De office boy a vice-reitor da Ufal
No momento em que a atual gestão ganhou a eleição para a Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), era comum ouvir entre alguns docentes da instituição o comentário de que o candidato a vice-reitor da chapa Outra Ufal é Possível não tinha experiência acadêmica. Era provável que quem falasse isso não houvesse buscado informações na Plataforma Lattes, nem tido a oportunidade de ter uma conversa com o professor José Vieira da Cruz. Por isso, a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Ufal fez uma entrevista com o novo vice-reitor e o resultado, você poderá conferir a seguir.
Poderíamos começar abordando que o professor José Vieira da Cruz graduou-se em História, em 1998, e tornou-se mestre em Sociologia, em 2003, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). O doutorado em História Social foi conquistado em 2012, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em compasso com sua formação acadêmica, ele acumula 17 anos de experiência docente na educação básica – nas redes estadual de Sergipe e municipal de Aracaju – e no ensino superior – público e privado. Além de ter atuado em instituições profissionais, acadêmicas e culturais de sua área de formação, a exemplo da Associação Nacional de História (ANPUH), do Arquivo Nacional (AN), da Comissão Estadual da Verdade de Sergipe (CVS) e do Instituto Histórico Geográfico de Sergipe (IHGSE).
Seu contato com a Universidade iniciou-se aos 14 anos, quando tornou-se bolsista do programa de aprendizagem Bom Menor e passou a ser office boy na UFS, durante três anos e seis meses. Nesse período, além aprender as rotinas e a dinâmica de uma instituição de ensino superior, cursou o ensino médio no Instituto de Educação Ruy Barbosa, conhecida e tradicional Escola Normal, e iniciou o curso de eletrotécnica na Escola Técnica Federal de Sergipe, atual IFSE.
Alguns anos depois, ao se tornar aluno de graduação em Licenciatura em História, em 1993, dividia seu tempo entre o emprego de rodoviário e os estudos na universidade. “Nesse período, apesar de não ter ocupado nenhuma função diretiva em razão de minhas atividades laborais, busquei contribuir e estar próximo ao Diretório Acadêmico Livre de História (DALH), o que me oportunizou muito aprendizado”, lembrou Vieira.
Um jovem professor
Em 1998, ano em que se formou, assumiu o cargo de professor da Rede Estadual de Ensino do Estado de Sergipe. No ano seguinte, em 1999, iniciou o curso de mestrado em Sociologia, na UFS, com o mesmo tema da graduação: a identificação social dos estudantes universitários no contexto dos anos 60 e suas propostas político-culturais, com objetivo de estudar a formação acadêmica e política da elite dirigente do Estado de Sergipe.
Durante o período do mestrado, entre os anos de 1999 a 2003, na condição de professor contratado e professor substituto, exerceu a docência no curso de História da UFS e no Programa de Qualificação Docente (PQD). “Esse programa basicamente se propunha a oferecer em cinco cidades polos do estado de Sergipe, cursos de formação em Licenciatura para professores que já atuavam nas redes estadual e municipal, mas não tinham o nível superior. Foi uma oportunidade de muito aprendizado e uma das experiências que eu considero das mais exitosas, no campo da formação de professores. A minha trajetória e meu contato com a interiorização é, portanto, anterior a própria interiorização vivida na última década pelas universidades brasileiras”, frisou.
Nova casa em Delmiro Gouveia
Poderíamos começar abordando que o professor José Vieira da Cruz graduou-se em História, em 1998, e tornou-se mestre em Sociologia, em 2003, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). O doutorado em História Social foi conquistado em 2012, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em compasso com sua formação acadêmica, ele acumula 17 anos de experiência docente na educação básica – nas redes estadual de Sergipe e municipal de Aracaju – e no ensino superior – público e privado. Além de ter atuado em instituições profissionais, acadêmicas e culturais de sua área de formação, a exemplo da Associação Nacional de História (ANPUH), do Arquivo Nacional (AN), da Comissão Estadual da Verdade de Sergipe (CVS) e do Instituto Histórico Geográfico de Sergipe (IHGSE).
Seu contato com a Universidade iniciou-se aos 14 anos, quando tornou-se bolsista do programa de aprendizagem Bom Menor e passou a ser office boy na UFS, durante três anos e seis meses. Nesse período, além aprender as rotinas e a dinâmica de uma instituição de ensino superior, cursou o ensino médio no Instituto de Educação Ruy Barbosa, conhecida e tradicional Escola Normal, e iniciou o curso de eletrotécnica na Escola Técnica Federal de Sergipe, atual IFSE.
Alguns anos depois, ao se tornar aluno de graduação em Licenciatura em História, em 1993, dividia seu tempo entre o emprego de rodoviário e os estudos na universidade. “Nesse período, apesar de não ter ocupado nenhuma função diretiva em razão de minhas atividades laborais, busquei contribuir e estar próximo ao Diretório Acadêmico Livre de História (DALH), o que me oportunizou muito aprendizado”, lembrou Vieira.
Um jovem professor
Em 1998, ano em que se formou, assumiu o cargo de professor da Rede Estadual de Ensino do Estado de Sergipe. No ano seguinte, em 1999, iniciou o curso de mestrado em Sociologia, na UFS, com o mesmo tema da graduação: a identificação social dos estudantes universitários no contexto dos anos 60 e suas propostas político-culturais, com objetivo de estudar a formação acadêmica e política da elite dirigente do Estado de Sergipe.
Durante o período do mestrado, entre os anos de 1999 a 2003, na condição de professor contratado e professor substituto, exerceu a docência no curso de História da UFS e no Programa de Qualificação Docente (PQD). “Esse programa basicamente se propunha a oferecer em cinco cidades polos do estado de Sergipe, cursos de formação em Licenciatura para professores que já atuavam nas redes estadual e municipal, mas não tinham o nível superior. Foi uma oportunidade de muito aprendizado e uma das experiências que eu considero das mais exitosas, no campo da formação de professores. A minha trajetória e meu contato com a interiorização é, portanto, anterior a própria interiorização vivida na última década pelas universidades brasileiras”, frisou.
Nova casa em Delmiro Gouveia
Já com o doutorado concluído pela UFBA, em 2012, o professor José Vieira foi aprovado em concurso público para o Campus do Sertão da Ufal, em Delmiro Gouveia. “O resultado do meu concurso foi oficialmente publicado no mural da Universidade no dia 12 de dezembro de 2012, às 12h. A partir daí minha vida pessoal, profissional e acadêmica se transformou... Eu recebi a minha posse como um grande presente e uma importante conquista”, relata.
Logo nos primeiros meses após a posse, Vieira foi convidado, mesmo estando em Delmiro Gouveia, para fazer parte do Programa de Pós-graduação em História, no Campus A.C. Simões, em Maceió. Este fato criou a possibilidade de ofertar no Campus do Sertão disciplinas isoladas do mestrado.
Nesse mesmo período, o professor criou o Grupo de Estudos e Pesquisa em História, Sociedade e Cultura (GEPHISC) e teve aprovado o projeto de pesquisa Pibic Vozes do Sertão nas tramas de Mnemosine. E em parceria com a professora mestre Sheyla Farias Silva, na época coordenadora do curso de História do Campus do Sertão, organizou o projeto de extensão Olhares de Clio.
Enquanto coordenador, teve o curso de licenciatura em História avaliado com nota 4 pelo Ministério da Educação. Mas não só foi o professor José Vieira que cresceu, com todas essas experiências. Os seus orientandos foram reconhecidos com certificados de Excelência Acadêmica no Pibic e, a estudante Sara Angélica Bezerra Gomes foi aprovada no programa de mestrado em História da Ufal, logo após concluir o curso.
“Ela foi minha orientanda na graduação e é minha orientanda no Mestrado. Então, acho que uma coisa resume o fato de ser professor em um campus fora de sede: a necessidade de se envolver e oferecer aos estudantes e sociedade o capital intelectual acumulado ao longo de nossa trajetória acadêmica. Além disso, também penso ser importante garantir aos profissionais que atuam lá, condições de trabalho”, pontuou.
Interiorização e democratização da Universidade
Durante a entrevista, o vice-reitor comparou o momento de criação das universidades federais em diversos estados do país em meados do século passado, ressalvadas a especificidades históricas, com o momento atual do processo de interiorização e de expansão das universidades.
“Apesar de entender a importância desse processo de interiorização da Universidade, ao ver do gestor, é preciso fazer adequações de como ela foi conduzida em Alagoas. Noto que no interior o nosso trabalho é ainda mais importante, porque a carência que existe nos campi fora de sede é muito grande. A Universidade tem uma dívida histórica com essas populações que vivem fora da região metropolitana de Maceió e é importante dar a essas populações uma oportunidade de formação em seu local de residência. Do mesmo jeito, que foi significativo para a sociedade brasileira a federalização das universidades, ocorrido nos anos 50 e 60, quando permitiu que estudantes não se deslocassem para outros estados para concluírem sua formação, a interiorização também permite que esses estudantes que vivem distantes de Maceió tenham o direito de estudar mais próximo às suas residências” defende.
Logo nos primeiros meses após a posse, Vieira foi convidado, mesmo estando em Delmiro Gouveia, para fazer parte do Programa de Pós-graduação em História, no Campus A.C. Simões, em Maceió. Este fato criou a possibilidade de ofertar no Campus do Sertão disciplinas isoladas do mestrado.
Nesse mesmo período, o professor criou o Grupo de Estudos e Pesquisa em História, Sociedade e Cultura (GEPHISC) e teve aprovado o projeto de pesquisa Pibic Vozes do Sertão nas tramas de Mnemosine. E em parceria com a professora mestre Sheyla Farias Silva, na época coordenadora do curso de História do Campus do Sertão, organizou o projeto de extensão Olhares de Clio.
Enquanto coordenador, teve o curso de licenciatura em História avaliado com nota 4 pelo Ministério da Educação. Mas não só foi o professor José Vieira que cresceu, com todas essas experiências. Os seus orientandos foram reconhecidos com certificados de Excelência Acadêmica no Pibic e, a estudante Sara Angélica Bezerra Gomes foi aprovada no programa de mestrado em História da Ufal, logo após concluir o curso.
“Ela foi minha orientanda na graduação e é minha orientanda no Mestrado. Então, acho que uma coisa resume o fato de ser professor em um campus fora de sede: a necessidade de se envolver e oferecer aos estudantes e sociedade o capital intelectual acumulado ao longo de nossa trajetória acadêmica. Além disso, também penso ser importante garantir aos profissionais que atuam lá, condições de trabalho”, pontuou.
Interiorização e democratização da Universidade
Durante a entrevista, o vice-reitor comparou o momento de criação das universidades federais em diversos estados do país em meados do século passado, ressalvadas a especificidades históricas, com o momento atual do processo de interiorização e de expansão das universidades.
“Apesar de entender a importância desse processo de interiorização da Universidade, ao ver do gestor, é preciso fazer adequações de como ela foi conduzida em Alagoas. Noto que no interior o nosso trabalho é ainda mais importante, porque a carência que existe nos campi fora de sede é muito grande. A Universidade tem uma dívida histórica com essas populações que vivem fora da região metropolitana de Maceió e é importante dar a essas populações uma oportunidade de formação em seu local de residência. Do mesmo jeito, que foi significativo para a sociedade brasileira a federalização das universidades, ocorrido nos anos 50 e 60, quando permitiu que estudantes não se deslocassem para outros estados para concluírem sua formação, a interiorização também permite que esses estudantes que vivem distantes de Maceió tenham o direito de estudar mais próximo às suas residências” defende.
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