Familiares de presos do AM revelam que agentes recebiam R$ 1 mil para entrada de armas
Familiares de presos denunciaram ao G1 que a entrada de armas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, foi possível por meio de subornos feitos a agentes penitenciários. Mulheres de diferentes famílias afirmam já terem feito pagamentos de até R$ 1 mil para agentes liberarem a entrada de visitantes com armas, drogas e celulares. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), a responsabilidade pelas revistas na unidade é da empresa Umanizzare. A terceirizada não quis se pronunciar sobre o caso.
Uma das mulheres que conversou com o G1 disse que estava dentro da cadeia quando os tiros começaram a ser escutados no domingo (1º). "Eu estava na fila para sair quando começaram a atirar, aí mandaram a gente sair e bloquearam nossa passagem. O meu marido foi um dos que foram decapitados. Eu reconheci em um vídeo que estavam chutando a cabeça dele. Desde lá, não consigo mais dormir", contou a autônoma, que não quis ser identificada.
Ela afirma que o marido, que cumpria pena por roubo, foi um dos beneficiados com recebimento de arma. "Os auxiliares cobram R$ 200 para entrar com celular ou droga e R$ 1 mil para entrar com arma. Essa história de que tudo entrou por um buraco é mentira e o diretor daqui sabia de tudo o que acontecia", delata.
A dona de casa Gecir de Souza, de 56 anos, é mãe de um dos presos do pavilhão dois e também falou sobre as facilitações feitas por alguns agentes. "Os meninos sabem quem são os auxiliares que pegam a grana. Sei de muita gente que pagava para entrar com celular roubado na rua. Essa matança não teria acontecido se os agentes e os familiares não levassem essas coisas lá para dentro. Para mim, eles mataram tanto quanto os presos", critica.
Em nota enviada ao G1, a Seap afirma que "constantemente tem identificado e encaminhado para a Polícia Civil todas as ocorrências de apreensões de materiais ilícitos em procedimentos de revista de visitantes". A Seap diz ainda que todos os finais de semana são registradas ocorrências dessa natureza.
A Secretaria informou que não tem conhecimento sobre os subornos. Por telefone, a assessoria da Seap disse que a empresa terceirizada Umanizzare é responsável por realizar os procedimentos de revista na unidade. A reportagem entrou em contato com a terceirizada por telefone, mas a empresa não quis se pronunciar sobre o assunto.
Casos
Em junho do ano passado, dez agentes foram afastados depois que 39 presos do Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDPM) fugiram por um buraco. Os funcionários eram de uma empresa terceirizada, que presta serviços no sistema prisional do Estado. Um processo administrativo sancionatório foi aberto. Na época, a Seap informou ainda que o diretor do CDPM e o diretor adjunto receberam uma advertência por falhas na fiscalização dos serviços dos funcionários da empresa.
Em agosto de 2014, 28 funcionários da empresa responsável pela segurança do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no Amazonas, foram afastados das funções suspeitos de facilitar a fuga de seis detentos ocorrida no dia 26 de julho. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejus) informou que pediu à Polícia Civil abertura de inquérito para investigar o crime de formação de quadrilha. Segundo a pasta, de 2012 a 2014, cerca de 200 agentes penitenciários foram afastados do sistema prisional do estado sob suspeita de participação em facilitação de fugas.
Uma das mulheres que conversou com o G1 disse que estava dentro da cadeia quando os tiros começaram a ser escutados no domingo (1º). "Eu estava na fila para sair quando começaram a atirar, aí mandaram a gente sair e bloquearam nossa passagem. O meu marido foi um dos que foram decapitados. Eu reconheci em um vídeo que estavam chutando a cabeça dele. Desde lá, não consigo mais dormir", contou a autônoma, que não quis ser identificada.
Ela afirma que o marido, que cumpria pena por roubo, foi um dos beneficiados com recebimento de arma. "Os auxiliares cobram R$ 200 para entrar com celular ou droga e R$ 1 mil para entrar com arma. Essa história de que tudo entrou por um buraco é mentira e o diretor daqui sabia de tudo o que acontecia", delata.
A dona de casa Gecir de Souza, de 56 anos, é mãe de um dos presos do pavilhão dois e também falou sobre as facilitações feitas por alguns agentes. "Os meninos sabem quem são os auxiliares que pegam a grana. Sei de muita gente que pagava para entrar com celular roubado na rua. Essa matança não teria acontecido se os agentes e os familiares não levassem essas coisas lá para dentro. Para mim, eles mataram tanto quanto os presos", critica.
Em nota enviada ao G1, a Seap afirma que "constantemente tem identificado e encaminhado para a Polícia Civil todas as ocorrências de apreensões de materiais ilícitos em procedimentos de revista de visitantes". A Seap diz ainda que todos os finais de semana são registradas ocorrências dessa natureza.
A Secretaria informou que não tem conhecimento sobre os subornos. Por telefone, a assessoria da Seap disse que a empresa terceirizada Umanizzare é responsável por realizar os procedimentos de revista na unidade. A reportagem entrou em contato com a terceirizada por telefone, mas a empresa não quis se pronunciar sobre o assunto.
Casos
Em junho do ano passado, dez agentes foram afastados depois que 39 presos do Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDPM) fugiram por um buraco. Os funcionários eram de uma empresa terceirizada, que presta serviços no sistema prisional do Estado. Um processo administrativo sancionatório foi aberto. Na época, a Seap informou ainda que o diretor do CDPM e o diretor adjunto receberam uma advertência por falhas na fiscalização dos serviços dos funcionários da empresa.
Em agosto de 2014, 28 funcionários da empresa responsável pela segurança do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), no Amazonas, foram afastados das funções suspeitos de facilitar a fuga de seis detentos ocorrida no dia 26 de julho. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejus) informou que pediu à Polícia Civil abertura de inquérito para investigar o crime de formação de quadrilha. Segundo a pasta, de 2012 a 2014, cerca de 200 agentes penitenciários foram afastados do sistema prisional do estado sob suspeita de participação em facilitação de fugas.
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