Mãe e três filhas morrem após desabamento em Manaus
Moradores do bairro Nova Vitória, na Zona Leste de Manaus, contabilizaram perdas após o desabamento de terra ocorrido durante a chuva nesta terça-feira (27). Em entrevista, as pessoas que tiveram suas casas atingidas falaram sobre a primeira noite após o acidente que matou quatro pessoas.
O pedreiro Sildivande Peres, de 43 anos teve que abrigar parte dos pertences em uma igreja evangélica próximo a sua residência. Segundo ele, a casa não foi atingida pela terra mas está em situação de risco.
O pedreiro Sildivande Peres, de 43 anos teve que abrigar parte dos pertences em uma igreja evangélica próximo a sua residência. Segundo ele, a casa não foi atingida pela terra mas está em situação de risco.
"A qualquer momento pode cair o barro. Eu trouxe parte das coisas para a igreja e vou passar a noite aqui vigiando as coisas que ainda estão lá, mas é certo que a gente não deve morar mais ali", contou
Sildivande afirmou ainda que durante o desmoronamento, a esposa estava em casa com outras três pessoas e estava ao telefone com ele no momento em que o barranco deslizou.
"Ela começou a gritar, dizendo que o barranco estava deslizando. Ela e as três filhas dela estavam dentro da casa. Eu disse pra ela sair, ela perguntou ‘e as coisas?’ e eu disse que não importava, que era para ela sair logo", contou.
A auxiliar de serviços gerais Marilene Maurício de Lima, de 42 anos, teve a casa totalmente destruída pelo desabamento. "Meus três filhos estavam em casa quando o barranco invadiu a casa. Minha casa ficou completamente destruída. O meu filho mais velho estava fazendo café quando o barro invadiu e ele saiu puxando o irmão dele, foi na hora que a parede desabou. Jesus salvou meus filhos. A ficha ainda não caiu", contou.
Marilene e a filha Tereza Vitória falaram ainda sobre a morte das vizinhas, soterradas durante o desabamento. “Só de olhar pra casa delas já dá vontade de chorar. Uma delas era muito minha amiga, a gente era muito próxima e eu ainda nem acredito”, disse Tereza.
A casa do também auxiliar de serviços gerais Antônio Leno, de 41 anos, não foi atingida pelo barranco, mas ficou alagada com a chuva, segundo ele.
“Tirei minhas filhas de casa, e quando a gente viu, o colchão com a recém-nascida estava flutuando na água. Eu chamei o responsável da Defesa Civil para vir aqui olhar e ele não quis nem entrar na minha casa. Agora eu não tenho onde dormir porque perdi muita coisa, e eles disseram que vão dar prioridade aos que tiveram a casa desmoronada pelo barranco”, afirmou.
Ocorrências
Segundo a Prefeitura, foram registradas 123 ocorrências na cidade, e que devido às previsões meteorológicas de mais chuvas, as equipe dos diversos órgãos municipais estarão de sobreaviso.
De acordo com a Defesa Civil de Manaus, a maior incidência de ocorrências foi de alagamentos e deslizamentos de barrancos.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), desde às 0h00 de hoje choveu em Manaus 102,02 milímetros, sendo o horário de maior intensidade das 9h e às 11h (72,8 mm). O acumulado do mês já ultrapassa os 420 milímetros, enquanto o normal esperado era entre 190 e 200 milímetros.
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