Há cerca de um ano, quando andava em um shopping com um amigo, Anajú Dorigon estranhou um grupo de pessoas que corria em sua direção. Só depois se deu conta de que eram seus fãs, atrás de fotos e autógrafos da intérprete de Jade, de "Malhação". "Consegui o papel do dia para a noite e tive que aprender a lidar com uma nova realidade", conta ela, aprovada em um teste. "Estranhei muito a fama, essa coisa de ser reconhecida. Depois entendi que era um processo natural, mas tive que botar limites. No ano passado, um fã descobriu onde eu morava e batia na minha porta pelo menos umas quatro vezes por semana. Tive que me mudar", lembra a paulista de Campinas, que mora no Rio desde que estreou na TV.

"Mas também tiro coisas boas disso. Recebo várias cartas e presentinhos, os fãs são muito carinhosos. É incrível a troca que temos nas redes sociais. Sou apaixonada por eles, os chamo de maridos e maridas". Anajú tem quase um milhão de seguidores só no Instagram. "Eu nem tinha rede social. Hoje faço chats, respondo mensagens, dou conselhos... Vejo de perto esta geração", diz a atriz de 20 anos, que antes trabalhava como modelo.

Passado de miss

O primeiro comercial de Anajú foi aos 3 anos de idade. Aos 13, ganhou a faixa de Miss Teen São Paulo. Aos 16, venceu o Miss Teen Brasil. Depois ainda vieram os títulos de Miss Teen América do Sul 2010, Miss New Model Universe 2010 e o Miss Teen Fabulous Universe. "Viajei muito, foi uma experiência incrível. Me fez ver o mundo com outros olhos. Aprendi a me virar sozinha cedo", comenta.

Ela jura que nunca citou trechos do livro "O pequeno príncipe", como preza o manual de algumas misses, mas não abre mão do discurso de que o que importa está muito além da estética. "A beleza é um detalhe, é efêmera. Nos concursos para adolescentes, isto era só uma das coisas avaliadas. Nem sempre a mais bonita vencia", desconversa.

Mas o corpinho tem que estar em dia. Por conta do trabalho como modelo - e agora na TV -, Anajú admite que sempre fez regime. "Sou chocólatra, então sofro. Já fiz muita dieta maluca, como a do leite, quando só podia comer laticínio; a do abacaxi, quando só comia a fruta depois de determinada hora do dia... Por causa disso, desenvolvi hipoglicemia (baixa concentração de glicose no sangue). Se não me cuidar, posso ter diabetes antes dos 30 anos", conta ela, que evita alimentos com alto índice glicêmico, como tapioca e arroz branco, e não pode ficar muitas horas sem comer: "Senão fico gelada, é horrível".

Hoje, a atriz acredita que encontrou o equilíbrio. "Botei minha saúde em risco e aprendi a lição. Experimentei tudo e vi que o melhor é comer bem e malhar", ensina. Depois de tantos concursos de beleza, aliás, Anajú garante que passa longe da vaidade: "Só faço as unhas por causa da personagem e só fiz hidratação nos cabelos duas vezes na vida". Mas de uma coisa não abre mão: maquiagem: "Sou viciada".