Julgamento de Dudu Hollanda é suspenso no Tribunal de Justiça de Alagoas

Por Redação com Gazetaweb com Redação com Gazetaweb 28/10/2014 12h12
Por Redação com Gazetaweb com Redação com Gazetaweb 28/10/2014 12h12
Julgamento de Dudu Hollanda é suspenso no Tribunal de Justiça de Alagoas
O pleno do Tribunal de Justiça suspendeu, nesta terça-feira (28), após pedido de vistas do desembargador Washington Luiz, o julgamento referente à lesão corporal que teria sido praticada pelo deputado estadual Dudu Hollanda (PSD) na época em que ele era vereador. Hollanda é acusado de morder e decepar parte da orelha do também vereador, à época, Paulo Corintho (PDT).

Antes da suspensão, defesa e acusação chegaram a apresentar os argumentos e o relator do processo, desembargador Sebastião Costa Filho, pediu condenação de 3 anos e seis meses a serem cumpridos pelo parlamentar em liberdade.

Durante a sessão, o Ministério Público Estadual (MPE) argumentou que o discurso de defesa pessoal não deveria ser mantido por conta da lesão corporal de natureza grave no vereador Paulo Corintho e as lesões pouco graves do Dudu Hollanda, que podem ter sido causadas quando ele bateu no adversário político.

“Essas lesões não corroboram com a versão do réu, que disse ter tomado um soco por trás. O murro foi pela esquerda e o Corintho é destro”, destacou o assistente de acusação, advogado Gustavo Deoduque. Segundo ele, a defesa do réu é mentirosa e somente os amigos do parlamentar corroboram com a versão dada por ele.

Defesa

O advogado de defesa, Welton Roberto, destacou que Dudu Hollanda teria revidado uma agressão e confessado o fato, mas não o crime. Questionou ainda o fato de Paulo Corintho ter chegado perto de Hollanda, tendo em vista que eles eram inimigos políticos.

Welton Roberto alega que, no dia da agressão, Corintho estava alcoolizado e que testemunhas disseram ter visto ele dar um soco em Dudu Hollanda. Foi quando teria começado a briga entre os dois. “O fato de ele estar pouco machucado não derrubaria a tese de legítima defesa. O Corintho foi pintado como um anjo, coroado de flores, mas de vítima ele não tem nada. O Dudu Hollanda tinha acabado de chegar na festa e não tinha nem cumprimentado as pessoas ainda. Temos as testemunhas do que aconteceu e nenhuma delas foi questionada pelo Ministério Público”, afirmou o advogado.

De acordo com a defesa, Corintho teria ficado chateado após ter sido destituído do cargo de segundo secretário, fato que teria ocorrido em 24 de dezembro, um dia antes da confusão. Welton Roberto destacou que ele teria dado um soco para se vingar do Dudu Hollanda. Foi quando teria iniciado a briga.

“O Dudu não arrancou a orelha por querer. Ele estava levando cabeçadas do Corintho e agarrou a orelha dele para que parasse. Um segurança puxou o Paulo Corintho e aí saiu o pedaço da orelha”, afirmou o advogado.

Acusação

Durante o julgamento, o MPE expôs que a briga entre os dois começou quando Corintho exigiu probidade na mesa da Câmara de Vereadores. Dudu Hollanda teria nomeado 400 cargos para assessoria da mesa e Corintho foi contra. Pressionado pelo próprio MPE, Dudu teve que ver as nomeações e criou uma nova lei, da qual Paulo Corintho foi contra e se recusou a assinar o projeto. Dudu teria tomado isso como algo pessoal.

A acusação lembrou ainda uma entrevista dada por Dudu Hollanda na época, dizendo que "comia mesmo qualquer coisa". Falou também do episódio recente envolvendo o deputado, que declarou, no plenário da Casa Legislativa, que era “pau pra comer sabão”.

A briga entre os parlamentares aconteceu durante uma festa de confraternização de Natal dos então vereadores, ocorrida no dia 25 de dezembro de 2009.


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