Ufal homenageia alagoano desaparecido durante a ditadura militar
Voltar ao passado marcado pela saudade da perda de um ente querido, mas com a consciência da luta pela democratização do País. Assim expressou emocionada a chilena Marcy Garcia, viúva do alagoano Luiz Almeida Araújo, quando recebeu da Universidade Federal de Alagoas uma placa em homenagem ao marido, na última quinta-feira, 27, no gabinete do reitor Eurico Lôbo.
Luiz Almeida desapareceu em 1971, em São Paulo, onde residia, durante a ditadura militar e, assim como Marcy Garcia, militava na Aliança Libertadora Nacional. A placa entregue à esposa foi concedida pelo Programa Ufal em Defesa da Vida e faz parte das ações do Memorial “Pessoas Imprescindíveis”, instalado em 29 de novembro de 2010, em homenagem aos alagoanos mortos e desaparecidos. O monumento fica na conhecida Praça da Paz, localizada no Campus A. C. Simões, próximo ao Restaurante Universitário.
Além de familiares, participaram da solenidade a vice-reitora Rachel Rocha, o pró-reitor estudantil Pedro Nélson Ribeiro, a professora Fátima Albuquerque e a coordenadora do Programa Ufal em Defesa da Vida, Ruth Vasconcelos. Após a homenagem, Marcy Garcia também visitou o Memorial e o Bosque em Defesa da Vida, criado pela Ufal para simbolizar, com o plantio de mudas de árvores da Mata Atlântica, um espaço de referência e reflexão para familiares de vítimas de violência de uma forma geral.
Dificuldades
Natural do Chile, atualmente Marcy Garcia vive nas Antilhas Francesas e está em Maceió visitando familiares do marido. Ela conheceu o alagoano Luiz Almeida Araújo em Cuba, no final de 1968 e um ano depois, já casados, vieram para o Brasil. O alagoano estudou Arquitetura no Rio de Janeiro, mas não concluiu o curso. Em São Paulo, onde desapareceu em 1971, dava aulas de História e Ciências Sociais em um curso preparatório para vestibular, em Santo André.
Da união do casal nasceu a filha Alina, que tinha apenas um pouco mais de um ano de idade quando o pai desapareceu. Advogada, Alina está com 40 anos, é viúva, tem duas filhas e fixou residência nos Estados Unidos.
A chilena Marcy Garcia, que é médica, faz uma breve retrospectiva do quanto foi difícil sair do Brasil com a filha criança após o desaparecimento do marido, porque ambas figuravam como pessoas procuradas pela ditadura militar. Com a filha nos braços atravessou, caminhando, a fronteira indo para o Paraguai. “A partir de lá fomos para o Uruguai e a Argentina e chegamos ao meu país, o Chile, um pouco antes do Golpe Militar de Pinochet, em setembro de 1973. Saí, junto com minha filha, para o México, onde ficamos asiladas na Embaixada e depois seguimos para Cuba”, disse, muito emocionada.
A viúva de Luiz Almeida Araújo enalteceu a iniciativa da universidade e disse ter ficado emocionada com a homenagem ao marido. “Fiquei muito sensibilizada com esse encontro na Ufal e pela colocação feita, na oportunidade, pelo reitor Eurico Lôbo. Ele destacou a contribuição dos militantes políticos, muitos deram a própria vida, como Luiz Almeida, para a construção da democracia e da liberdade no Brasil”, enfatizou Marcy Garcia, que tem retorno previsto para as Antilhas Francesas na esta semana.
Luiz Almeida desapareceu em 1971, em São Paulo, onde residia, durante a ditadura militar e, assim como Marcy Garcia, militava na Aliança Libertadora Nacional. A placa entregue à esposa foi concedida pelo Programa Ufal em Defesa da Vida e faz parte das ações do Memorial “Pessoas Imprescindíveis”, instalado em 29 de novembro de 2010, em homenagem aos alagoanos mortos e desaparecidos. O monumento fica na conhecida Praça da Paz, localizada no Campus A. C. Simões, próximo ao Restaurante Universitário.
Além de familiares, participaram da solenidade a vice-reitora Rachel Rocha, o pró-reitor estudantil Pedro Nélson Ribeiro, a professora Fátima Albuquerque e a coordenadora do Programa Ufal em Defesa da Vida, Ruth Vasconcelos. Após a homenagem, Marcy Garcia também visitou o Memorial e o Bosque em Defesa da Vida, criado pela Ufal para simbolizar, com o plantio de mudas de árvores da Mata Atlântica, um espaço de referência e reflexão para familiares de vítimas de violência de uma forma geral.
Dificuldades
Natural do Chile, atualmente Marcy Garcia vive nas Antilhas Francesas e está em Maceió visitando familiares do marido. Ela conheceu o alagoano Luiz Almeida Araújo em Cuba, no final de 1968 e um ano depois, já casados, vieram para o Brasil. O alagoano estudou Arquitetura no Rio de Janeiro, mas não concluiu o curso. Em São Paulo, onde desapareceu em 1971, dava aulas de História e Ciências Sociais em um curso preparatório para vestibular, em Santo André.
Da união do casal nasceu a filha Alina, que tinha apenas um pouco mais de um ano de idade quando o pai desapareceu. Advogada, Alina está com 40 anos, é viúva, tem duas filhas e fixou residência nos Estados Unidos.
A chilena Marcy Garcia, que é médica, faz uma breve retrospectiva do quanto foi difícil sair do Brasil com a filha criança após o desaparecimento do marido, porque ambas figuravam como pessoas procuradas pela ditadura militar. Com a filha nos braços atravessou, caminhando, a fronteira indo para o Paraguai. “A partir de lá fomos para o Uruguai e a Argentina e chegamos ao meu país, o Chile, um pouco antes do Golpe Militar de Pinochet, em setembro de 1973. Saí, junto com minha filha, para o México, onde ficamos asiladas na Embaixada e depois seguimos para Cuba”, disse, muito emocionada.
A viúva de Luiz Almeida Araújo enalteceu a iniciativa da universidade e disse ter ficado emocionada com a homenagem ao marido. “Fiquei muito sensibilizada com esse encontro na Ufal e pela colocação feita, na oportunidade, pelo reitor Eurico Lôbo. Ele destacou a contribuição dos militantes políticos, muitos deram a própria vida, como Luiz Almeida, para a construção da democracia e da liberdade no Brasil”, enfatizou Marcy Garcia, que tem retorno previsto para as Antilhas Francesas na esta semana.
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