Adolescente é arremessada de ônibus em movimento em PE
Uma adolescente de 16 anos foi arremessada para fora de um ônibus em movimento no bairro da Imbribeira. O acidente aconteceu na noite desta quinta-feira, em um coletivo da empresa Vera Cruz que fazia a linha Aeroporto / Jordão, quando a estudante seguia do colégio, na UR-11, em Jaboatão dos Guararapes, para a casa do pai. O veículo estava lotado quando a porta se abriu, causando a queda de Natália da Silva Dantas. Ele está internada no Hospital da Restauração (HR).
Passageiros contaram que o motorista teria continuado viagem e só parou após ser alertado pelos usuários. O Samu foi acionado, mas por conta da demora de mais de 50 minutos para fazer o socorro, a vítima foi atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Inicialmente levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, a paciente foi transferida ainda ontem para o Hospital da Restauração (HR), já que na UPA não havia médico ortopedista para atendê-la. Sem conseguir se movimentar, ela teve uma crise de vômito ainda no local do acidente.
Hoje, Natália permanece internada na Unidade de Trauma do HR. Consciente, tem estado de saúde considerado estável e conversa com os profissionais. Na unidade de saúde, à espera de notícias, Maria José da Silva, a mãe da adolescente, mistura desespero e revolta: "Pego esse ônibus todas as noites sempre superlotado. Não sei se sistema de trava falhou ou se ela caiu quando a porta foi aberta para alguém descer. O fato é que o motorista não se importou. Foi como se nada tivesse acontecido. Vou prestar queixa na delegacia para denunciar essa imprudência. Se as pessoas não pedissem, ele teria continuado viagem e minha filha poderia estar morta. Não é de agora que está acontecendo esse descaso. Hoje aconteceu com a minha filha. E amanhã?", desabafou, em entrevista à TV Clube.
Harlynton dos Santos tinha 20 anos e estudava biologia na UFRPE (Foto: Facebook/Reprodução).
Outros casos - No ano passado, outros dois estudantes foram vítimas do mesmo tipo de acidente na Região Metropolitana do Recife. No dia 16 de junho de 2015, o universitário Harlynton dos Santos, de 20 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. Na véspera, o rapaz havia caido de um ônibus em movimento no Terminal do Cais de Santa Rita, centro do Recife. O estudante que cursava biologia na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), sofreu fraturas na bacia e na costela e estava internado Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Português, onde chegou a ser submetido a duas cirurgias de emergência para conter sangramentos e as múltiplas fraturas.
O acidente aconteceu por volta das 23h30, quando o estudante tentou subir ao coletivo. Ele teria batido na porta para que o motorista abrisse. Harlynton estaria no primeiro degrau da escada quando o condutor teria dado partida. O universitário caiu e bateu nas grades do terminal. O pai de Harlynton, Jocely dos Santos, afirmou que o motorista não abriu a porta e contou que o filho teria se pendurado no veículo, sendo arremessado por cerca de cinco metros. Harlynton esperava o ônibus da linha Imip/Tancredo Neves, da empresa Vera Cruz, e seguiria para casa, após ter ido ao cinema.
Camila Mirele Pires da Silva estudava biomedicina na UFPE (Foto: Facebook/Reprodução).
No dia oito de maio outro acidente causou a morte da estudante Camila Mirele Pires da Silva. A universitária saía da UFPE, onde estudava biomedicina, e seguia para casa no coletivo que fazia a linha Barro-Macaxeira, operada pela empresa Metropolitana. O ônibus estava em movimento pela BR-101, na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife, quando a porta se abriu e a jovem foi arremessada para fora do veículo. Camila foi socorrida para o Hospital Getúlio Vargas, na Zona Oeste, mas não resistiu aos ferimentos.
Após mais de um ano do acidente que matou a estudante, a empresa Metropolitana vai pagar R$ 480 mil em indenização aos familiares da universitária. A decisão foi firmada em audiência de conciliação, nesta terça-feira, na 27ª Vara Cível da Capital.A audiência foi conduzida pela juíza Ana Carolina Fernandes Paiva. De acordo com o Tribunal de Justiça, o valor estipulado será pago a título de danos morais, pensionamento, despesas de funeral e honorários advocatícios. A quantia será distribuída entre R$ 400 mil destinados aos pais da vítima e R$ 80 mil para os honorários advocatícios. Segundo a magistrada, a conciliação representa uma forma célere e justa de concluir um processo. "Buscamos sempre a realização da conciliação que atenda às expectativas das partes e evite a prolongamento do trâmite processual", salientou.
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