Câncer de mama: vamos falar sobre o assunto?

Por Olivia Gabrielly – Enfermeira 11/10/2018 13h01 - Atualizado em 11/10/2018 16h04
Por Olivia Gabrielly – Enfermeira 11/10/2018 13h01 Atualizado em 11/10/2018 16h04
Câncer de mama: vamos falar sobre o assunto?
O movimento conhecido como Outubro Rosa teve início da década de 90, com a finalidade de estimular a população no controle do câncer de mama. Em 2018, a campanha do INCA no Outubro Rosa tem como tema "Câncer de mama: vamos falar sobre isso?". O objetivo é fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de mama e desmistificar conceitos em relação à doença.

O câncer de mama resulta de uma multiplicação de células anormais da mama que formam um tumor. Este desenvolvimento anormal surge em função de alterações genéticas, sejam elas hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores ambientais ou fisiológicos.

Há diversos tipos de câncer de mama. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido enquanto outros são mais lentos.

O câncer de mama não tem uma causa específica, mas uma junção de fatores que aumentam o risco para a doença. Dentre os fatores, a idade é um dos mais importantes, pois entre 70–80% dos tumores são diagnosticados a partir dos 50 anos de idade. Outras condições que aumentam o risco para a doença são: obesidade e sobrepeso após a menopausa; sedentarismo (não praticar exercícios); consumo de bebida alcoólica regular; exposição frequente a Raios-X; não ter amamentado; ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Existem pessoas que apresentam risco muito elevado para o desenvolvimento do câncer de mama, que são:

• Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade;
• Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama nos dois seios ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária.
• Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino.

O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de um caroço, geralmente indolor, duro e irregular. Outros sinais de câncer de mama incluem: saída de secreção pelo mamilo, principalmente se sair de uma única mama e a saída for espontânea (a secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo também ser rosada ou avermelhada); coloração avermelhada da pele da mama, ou com aspecto semelhante à casca de laranja; retração da mama; dor, inversão, descamação ou ulceração do mamilo, pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço.

As mulheres devem procurar imediatamente um serviço de saúde para avaliação diagnóstica ao identificarem alterações persistentes nas mamas. Porém nem toda alteração é câncer de mama!
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: praticar atividade física regularmente; alimentar-se de forma saudável; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas e amamentar.

O câncer de mama quando identificado em fases iniciais (lesões menores que dois centímetros de diâmetro) apresenta boas chances de tratamento e cura. Para isso é importante que todas as mulheres conheçam seu corpo para identificar precocemente alguma alteração. Além de conhecer seu próprio corpo, é recomendado que mulheres entre 50 e 69 anos realizem mamografia a cada dois anos e exame clínico das mamas, com profissional da saúde, anualmente. Para as mulheres de 40 a 49 anos, a recomendação brasileira é o exame clínico anual e mamografia diagnóstica em caso de resultado alterado. Além desses grupos, há também a recomendação para o rastreamento de mulheres com risco elevado de câncer de mama, cuja rotina de exames deve ser discutida com o médico para se decidir a conduta a ser adotada.

As mulheres precisam estar atentas às mamas, no dia a dia, para que possam reconhecer suas variações naturais e identificar as alterações suspeitas. Em caso de alterações persistentes, procure um profissional da saúde!