Vacina brasileira contra cocaína espera iniciar testes em humanos já em 2018
Uma vacina para tratar o vício em cocaína é mais do que bem-vinda no Brasil, especialmente pelo país ser o segundo maior consumidor mundial da droga, segundo dados da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (FIfe), organização vinculada à ONU. Mais de 18 milhões de pessoas no mundo sofrem com o vício em cocaína. Tratamentos ainda são escassos e caros para pacientes e suas famílias, mas uma solução pode trazes bons resultados a este problema, e testes em humanos podem iniciar já em 2018.
Desde 2013, uma vacina contra cocaína vem sendo desenvolvida por pesquisadores do Departamento de Química, da Escola de Farmácia e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Frederico Garcia, coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG, explica que a cocaína, por ser uma molécula muito pequena, não é identificada pelo sistema imunológico humano, assim, a vacina contra cocaína “aumenta” as moléculas da droga para ela ser identificada e controlada pelo próprio corpo – após ser identificada, os glóbulos brancos produzem anticorpos para lidar com a droga.
“Toda vez que a cocaína entra na corrente sanguínea, estes anticorpos se ligam à cocaína e não se desligam”, disse Garcia ao G1. “E impedem que ela entre numa barreira protetora do cérebro”, impossibilitando que o usuário sinta os efeitos da droga.
Garcia avalia que a pesquisa traz um impacto importante para a saúde pública, já que um grande número de pessoas poderia se beneficiar do tratamento. Além disso, para ele, o estudo causa também um impacto social, pois “para cada dependente químico, existem, em média, outras três pessoas que também sofrem as consequências dessa dependência”, explica o coordenador.
Porém, Garcia alerta que a vacina contra a cocaína não deve ser considerada a única solução para o problema do vício, ela deve ser associada ao tratamento psicológico e a outras medidas.
Ademais, o estudo pode ser aplicado a outras substâncias que causam dependência, como a heroína ou a nicotina – mas não ao álcool, por ser uma substância quimicamente muito simples, diz Garcia.
Testes
Nos testes com roedores, pequenas quantidades da droga chegaram ao cérebro dos animais imunizados com a vacina. “A indução de anticorpos provocada pela vacina reteve uma quantidade maior da droga no sangue do roedor, não chegando ao cérebro do animal, que é o alvo biológico da cocaína”, explica Ângelo de Fátima, professor do Departamento de Química da UFMG. “Conseguimos diminuir os efeitos da droga no animal, alterando o perfil farmacocinético da substância.”
O tratamento foi testado em roedores e aguarda autorização do conselho de ética da universidade para que sejam iniciados os testes em macacos. Com os resultados desse segundo teste, os pesquisadores poderão solicitar autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para estudar os resultados da vacina em humanos.
O estudo, que está em desenvolvimento pelo Núcleo de Pesquisa em Saúde e Vulnerabilidade desde 2013, acaba de registrar a patente da vacina no Instituto Nacional de Proteção Intelectual.
Se os resultados dos próximos testes forem satisfatórios, Garcia acredita que os testes em humanos podem começar já na metade de 2018. Isso disponibilizaria o tratamento para comercialização nos próximos três anos, aproximadamente.
Desde 2013, uma vacina contra cocaína vem sendo desenvolvida por pesquisadores do Departamento de Química, da Escola de Farmácia e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Frederico Garcia, coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG, explica que a cocaína, por ser uma molécula muito pequena, não é identificada pelo sistema imunológico humano, assim, a vacina contra cocaína “aumenta” as moléculas da droga para ela ser identificada e controlada pelo próprio corpo – após ser identificada, os glóbulos brancos produzem anticorpos para lidar com a droga.
“Toda vez que a cocaína entra na corrente sanguínea, estes anticorpos se ligam à cocaína e não se desligam”, disse Garcia ao G1. “E impedem que ela entre numa barreira protetora do cérebro”, impossibilitando que o usuário sinta os efeitos da droga.
Garcia avalia que a pesquisa traz um impacto importante para a saúde pública, já que um grande número de pessoas poderia se beneficiar do tratamento. Além disso, para ele, o estudo causa também um impacto social, pois “para cada dependente químico, existem, em média, outras três pessoas que também sofrem as consequências dessa dependência”, explica o coordenador.
Porém, Garcia alerta que a vacina contra a cocaína não deve ser considerada a única solução para o problema do vício, ela deve ser associada ao tratamento psicológico e a outras medidas.
Ademais, o estudo pode ser aplicado a outras substâncias que causam dependência, como a heroína ou a nicotina – mas não ao álcool, por ser uma substância quimicamente muito simples, diz Garcia.
Testes
Nos testes com roedores, pequenas quantidades da droga chegaram ao cérebro dos animais imunizados com a vacina. “A indução de anticorpos provocada pela vacina reteve uma quantidade maior da droga no sangue do roedor, não chegando ao cérebro do animal, que é o alvo biológico da cocaína”, explica Ângelo de Fátima, professor do Departamento de Química da UFMG. “Conseguimos diminuir os efeitos da droga no animal, alterando o perfil farmacocinético da substância.”
O tratamento foi testado em roedores e aguarda autorização do conselho de ética da universidade para que sejam iniciados os testes em macacos. Com os resultados desse segundo teste, os pesquisadores poderão solicitar autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para estudar os resultados da vacina em humanos.
O estudo, que está em desenvolvimento pelo Núcleo de Pesquisa em Saúde e Vulnerabilidade desde 2013, acaba de registrar a patente da vacina no Instituto Nacional de Proteção Intelectual.
Se os resultados dos próximos testes forem satisfatórios, Garcia acredita que os testes em humanos podem começar já na metade de 2018. Isso disponibilizaria o tratamento para comercialização nos próximos três anos, aproximadamente.
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