Aos 41 anos, Rivaldo realiza sonho de atuar ao lado do filho no Mogi Mirim

Por Globo Esporte 19/02/2014 09h09
Por Globo Esporte 19/02/2014 09h09
Aos 41 anos, Rivaldo realiza sonho de atuar ao lado do filho no Mogi Mirim
Rivaldo e Rivaldinho juntos em ação contra o XV - Foto: Luciano Claudino
Valeu a pena Rivaldo superar as dores no joelho direito e adiar o fim da carreira. A persistência do pentacampeão mundial foi recompensada com um momento especial na noite desta quarta-feira, quando ele realizou o sonho de atuar ao lado do filho Rivaldo. Os dois estiveram em campo juntos por pouco mais de 35 minutos no empate por 1 a 1 do Mogi Mirim com o XV de Piracicaba no Estádio Romildo Ferreira, pela nona rodada do Paulistão. Apesar de o resultado ter sido frustrante, já que o Sapo vencia até os 42 do segundo tempo, o feito histórico prevaleceu.

- Agradeço a Deus por esse momento, por ter chegado com saúde a essa idade e realizar esse sonho. Fico feliz de ter jogado e participado com o meu filho. Infelizmente deixamos a vitória escapar, mas foi uma noite muito especial - disse Rivaldo, também presidente do Mogi Mirim.

Com a camisa 10, Rivaldo iniciou a partida do banco de reservas, de onde viu o filho, com o número 16 às costas, iniciar o terceiro jogo como titular entre os profissionais. O caminho dos dois dentro de campo, em curvas opostas na carreira, foi se cruzar aos nove minutos do segundo tempo. Foi quando Aílton Silva colocou o pentacampeão no lugar de Magrão. Pai e filho, porém, só foram participar de uma mesma jogada aos 44 minutos, com o duelo já empatado em 1 a 1, quando, em um contra-ataque, Rivaldinho procurou Rivaldo. O lance não deu em nada.

Antes, houve até um sinal de desculpas do pai para o filho, aos 32 minutos, em um lance que Rivaldo recebeu na entrada da área e preferiu bater em vez de tocar para Rivaldinho que passava em velocidade pela ponta. Na hora de ir cobrar o escanteio, o pentacampeão levantou a mão como se reconhecesse que poderia ter optado pelo toque.

Rivaldo também já havia reclamado de um toque de mão de Alan Bahia dentro da área, em um chute que saiu da sua canhota. Mas quando o árbitro marcou pênalti em Serginho, Rivaldo, ao contrário da expectativa geral, não foi o encarregado da cobrança. A responsabilidade ficou para Elanardo, que não decepcionou e fez com categoria.

Do alto da sua experiência, mas longe do vigor físico de outros tempos, Rivaldo tentou ajudar o Mogi a segurar a bola no ataque. Uma jogada individual de Cafu aproveitada por Breitner, no entanto, impediu que a noite do pentacampeão fosse perfeita. Agora, ele já tem o próximo objetivo em mente antes de, enfim, pendurar as chuteiras plenamente realizado. Ele sofre de uma lesão crônica no joelho desde o ano passado (popularmente chamada de 'água no joelho) e realizou tratamento intensivo nas últimas semanas para 'fugir' da mesa de cirurgia e reunir condições de ficar à disposição de Ailton Silva. O problema limita os movimentos do meia.

- Eu estou trabalhando forte toda a semana, me recuperando, para não ter de operar e poder jogar mais alguns jogos com ele (Rivaldinho). Quem sabe eu tenha a oportunidade de dar um passe para um gol dele. Seria muito legal - completou o meia, que, apesar do cargo máximo no clube, fez questão de ressaltar os méritos de Rivaldinho e descartar qualquer tipo de influência no aproveitamento do filho.

- Eu fico muito feliz por ele, que trabalha duro todo o dia. É assim desde as categorias de base, e agora vem conquistando a confiança do treinador, que tem aproveitado bastante. Eu não faço nada em relação a isso. É mérito exclusivo do meu filho - disse Rivaldo, patrão e companheiro do filho.

O duelo também marcou o retorno de Rivaldo como jogador à casa do Mogi após 22 anos. Em 1992, após se destacar no 'Carrossel Caipira', ele deixou o clube para defender o Corinthians e, então, ganhar projeção nacional. Foi a segunda partida de Rivaldo neste Paulistão. A primeira foi na derrota por 4 a 0 para o São Paulo, no Morumbi, pela segunda rodada. Na oportunidade, ele disse ter atuado para proteger o filho da pressão. Foi, também, a primeira vez que Rivaldinho foi relacionado entre os profissionais. De lá para cá, o atacante já fez dois gols (contra Penapolense e Botafogo).