Cãozinho espera pelo dono que morreu há oito meses em pátio de hospital

Por G1 29/07/2016 14h02 - Atualizado em 29/07/2016 18h06
Por G1 29/07/2016 14h02 Atualizado em 29/07/2016 18h06
Cãozinho espera pelo dono que morreu há oito meses em pátio de hospital
Foto: Luiz Souza/RBS TV
Quando o barulho da sirene da ambulância fica mais alto no pátio do Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense, 'Negão' aparece e corre ansioso para perto do veículo. Desde novembro do ano passado, o cachorro vive nos arredores do hospital, "esperando" pelo dono, um morador de rua que morreu na unidade.

Os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram a fazer vídeos do cão em disparada atrás da ambulância.

Negão e o morador de rua eram inseparáveis. Certo dia, o homem passou mal e foi trazido para o pronto-socorro do hospital. O cachorro veio junto, correndo atrás da ambulância. Horas depois de dar entrada na unidade, o melhor amigo do cão morreu e Negão nunca mais foi embora.

"A gente já viu pacientes que estavam muito mal, morando sozinhos, até em óbito e o cachorro em volta. Mas esse ter vindo atrás da ambulância, ficado aqui e permanecer aqui, nunca vi nada igual, a não ser no cinema", disse o socorrista Renaldo Marquato.

Houve quem tentasse adotar Negão. "Um paciente veio aqui e acabou levando embora. Pôs na coleirinha, levou, mas ele não fica, acabou voltando pra cá", contou o agente de manutenção João Laurindo.

Cuidados e carinho


Uma entidade de proteção aos animais ajuda a cuidar de Negão. Ele já foi castrado, recebeu todas as vacinas e uma vez por semana algum voluntário leva para o banho.

O banheiro e a casinha dele ficam em um espaço no lado de fora do hospital. Funcionários se revezam para dar a ração. "Não adianta, a casa dele é aqui", resumiu a agente de serviços gerais Maressa Moraes.

"Ele vai ficar aqui com a gente até ele decidir se ele quer ir embora ou não. Enquanto ele permanecer aqui, a gente vai dar todos os cuidados, carinho, amor que ele precisa", disse a funcionária do hospital Giselle Bianchi.