Caminhão atropela e mata dezenas de pessoas na festa da Queda da Bastilha, na França

Por Redação com Diário de Pernambuco 15/07/2016 07h07 - Atualizado em 15/07/2016 10h10
Por Redação com Diário de Pernambuco 15/07/2016 07h07 Atualizado em 15/07/2016 10h10
Caminhão atropela e mata dezenas de pessoas na festa da Queda da Bastilha, na França
Mortes ocorrem durante comemoração da Queda da Bastilha. - Foto: AFP Photo
Pelo menos 80 pessoas morreram e 120 ficaram feridas depois que um caminhão atingiu uma multidão que assistia à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Bastilha, em Nice, sul da França. 42 pessoas estão em estado grave. Os números foram divulgados pelo jornal francês Le Figaro, de acordo com uma fonte da polícia local.

No local foi montado um amplo perímetro de segurança, constatou um jornalista da AFP. A prefeitura do departamento dos Alpes Marítimos se referiu ao ato como um atentado e pediu à população que evite sair de casa. "O motorista de uma caminhonete parece ter provocado dezenas de mortos. Por enquanto permaneçam em suas residências", escreveu em sua conta no Twitter o prefeito da cidade, Christian Estrosi.

O caso foi registrado no Promenade des Anglais, por volta das 22h30 (17h30 em Brasília).

"O caminhão percorreu uma distância muito longa, o que explica o alto número de mortos" disse Sebastien Humbert, uma autoridade do governo na região de Alpes-Maritimes - onde fica Nice -, de acordo com a TV francesa.

As primeiras imagens distribuídas por redes sociais mostram corpos aglomerados em plena avenida e pânico em ruas adjacentes.

O jornal Le Figaro, em contato com uma fonte local, afirma que foram encontradas armas e granadas no interior do veículo.

De acordo com testemunhas, os passageiros do veículo teriam atirado contra a multidão logo após os atropelamentos. A emissora de TV francesa BFMTV informa que a polícia atirou contra o caminhão, matando o motorista. Um suspeito do ataque estaria foragido.

O presidente francês, François Hollande, que estava em Avignon (sudeste), voltou a Paris para chefiar a célula de crise montada no ministério do Interior na madrugada de quinta para sexta-feira (hora local), indicou a presidência francesa.

Várias ambulâncias foram enviadas ao local, isolado por policiais e militares, que se concentravam na praça Masséna, totalmente bloqueada às 23h30 (18h30 Brasília), constatou a AFP.

O Facebook ativou a ferramenta de segurança "Safety Check", para que usuários confirmem a familiares e amigos que não estão presentes no local do ataque.

Cidadãos de Nice estão usando a tag #portesouvertesNice ("Portas abertas em Nice"), a fim de se identificarem suas próprias casas como locais seguros para quem estiver na rua se proteger.

Este é o segundo atentado mais sangrento cometido na Europa nos últimos anos, superado apenas pelos ataques em Paris, em novembro de 2015, com 130 mortos. O ataque contra Bruxelas, em março de 2016, fez 32 vítimas fatais.

Os ataques a Paris e Bruxelas foram reivindicados pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

O atentado em Nice ocorre em um contexto de ameaça terrorista muito elevada, especialmente na França, envolvida em ações militares na Síria contra o Estado Islâmico.

O massacre acontece menos de duas semanas antes do final programado para o estado de emergência na França, previsto para o dia 26 de julho.

Dia da Bastilha

Era para ser um dia de festividades. No dia em que se comemorava o Dia da Bastilha, a parada militar foi dedicada às forças francesas distribuídas pelo mundo e aos militares enviados para países estrangeiros, como o Afeganistão. Mas Sarkozy, que fez uma visita surpresa às tropas francesas no Afeganistão, na terça-feira, disse querer que o Dia da Bastilha fosse "dedicado a todos os soldados mortos em operação".

O Dia da Bastilha lembra os eventos de 14 de julho de 1789, quando uma multidão enfurecida invadiu a prisão da Bastilha em Paris, fato que ajudou a dar início à Revolução Francesa.

Autoridades pedem que população não propague rumores
Autoridades francesas estão pedindo que as pessoas não divulguem rumores em redes sociais, depois que alguns posts com informações duvidosas. Os boatos estão sendo desmentidos pelas autoridades em seus perfis nas redes sociais. O Ministério do Interior reforça a orientação em sua conta no Twitter.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em nota condenar "o que aparenta ser um horrível atentado terrorista em Nice". "Eu orientei minha equipe para estar em contato com as autoridades francesas, e oferecemos toda assistência de que eles possam precisar para investigar esse ataque e trazer os responsáveis à justiça", diz o texto do presidente.