Abatedouro de aves vai gerar 600 empregos em Alagoas

Por Redação com Agência Alagoas 16/03/2014 17h05
Por Redação com Agência Alagoas 16/03/2014 17h05
Abatedouro de aves vai gerar 600 empregos em Alagoas
Foto: Agência Alagoas
A empresa Frango Toda Hora, do Grupo Ferraz, está chegando a Alagoas e traz para o Estado o primeiro abatedouro de aves, com infraestrutura que atende todas às exigências dos órgãos fiscalizadores e garante a segurança alimentar dos produtos. A previsão é que a empresa seja inaugurada em maio deste ano.

O empreendimento já conta com o apoio do secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), José Marinho Júnior que, na próxima semana, irá se reunir com outros representantes do governo, a fim de criar políticas públicas mais acessíveis para que empresas como estas se instalem em Alagoas e, assim, fortaleçam as cadeias produtivas do setor.

Para Marinho, o abatedouro vem solucionar um dos problemas atuais do Estado que é a falta de um local próprio para abate das aves, produzidas pelos agricultores familiares. “Os produtores alagoanos poderão contar com esta estrutura e fornecer para esta empresa. Além disso, a chegada de um empreendimento exemplo, pode mobilizar a formação de novos abatedouros, seguindo estes padrões, ainda que sejam em tamanho menor”, destacou o secretário.

De acordo com o empresário, Rildo Ferraz, que já trabalha há 20 anos no setor e atende demandas de Pernambuco, Bahia, Ceará, Maranhão e Sergipe, a escolha por Alagoas para montar o abatedouro foi feita, exatamente, por reconhecer a ausência de uma estrutura como esta. “Trouxe a empresa porque vi que Alagoas precisava de um abatedouro como este. Claro que é uma visão de negócio, mas também é a chance de fazer um trabalho integrado com os pequenos produtores alagoanos e dar a eles a oportunidade de fortalecerem sua produção, com um local de abate que garante a segurança alimentar de seus clientes e o fomento da atividade, por ser também uma ferramenta para escoamento da produção”, explicou o empresário.

Segundo Rildo, o empreendimento já garante a geração de cerca de 600 empregos diretos e indiretos, além de movimentar a cadeia produtiva local que irá alimentar o negócio. “Os impostos para este tipo de negócio no Estado, ainda precisam ser revistos. Entendo que ninguém pleiteou isso ainda. Mas, com o apoio da Seagri e com a visão do governo do Estado, acredito que posso ficar tranquilo que tudo vai dar certo e que este será um benefício não só para minha empresa, mas para a agricultura como um todo”, destacou.

De acordo com ele, o local estará disponível para prestação de serviço de abate para outros criadores que ainda não dispõem de uma estrutura, dentro das normas de segurança alimentar;

Tributos

Em Pernambuco, a comercialização do frango vivo é isenta de tributos. Comercializado fora do estado é tributado em 12% com crédito presumido de igual valor. Já o frango abatido, no centro-sul de Pernambuco, vem com alíquota de 7%. Para comercialização é tributado em 5% (regime atacado) e na industrialização é 0%. Dentro do Estado é tributado 17% e o crédito é presumido de 17%; fora, é tributado com alíquota de 12% e redução de base de cálculo de 58,8% com tributação na nota fiscal.

Para Alagoas, o ICMS estadual tem o benefício do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Prodesin), que dá um crédito presumido sobre a produção do estabelecimento industrial, gerando uma carga tributária de 8,5% para a indústria beneficiada. “No caso de Alagoas, teremos que aumentar 4,48% o valor do frango abatido para mantermos o mesmo resultado operacional do estado vizinho. Com este pleito atendido, ficaremos mais competitivos e expandiremos a atividade com o sistema de integração avícola, por meio de pequenos e médios produtores”, reforçou o empresário.

“Acredito na visão do governador Teotonio Vilela e dos representantes do governo que devem reconhecer esta como mais uma ação em benefício do setor agropecuário do Estado. Não tenho dúvidas de que alternativas serão analisadas para que criemos um ambiente favorável à formação de novos abatedouros. Vamos trabalhar para beneficiar os pequenos agricultores familiares de Alagoas com políticas públicas acessíveis”, disse o secretário José Marinho Júnior.

Integração

Os investimentos passam dos R$ 8 milhões. A empresa terá capacidade de abater 24 mil frangos, a cada turno de 8 horas. Na estrutura estão vestiário, balança, área de convivência, área administrativa, refeitório, fábrica de gelo, e toda a infraestrutura que uma empresa deste porte precisa para o abate de frango e para a produção de derivados. A ideia é inicialmente, comercializar frango caipira, cortes especiais de frango, miúdos, e no futuro; embutidos.

Mas, para atender a esta demanda, ele abastecerá a empresa tanto com a produção de pintos do Grupo Ferraz como com a aquisição da produção dos agricultores familiares do Estado. Ele chega com a proposta de um projeto de Integração, no qual o pequeno produtor, chamado integrado, entra com o manejo em sua propriedade, e o integrador, no caso o Grupo Ferraz, entra com o fornecimento de pinto, ração, vacinas, assistência e no final, ainda remunera o integrado com uma porcentagem a cada ave.

“Este modelo é bastante utilizado em Pernambuco e no sul do país tem dado certo, porque permite que o pequeno criador continue no campo e com renda e qualidade de vida para sua família. Podemos fechar parcerias também com programas do governo do Estado”, disse Rildo Ferraz.
“Já temos o Programa de Avicultura Familiar do Estado que vem mudando a vida de milhares de pessoas. Esta é a oportunidade de ampliar e fortalecer, ainda mais, a atuação do programa”,
complementou Marinho. Para o chefe de inspeção do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Adeal), Francisco Tavares, a instalação da empresa Frango Toda Hora em Alagoas ajuda a fechar o ciclo de produção desta cadeia produtiva.

“No Estado só existem abatedouros clandestinos e se continuar assim vai chegar uma hora que será proibida a comercialização deste produto. O abatedouro garante o abate, seguindo a legislação sanitária e garantindo ao consumidor um produto seguro e de qualidade”, afirmou.