Presídio de Caruaru registra nova rebelião nesta segunda-feira
Uma nova rebelião teve início na manhã desta segunda-feira na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste pernambucano. Ambulâncias do Atendimento Médico de Urgência (Samu) voltaram a ser acionadas para o local. No sábado, os presos tentaram assumir o controle da penitenciária. Seis horas depois, o motim foi contido, deixando um saldo de, pelo menos, seis detentos mortos e 11 feridos, de acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários. Um inquérito será aberto para apurar os crimes.
A Secretaria de Ressocialização (Seres) pretende divulgar ainda hoje os nomes das vítimas. Até ontem, o Instituto de Medicina Legal de Caruaru (IML) não havia identificado ou adiantado as causas das mortes. O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, garantiu que vai divulgar a lista assim que o IML concluir as perícias.
Os feridos foram levados ao Hospital Regional do Agreste (HRA) e três deles retornaram à unidade prisional. De acordo com a secretaria, a rebelião durou seis horas e foi controlada ainda na noite de sábado. Dois pavilhões ficaram destruídos no incêndio. Os danos provocaram o cancelamento das visitas do domingo, que serão reprogramadas no decorrer desta semana.
Onze detentos foram transferidos a outras unidades da região. Para conter o motim, vários órgãos trabalharam juntos. Participaram da operação o Grupo de Operações e Segurança da Seres, efetivos das polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Quarenta homens foram mobilizados. Um inquérito foi aberto para apurar as mortes registradas. O delegado Márcio Cruz, titular da 20ª Delegacia de Homicídios de Caruaru, é o responsável pela investigação da rebelião e dos óbitos.
Diferentemente do que foi espalhado nas redes sociais durante a tarde e a noite do sábado, não houve fuga da unidade. Vários boatos e informações inverídicas foram disseminadas deixando a população caruaruense em pânico. Um dos rumores mencionava a fuga de 200 presos. Outra notícia falsa indicava que todos os policiais militares de Caruaru estavam contendo a rebelião e a cidade havia sido “entregue aos bandidos”.
Assim como as demais unidades do sistema carcerário de Pernambuco, a Penitenciária Juiz Plácido de Souza está superlotada. A capacidade do local é de 385 vagas, mas abriga cerca de 1,8 mil detentos. A quantidade de vagas carcerárias do estado é de 11 mil, mas o número de presidiários é de 31 mil. O excesso de presos para o espaço disponível é considerado um dos principais motivos para os recorrentes motins nas unidades carcerárias pernambucanas. É um barril de pólvora que estoura diversas vezes e várias unidades no ano.
Em janeiro passado, um tumulto foi registrado no Complexo Prisional do Curado, em Tejipió, Zona Oeste do Recife, com a participação de detentos da Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa). Na mesma unidade, houve fuga em massa também em janeiro, depois da debandada na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife.
Em maio, um detento foi morto e sete ficaram feridos na Penitenciária Agroindustrial São João, antiga PAI, também em Itamaracá.
À época, a Seres não considerou o evento como rebelião e classificou o incidente como “briga entre presos”. Em julho deste ano, houve outro princípio de rebelião no Complexo Prisional do Curado, que deixou dois presos feridos. Dessa vez, o secretário estadual de Direitos Humanos, Pedro Eurico, novamente atribuiu o motim a uma disputa estre os presos por espaço de comando na unidade.
ENTREVISTA - Eurico, secretário de Justiça e Direitos Humanos
O que gerou a rebelião?
Os presos disputam espaço de comando na cadeia. Fomos até lá, negociamos o fim da rebelião, mas a situação estava muito tensa.
Houve fuga?
Conseguimos impedir qualquer tentativa de fuga. Também isolamos todas as áreas de convivência como cozinha, administração, enfermaria e escola, porque eles queriam dominar esses locais.
Qual a real situação da penitenciária depois da rebelião?
O incêndio não comprometeu a estrutura física. A situação continua tensa, mas sob controle. Não vamos tolerar qualquer possibilidade de negociação que o estado tenha de ceder às facções criminosas.
Esse não foi o primeiro evento no sistema carcerário estadual deste ano. A superlotação está diretamente ligada aos tumultos?
Isso acontece porque os presos querem ter controle das unidades, como acontece em São Paulo, Ceará, Maranhão. Não é só por causa da superlotação, mas do crescimento de facções criminosas pelo País.
Números do sistema prisional do estado:
22 é a quantidade de unidades prisionais (penitenciárias e presídios adultos)
10 unidades estão no Grande Recife
11 mil é a quantidade de vagas do sistema carcerário
31 mil é o número de detentos do estado
1,8 mil presos estão na Penitenciária Juiz Plácido de Souza (Caruaru)
385 é a quantidade de vagas do presídio de Caruaru
940 vagas é a capacidade do Cotel
1,6 mil detentos estão no Cotel
2 mil vagas é a capacidade do Complexo Prisional do Curado
7 mil detentos estão no Curado
Fonte: Secretaria de Ressocialização
A Secretaria de Ressocialização (Seres) pretende divulgar ainda hoje os nomes das vítimas. Até ontem, o Instituto de Medicina Legal de Caruaru (IML) não havia identificado ou adiantado as causas das mortes. O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, garantiu que vai divulgar a lista assim que o IML concluir as perícias.
Os feridos foram levados ao Hospital Regional do Agreste (HRA) e três deles retornaram à unidade prisional. De acordo com a secretaria, a rebelião durou seis horas e foi controlada ainda na noite de sábado. Dois pavilhões ficaram destruídos no incêndio. Os danos provocaram o cancelamento das visitas do domingo, que serão reprogramadas no decorrer desta semana.
Onze detentos foram transferidos a outras unidades da região. Para conter o motim, vários órgãos trabalharam juntos. Participaram da operação o Grupo de Operações e Segurança da Seres, efetivos das polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). Quarenta homens foram mobilizados. Um inquérito foi aberto para apurar as mortes registradas. O delegado Márcio Cruz, titular da 20ª Delegacia de Homicídios de Caruaru, é o responsável pela investigação da rebelião e dos óbitos.
Diferentemente do que foi espalhado nas redes sociais durante a tarde e a noite do sábado, não houve fuga da unidade. Vários boatos e informações inverídicas foram disseminadas deixando a população caruaruense em pânico. Um dos rumores mencionava a fuga de 200 presos. Outra notícia falsa indicava que todos os policiais militares de Caruaru estavam contendo a rebelião e a cidade havia sido “entregue aos bandidos”.
Assim como as demais unidades do sistema carcerário de Pernambuco, a Penitenciária Juiz Plácido de Souza está superlotada. A capacidade do local é de 385 vagas, mas abriga cerca de 1,8 mil detentos. A quantidade de vagas carcerárias do estado é de 11 mil, mas o número de presidiários é de 31 mil. O excesso de presos para o espaço disponível é considerado um dos principais motivos para os recorrentes motins nas unidades carcerárias pernambucanas. É um barril de pólvora que estoura diversas vezes e várias unidades no ano.
Em janeiro passado, um tumulto foi registrado no Complexo Prisional do Curado, em Tejipió, Zona Oeste do Recife, com a participação de detentos da Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa). Na mesma unidade, houve fuga em massa também em janeiro, depois da debandada na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, no Grande Recife.
Em maio, um detento foi morto e sete ficaram feridos na Penitenciária Agroindustrial São João, antiga PAI, também em Itamaracá.
À época, a Seres não considerou o evento como rebelião e classificou o incidente como “briga entre presos”. Em julho deste ano, houve outro princípio de rebelião no Complexo Prisional do Curado, que deixou dois presos feridos. Dessa vez, o secretário estadual de Direitos Humanos, Pedro Eurico, novamente atribuiu o motim a uma disputa estre os presos por espaço de comando na unidade.
ENTREVISTA - Eurico, secretário de Justiça e Direitos Humanos
O que gerou a rebelião?
Os presos disputam espaço de comando na cadeia. Fomos até lá, negociamos o fim da rebelião, mas a situação estava muito tensa.
Houve fuga?
Conseguimos impedir qualquer tentativa de fuga. Também isolamos todas as áreas de convivência como cozinha, administração, enfermaria e escola, porque eles queriam dominar esses locais.
Qual a real situação da penitenciária depois da rebelião?
O incêndio não comprometeu a estrutura física. A situação continua tensa, mas sob controle. Não vamos tolerar qualquer possibilidade de negociação que o estado tenha de ceder às facções criminosas.
Esse não foi o primeiro evento no sistema carcerário estadual deste ano. A superlotação está diretamente ligada aos tumultos?
Isso acontece porque os presos querem ter controle das unidades, como acontece em São Paulo, Ceará, Maranhão. Não é só por causa da superlotação, mas do crescimento de facções criminosas pelo País.
Números do sistema prisional do estado:
22 é a quantidade de unidades prisionais (penitenciárias e presídios adultos)
10 unidades estão no Grande Recife
11 mil é a quantidade de vagas do sistema carcerário
31 mil é o número de detentos do estado
1,8 mil presos estão na Penitenciária Juiz Plácido de Souza (Caruaru)
385 é a quantidade de vagas do presídio de Caruaru
940 vagas é a capacidade do Cotel
1,6 mil detentos estão no Cotel
2 mil vagas é a capacidade do Complexo Prisional do Curado
7 mil detentos estão no Curado
Fonte: Secretaria de Ressocialização
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