Vacina contra a dengue avança e fase de testes em adultos voluntários é concluída, diz UFMG
Todos os voluntários adultos e aqueles na faixa etária entre sete e 18 anos já participaram dos testes da vacina contra a dengue que está sendo desenvolvida por vários centros de pesquisa no país, entre eles a Universidade Federal de Minas Gerais. A pesquisa, que começou há 20 anos, é coordenada pelo Instituto Butantan em São Paulo. Esta é a última fase da pesquisa.
“A expectativa é que o estudo vá até 2022. A partir do cálculo de eficácia, o licenciamento pode ser requisitado e daí a gente calcula um prazo de dois a três anos para a vacina chegar até o Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse o professor Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
O teste da vacina é feito em 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões do país. Em Minas Gerais, são 1,2 mil participantes, todos de Belo Horizonte, da área do posto de saúde do bairro Jardim Montanhês, na Região Noroeste. Os testes ainda estão sendo feitos em crianças menores de seis anos.
A verba destinada pelo governo federal já foi repassada. Parte da pesquisa também é financiada pelo governo de São Paulo e pela iniciativa internacional através do National Institutes of Health, dos Estados Unidos.
“Por enquanto a pesquisa continua e está tudo correndo de acordo com o cronograma. O desenvolvimento da vacina é muito estratégico para o país porque a dengue continua sendo um problema grave de saúde pública. Com a vacina, a expectativa é de gerar uma grande economia no tratamento da doença no SUS”, disse o professor Santiago.
Porém, outras duas pesquisas envolvendo vacinas contra a dengue na UFMG sofrem com o corte nos investimentos em ciência e tecnologia. Uma delas, contra o vírus tipo 3, já concluiu os testes em camundongos e tinha a expectativa de começar em primatas. Mas o estudo está paralisado por falta de verba.
“A gente começou a ser atingido (pelos cortes) muito próximo de iniciar testes em primatas não humanos. Perdemos de 80 a 90% dos recursos públicos da pesquisa. Está parada”, disse pesquisador Flávio Guimarães da Fonseca, que coordena o desenvolvimento da vacina. O estudo começou em meados de 2006, e a vacina utiliza o mesmo componente viral que resultou na erradicação da varíola.
Outra pesquisa que enfrenta problemas em financiamento é a que desenvolve uma vacina que pode ser a primeira do mundo a combater o mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela.
O estudo começou há quatro anos. Os resultados indicam que a vacina pode induzir a produção de anticorpos que interferem no ciclo vital do mosquito, danificando seus sistema reprodutivo e até mesmo levando-o a morte. Ela não protege contra as doenças, mas promete eliminar o vetor.
Segundo o professor Rodolfo Giunchetti, coordenador da pesquisa, nove formulações diferentes, que podem ser produzidas pela indústria, apresentaram efeito contra o Aedes aegypti. E apesar da liberação de mais uma parcela de recursos federais para o estudo, há o temor de evasão de cientistas para o exterior por causa dos cortes. “O pior é que estamos perdendo massa crítica para o exterior ou as pessoas com doutorado tem mudado a área de atuação para sobreviver. No meu grupo de pesquisa ainda não teve evasão, mas é apenas uma questão de tempo”, disse ele.
Mortes
Entre 31 de dezembro de 2017 e 14 de julho de 2018, o Brasil teve 95 mortes confirmadas por dengue (80), chikungunya (13) e zika (2). Os dados são de boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado no dia 7 de agosto. As três doenças são transmitidas pelo Aedes aegypti.
Em relação aos dados referentes ao mês de junho, há um aumento de 19,7% no número de mortos divulgados pelo Ministério da Saúde. Até o dia 9, o país tinha confirmado 62 mortes por dengue e 9 por chikungunya. Não houve confirmação de morte por zika no período.
“A expectativa é que o estudo vá até 2022. A partir do cálculo de eficácia, o licenciamento pode ser requisitado e daí a gente calcula um prazo de dois a três anos para a vacina chegar até o Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse o professor Helton Santiago, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
O teste da vacina é feito em 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões do país. Em Minas Gerais, são 1,2 mil participantes, todos de Belo Horizonte, da área do posto de saúde do bairro Jardim Montanhês, na Região Noroeste. Os testes ainda estão sendo feitos em crianças menores de seis anos.
A verba destinada pelo governo federal já foi repassada. Parte da pesquisa também é financiada pelo governo de São Paulo e pela iniciativa internacional através do National Institutes of Health, dos Estados Unidos.
“Por enquanto a pesquisa continua e está tudo correndo de acordo com o cronograma. O desenvolvimento da vacina é muito estratégico para o país porque a dengue continua sendo um problema grave de saúde pública. Com a vacina, a expectativa é de gerar uma grande economia no tratamento da doença no SUS”, disse o professor Santiago.
Porém, outras duas pesquisas envolvendo vacinas contra a dengue na UFMG sofrem com o corte nos investimentos em ciência e tecnologia. Uma delas, contra o vírus tipo 3, já concluiu os testes em camundongos e tinha a expectativa de começar em primatas. Mas o estudo está paralisado por falta de verba.
“A gente começou a ser atingido (pelos cortes) muito próximo de iniciar testes em primatas não humanos. Perdemos de 80 a 90% dos recursos públicos da pesquisa. Está parada”, disse pesquisador Flávio Guimarães da Fonseca, que coordena o desenvolvimento da vacina. O estudo começou em meados de 2006, e a vacina utiliza o mesmo componente viral que resultou na erradicação da varíola.
Outra pesquisa que enfrenta problemas em financiamento é a que desenvolve uma vacina que pode ser a primeira do mundo a combater o mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela.
O estudo começou há quatro anos. Os resultados indicam que a vacina pode induzir a produção de anticorpos que interferem no ciclo vital do mosquito, danificando seus sistema reprodutivo e até mesmo levando-o a morte. Ela não protege contra as doenças, mas promete eliminar o vetor.
Segundo o professor Rodolfo Giunchetti, coordenador da pesquisa, nove formulações diferentes, que podem ser produzidas pela indústria, apresentaram efeito contra o Aedes aegypti. E apesar da liberação de mais uma parcela de recursos federais para o estudo, há o temor de evasão de cientistas para o exterior por causa dos cortes. “O pior é que estamos perdendo massa crítica para o exterior ou as pessoas com doutorado tem mudado a área de atuação para sobreviver. No meu grupo de pesquisa ainda não teve evasão, mas é apenas uma questão de tempo”, disse ele.
Mortes
Entre 31 de dezembro de 2017 e 14 de julho de 2018, o Brasil teve 95 mortes confirmadas por dengue (80), chikungunya (13) e zika (2). Os dados são de boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado no dia 7 de agosto. As três doenças são transmitidas pelo Aedes aegypti.
Em relação aos dados referentes ao mês de junho, há um aumento de 19,7% no número de mortos divulgados pelo Ministério da Saúde. Até o dia 9, o país tinha confirmado 62 mortes por dengue e 9 por chikungunya. Não houve confirmação de morte por zika no período.
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