Macron vence eleição na França, dizem pesquisas

Por G1 08/05/2017 07h07 - Atualizado em 08/05/2017 10h10
Por G1 08/05/2017 07h07 Atualizado em 08/05/2017 10h10
Macron vence eleição na França, dizem pesquisas
Emmanuel Macron - Foto: reprodução GloboNews
O candidato à presidência da França Emmanuel Macron venceu com ampla vantagem neste domingo (7) o segundo turno das eleições no país, apontam as pesquisas de boca de urna após o encerramento da votação. Apoiadores do candidato reúnem-se em frente ao museu do Louvre, em Paris, para celebrar a eleição.

Segundo pesquisa do Ipsos, o candidato centrista recebeu 65,1% dos votos, contra 34,9% de sua rival, Marine Le Pen. O Kantar divulgou resultado semelhante nesta tarde. Macron teria vencido com 65,5% da preferência, ante 34,5% de sua adversária. Já segundo pesquisa do Elabe/BFM TV, o candidato recebeu 65,9%, contra 34,1% de Le Pen.

Le Pen reconheceu a derrota na eleição e afirmou em discurso que é preciso constituir uma nova força política. Ela convocou "todos os patriotas" a se unir a ela e acrescentou que o partido da Frente Nacional precisa mudar para conseguir superar o desafio.

Logo após saber da vitória, Macron declarou à AFP que "abre-se uma nova página" para a França. "Esta noite abre-se uma nova página da nossa longa história. Quero que seja a da esperança e a da confiança recuperadas", disse o centrista.

O atual presidente francês, François Hollande, afirmou que já ligou para o presidente eleito para parabenizá-lo pelo sucesso na eleição. O porta-voz da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, congratulou o presidente eleito da França.

Porta-voz da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que a eleição de Macron é uma "vitória para uma Europa forte e unida".

Perfil de Emmanuel Macron
O centrista de 39 anos surgiu já no primeiro turno como candidato que poderia derrotar Le Pen em um segundo turno. Tem o apoio dos seus ex-adversários, do ex-presidente Nicolas Sarkozy e do atual François Hollande.

Filhos de médicos que atuam na saúde pública, ele nasceu em Amiens, no norte da França. Trabalhou em um banco de finanças e se engajou na campanha de François Hollande em 2012. Tornou-se secretário-adjunto e, então, o ministro da Economia do governo Hollande.

É de sua autoria o projeto de lei que pretende impulsionar a economia francesa por meio de medidas como ampliação do trabalho dominical e da modificação das condições do exercício de várias profissões liberais, como os tabeliães e os oficiais auxiliares de Justiça. A “Lei Macron”, como ficou conhecida, foi implementada por decreto e provocou protestos até de integrantes do Partido Socialista. Foi a primeira vez desde 2006 que o governo driblou o legislativo para impor uma lei.

Em maio de 2016, ele lançou o movimento cidadão “En Marche!”, que tem suas iniciais, com o objetivo de “refundar” a França com o apoio popular. Seu site oficial afirma que a iniciativa já reúne cerca de 192 mil “homens e mulheres de boa vontade e dispostos a construir a sociedade de amanhã". A saída de Macron do governo para disputar as eleições foi vista como um golpe contra Hollande.

Em seu programa de governo, Macron promete “tolerância zero” contra o crime e o combate ao terrorismo. Para os próximos 5 anos, ele propõe reforçar a guarda de fronteira, criar de 10 mil postos de policiais e 15 mil vagas em prisões para abrigar pessoas envolvidas com terrorismo.

Embora proponha maior controle nas fronteiras, Macron defende engajamento com a União Europeia e diz assumir sua “justa parte” na acolhida de refugiados diante da maior crise na imigração que o continente enfrenta desde a 2ª guerra mundial. Ele defende uma reformulação das condições de pedido de asilo e promete uma decisão em oito semanas para todos os pedidos.

O candidato quer reduzir o imposto que incide sobre as empresas (de 33,3% para 25%) para tornar o país mais competitivo e reduzir as despesas públicas progressivamente até atingir o nível recomendado pela União Europeia. Ele propõe alterar a cobrança do imposto sobre grandes fortunas - visto como bandeira da esquerda - e exonerar 80% dos lares franceses do imposto sobre moradia. Macron tem ainda uma proposta de mudança no seguro desemprego: os desempregados teriam que passar por uma avaliação de competência e seriam obrigados a aceitar uma vaga de trabalho quando recebessem uma segunda oferta.