christian Teixeira.
“Graças a Deus e aos os profissionais do Samu, com uma assistência eficiente do HGE (Hospital Geral do Estado), estou aqui para contar como o serviço salvou minha vida. Por essa experiência e como gestor da Saúde, sei da necessidade que é investir e batalhar por recursos para o Samu e os demais setores da saúde pública”, destaca o titular da saúde estadual.
Estatística
Por mês, o sistema 192 recebe aproximadamente 44 mil ligações, onde mais de 50% desses chamados são trotes. Somente este ano, até o mês de novembro, foram 533.841 ligações registradas pelo Samu Alagoas, com 301.211 trotes, o que representa 56,42% dos chamados. Para mudar essa realidade, o órgão tem desenvolvido os projetos “Conheça o Samu” e “Samu nas Escolas”, que aproximam a população do serviço e levam informações para os alagoanos.
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