Suspeito de atacar feira em Berlim é morto Milão, diz governo italiano

Por G1 23/12/2016 08h08 - Atualizado em 23/12/2016 11h11
Por G1 23/12/2016 08h08 Atualizado em 23/12/2016 11h11
Suspeito de atacar feira em Berlim é morto Milão, diz governo italiano
Anis A. em imagem divulgada pela agência de investigação federal alemã. - Foto: Divulgação/ Ilustração
O tunisiano suspeito de atacar uma feira de Natal em Berlim, na Alemanha, foi morto a tiros em Milão, na Itália. "Sem sombra de dúvida é Anis Amri", afirmou o ministro do interior italiano, Marco Minniti, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (23). Minniti afirmou que Anis Amri foi morto após ser parado por um patrulhamento de rotina.

De acordo com o jornal italiano "Corriere della Sera", o tunisiano Anis Amri foi morto na noite de quinta-feira (22) em Sesto San Giovanni, na província de Milão. Dois agentes pararam o jovem que estava andando sozinho no escuro e pediram os documentos. Porém, o jovem tirou uma arma de sua mochila e atingiu um policial no ombro. A polícia reagiu.

A Reuters informa que ele foi identificado após análise das impressões digitais.

Mesquita
Anis Amri foi fotografado em uma mesquita horas depois do atentado. Segundo a polícia, ele dirigia o caminhão que atropelou uma multidão, deixando 12 mortos e 48 feridos, na noite de segunda-feira (19). Ele estava desaparecido.

As fotos, divulgadas pelo jornal alemão "Bild", mostram Anis Amri com um casaco de frio e um gorro na entrada de uma mesquita em um tradicional bairro operário de Moabit, no centro de Berlim. As imagens mostram o tunisiano em imagens capturadas em de 14 e 15 de dezembro e depois na segunda-feira à noite.

Essa mesquita é conhecida, segundo o Serviço Secreto Alemão, pela ligação dos seus organizadores com o Estado Islâmico. Polícia alemã tinha câmera na saída da mesquita, segundo informações do Jornal da Globo. O "Bild" afirma que a polícia chegou a essa conclusão após escutas telefônicas.

Logo depois do atentado, a polícia prendeu um paquistanês, que foi considerado suspeito por deixar o local do atentado correndo. Um civil alemão o perseguiu e avisou a polícia. No dia seguinte, ele foi liberado por falta de provas.

A polícia só começou a perseguir Anis Amri depois que autorização de residência provisória foi encontrada sob o banco do caminhão. Na quinta-feira (23), os investigadores divulgaram ter encontrado digitais de Anis Amri na porta e no volante do veículo.

Vídeo
Um vídeo obtido com exclusividade pela agência de notícias Reuters mostra o momento em que o caminhão invadiu a feira natalina. O vídeo foi registrado por um taxista que estava perto da praça Breitscheid.

Intensificação das buscas
Na quinta, policiais fizeram operações de busca em Berlim e na cidade de Dortmund. A caçada internacional ao principal suspeito no ataque gerou questionamentos e a ira da opinião pública na Alemanha, segundo a Deutsche Welle. Muitas pessoas se perguntam como foi possível Anis Amri evitar a prisão e a deportação, embora estivesse no radar das agências de segurança da Alemanha.

A Alemanha anunciou, na quarta, que oferece uma recompensa de até 100 mil euros (equivalente a cerca de R$ 350 mil), para quem tiver pistas sobre o suspeito.

Investigação

A chanceler alemã, Angela Merkel, tentou tranquilizar seu país, dizendo nesta quinta que espera a rápida prisão do tunisiano.

A Associated Press afirmou que o tunisiano estava sob investigação desde 14 de março, por ser considerado uma ameaça - ele estaria tentando comprar armas automáticas para usar no ataque. Amri já havia sido acusado de envolvimento com tráfico de drogas e de participar de uma briga em um bar. Mas como não havia provas, a vigilância foi suspensa em setembro.

Segundo a CNN, ele já havia sido preso em agosto, no sul da Alemanha, quando viajava para a Itália, por portar documentos falsificados. Na ocasião, ele foi liberado por um juiz.

De acordo com o jornal "Süddeutsche Zeitung", o tunisiano esteve em contato com a rede de um importante ideólogo islâmico conhecido como Abu Walaa, recentemente preso por provável ligação com o Estado Islâmico.