Silo que desabou em Maceió tinha problemas estruturais, aponta laudo
Problemas na estrutura do silo do Moinho Motrisa podem ter provocado o acidente que espalhou toneladas de trigo na Avenida Comendador Leão, em Maceió, deixando cinco pessoas feridas. Carros foram soterrados, casas da região danificadas, e os moradores ainda não puderam retornar a elas. A possível causa do rompimento, que ocorreu em 7 de abril, está em um laudo obtido com exclusividade pelo G1.
Apesar da dimensão do acidente, apenas uma vítima foi internada na UTI devido aos ferimentos, mas teve alta semanas depois. Não houve mortos.
O levantamento foi feito por uma empresa de Belo Horizonte, a pedido do próprio Moinho Motrisa. Segundo o documento, não foi feita nenhuma mudança na armação construída em 1974 para sustentar os silos, mesmo após reformas que aumentaram o peso de todo o conjunto.
Em 1985, foi adicionada uma camada de concreto de dois a quatro centímetros de espessura às torres da fábrica, para corrigir fissuras e trincas. Isso, aliado ao processo de enchimento e esvaziamento dos silos com trigo, teria reduzido o tempo de vida útil da estrutura.
"Nesse trabalho de capeamento realizado naquela ocasião não foram acrescentadas armaduras de reforço que permitissem redistribuir as tensões localizadas já instaladas na estrutura original”, afirma o laudo da empresa Bedê Engenharia de Estrutura, que mostra o resultado de inspeções com pedaços do silo que ficaram no pátio do moinho.
Segundo a empresa de engenharia, a falta de reforço nas armaduras facilitou a reabertura de fissuras. A ação da maresia sobre os silos da fábrica, devido à proximidade do mar, provocou a oxidação do material. "Nessas regiões com aberturas acima dos valores recomendados pelas normas vigentes, é facilitada a penetração de oxigênio e cloretos da atmosfera, submetendo as armaduras a condições desfavoráveis quanto à sua durabilidade", aponta o documento.
A advogada responsável pelo setor jurídico do Moinho Motrisa, Andréa Maranhão, informou à reportagem do G1 que a fábrica passava por reparos periódicos, tanto nos silos como na estrutura geral. "Sempre que necessário, nós efetuamos as reformas na empresa como um todo. Tanto que temos o alvará de todos os órgãos competentes para o funcionamento da empresa", explica. Questionada sobre a reforma de 1985, a empresa reafirmou que tudo foi feito dentro da legalidade.
Vila de casas continua isolada
Os moradores das casas atingidas pelos destroços dos silos, na Vila Nossa Senhora do Carmo, ainda não retornaram ao local. Segundo a advogada Andréa Maranhão, as 23 famílias da vila foram levadas para hotéis ou apartamentos alugados pela fábrica e continuam sendo assistidas pela empresa.
Elas temem voltar para as casas porque parte do silo que se rompeu permanece pendurada, sustentada pela estrutura de concretos e por andaimes. Por isso, aguardam um posicionamento oficial atestando que não há risco de novos acidentes.
Os proprietários aguardam ainda a conclusão das investigações para cobrar indenizações dos responsáveis pelo desabamento.
Parte da Avenida Comendador Leão, onde fica a fábrica, também continua interditada e, com isso, os congestionamentos na região são frequentes.
Por meio da assessoria de comunicação, a Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) disse que aguarda o processo com os laudos da empresa contratada pela Motrisa para decidir sobre a liberação da via e dos imóveis.
De acordo com Andréa, o laudo elaborado pela Bedê Engenharia foi encaminhado à prefeitura e ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Nós procuramos dar toda a assistência aos moradores. A empresa assinou um termo de compromisso e, enquanto a Justiça achar necessário, iremos pagar o aluguel, cumprindo todas as recomendações jurídicas”, explica a advogada.
No momento, sem riscos
O documento chegou à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) em Alagoas, responsável por autorizar o funcionamento da empresa. Segundo o auditor fiscal Elton Machado, o laudo enviado e assinado por engenheiros diz que, no momento, o moinho não oferece risco de novos acidentes, mas deve fazer reformas.
“Vendo os laudos que nós recebemos, podemos constatar que o moinho não oferece risco de sinistro, desde que não seja mais armazenado trigo nos silos nas condições em que se encontram. Vimos também que a estrutura apresenta alguma corrosões, então, acredito que se a empresa desejar reutilizar o local, ela deve fazer reformas para prolongar a sua vida útil”, diz o auditor.
Apesar da dimensão do acidente, apenas uma vítima foi internada na UTI devido aos ferimentos, mas teve alta semanas depois. Não houve mortos.
O levantamento foi feito por uma empresa de Belo Horizonte, a pedido do próprio Moinho Motrisa. Segundo o documento, não foi feita nenhuma mudança na armação construída em 1974 para sustentar os silos, mesmo após reformas que aumentaram o peso de todo o conjunto.
Em 1985, foi adicionada uma camada de concreto de dois a quatro centímetros de espessura às torres da fábrica, para corrigir fissuras e trincas. Isso, aliado ao processo de enchimento e esvaziamento dos silos com trigo, teria reduzido o tempo de vida útil da estrutura.
"Nesse trabalho de capeamento realizado naquela ocasião não foram acrescentadas armaduras de reforço que permitissem redistribuir as tensões localizadas já instaladas na estrutura original”, afirma o laudo da empresa Bedê Engenharia de Estrutura, que mostra o resultado de inspeções com pedaços do silo que ficaram no pátio do moinho.
Segundo a empresa de engenharia, a falta de reforço nas armaduras facilitou a reabertura de fissuras. A ação da maresia sobre os silos da fábrica, devido à proximidade do mar, provocou a oxidação do material. "Nessas regiões com aberturas acima dos valores recomendados pelas normas vigentes, é facilitada a penetração de oxigênio e cloretos da atmosfera, submetendo as armaduras a condições desfavoráveis quanto à sua durabilidade", aponta o documento.
A advogada responsável pelo setor jurídico do Moinho Motrisa, Andréa Maranhão, informou à reportagem do G1 que a fábrica passava por reparos periódicos, tanto nos silos como na estrutura geral. "Sempre que necessário, nós efetuamos as reformas na empresa como um todo. Tanto que temos o alvará de todos os órgãos competentes para o funcionamento da empresa", explica. Questionada sobre a reforma de 1985, a empresa reafirmou que tudo foi feito dentro da legalidade.
Vila de casas continua isolada
Os moradores das casas atingidas pelos destroços dos silos, na Vila Nossa Senhora do Carmo, ainda não retornaram ao local. Segundo a advogada Andréa Maranhão, as 23 famílias da vila foram levadas para hotéis ou apartamentos alugados pela fábrica e continuam sendo assistidas pela empresa.
Elas temem voltar para as casas porque parte do silo que se rompeu permanece pendurada, sustentada pela estrutura de concretos e por andaimes. Por isso, aguardam um posicionamento oficial atestando que não há risco de novos acidentes.
Os proprietários aguardam ainda a conclusão das investigações para cobrar indenizações dos responsáveis pelo desabamento.
Parte da Avenida Comendador Leão, onde fica a fábrica, também continua interditada e, com isso, os congestionamentos na região são frequentes.
Por meio da assessoria de comunicação, a Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU) disse que aguarda o processo com os laudos da empresa contratada pela Motrisa para decidir sobre a liberação da via e dos imóveis.
De acordo com Andréa, o laudo elaborado pela Bedê Engenharia foi encaminhado à prefeitura e ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Nós procuramos dar toda a assistência aos moradores. A empresa assinou um termo de compromisso e, enquanto a Justiça achar necessário, iremos pagar o aluguel, cumprindo todas as recomendações jurídicas”, explica a advogada.
No momento, sem riscos
O documento chegou à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) em Alagoas, responsável por autorizar o funcionamento da empresa. Segundo o auditor fiscal Elton Machado, o laudo enviado e assinado por engenheiros diz que, no momento, o moinho não oferece risco de novos acidentes, mas deve fazer reformas.
“Vendo os laudos que nós recebemos, podemos constatar que o moinho não oferece risco de sinistro, desde que não seja mais armazenado trigo nos silos nas condições em que se encontram. Vimos também que a estrutura apresenta alguma corrosões, então, acredito que se a empresa desejar reutilizar o local, ela deve fazer reformas para prolongar a sua vida útil”, diz o auditor.
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