Novembro Azul: exames de próstata não “tiram masculinidade” e evitam a morte

Por Assessoria 17/11/2017 17h05 - Atualizado em 17/11/2017 20h08
Por Assessoria 17/11/2017 17h05 Atualizado em 17/11/2017 20h08
Novembro Azul: exames de próstata não “tiram masculinidade” e evitam a morte
Foto: Divulgação
No Brasil, de três pessoas – entre 20 e 59 anos – que morrem de câncer, duas são homens. Além da expectativa de vida, que é de sete anos a menos que a mulher. Todos esses resultados não são aleatórios, eles são consequências culturais. São estatísticas.

Desde quando se entende por gente, o homem, que quando leva uma queda escuta da família “se levante que você é homem”, tem que suportar a dor, seja ela qual for.

A campanha Novembro Azul trabalha justamente para desmistificar essa tese. Dor não é coisa de mulher, é o sinal da maioria das doenças, então quanto mais você absorve, mais o problema é agravado.

Foi esse tabu que impediu de dois tios do Antônio Sérgio Pinheiro, 57 anos, sociólogo e coordenador de Saúde do Homem no município de Arapiraca, detectarem o câncer precocemente. José e João vieram a falecer com pouco mais de 60 anos.

Depois da morte dos parentes, um outro tio começou a sentir os sintomas. Ele fez todos os exames e constatou o mesmo tipo de câncer, felizmente a tempo de sobreviver. Paulo retirou a próstata e hoje está na casa dos 80 anos.

O fim da vida de Paulo poderia ter sido o mesmo que o dos outros tios do Antônio, mas ele deixou a grosseria e falta de sensibilidade de lado e não deixou a doença tomar conta do seu corpo.

Para Antônio, o resultado dessa experiência familiar foi ainda melhor. Como manda o figurino, ele faz, desde os seus 45 anos, uma vez por ano, o exame Antígeno Prostático Específico, o PSA, que inclusive é oferecido gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde do município. “Uma amostra de sangue é colhida e enviada ao laboratório para análise. Simples e rápido”, explicou o coordenador de Saúde do Homem.

Questionado se tem medo de ter a doença, por conta da predileção familiar, Antônio disse que não. E ele explicou o porquê.

“Claro que a doença se torna mais comum quando alguém da família tem, mas a questão genética não é o único fator. O uso do tabaco, álcool e uma alimentação rica em gorduras, por exemplo, também influencia, então todo homem pode ter câncer de próstata, agora o que vai mudar é se ele se previne ou não. No meu caso, eu me cuido”, garantiu.


Dia D

No Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado nesta sexta-feira (17), é importante frisar a temática da campanha Novembro Azul: prevenção.

Hoje o município possui 65 casos da doença em tratamento nos hospitais Afra Barbosa e Chama, o que é pouco se comparado ao número de homens vítimas fatais de câncer (de todos os tipos).

“A população masculina precisa começar a usufruir o que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde em Arapiraca, além do PSA temos urologistas e oncologistas”, informou Antônio. “E para prevenir o câncer de próstata não tem outro caminho, a não se consultar e examinar”, completou.

Apesar dos sintomas só serem percebidos em um grau elevado da doença, Antônio Sérgio disse que vale ficar atento à dores no quadril, que podem vir a se alastrar para os ossos, e à retenção urinária. “O camarada passa a ir muito ao banheiro, mas sempre de forma intermitente”.

O coordenador da Saúde do Homem de Arapiraca finalizou pedindo que os usuários sejam mais assíduos dentro das unidades e realizem os exames. “Não tira masculinidade nenhuma”, brincou ele, falando sério.