A advogada, ex-assessora de Arthur Lira, alvo direto da investigação da Polícia Federal sobre possíveis desvios e irregularidades no pagamento de emendas parlamentares, já teria sido citada na investigação do caso Odebrecht.

A ação deflagrada no dia 12, investiga suspeitas de desvio de emendas parlamentares ligadas ao chamado Orçamento Secreto, mecanismo que marcou o debate sobre transparência no Congresso Nacional nos últimos anos. À época dos fatos atualmente apurados, Mariângela atuava como assessora do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

Segundo revelado nesta quarta-feira, 17, no ano de 2014, Mariângela Fialek já havia sido citada em apurações relacionadas ao escândalo da Odebrecht, quando exercia a função de assessora parlamentar do então senador Romero Jucá (MDB), uma das figuras centrais do cenário político brasileiro naquele período.

Segundo investigações conduzidas pelo Ministério Público, Mariângela teria encaminhado à construtora Odebrecht um rascunho de texto legislativo antes mesmo de sua análise e apresentação formal no Senado Federal. O material fazia referência às medidas provisórias nº 651 e nº 656, que tramitavam no Congresso Nacional e tratavam de incentivos fiscais de interesse direto da empreiteira.

De acordo com os investigadores, o e-mail enviado no segundo semestre de 2014 mencionava alterações em um parecer legislativo que teria sido previamente discutido entre executivos da Odebrecht e o senador Romero Jucá. Informações divulgadas pelo portal Metrópoles apontam que mensagens internas da construtora, reveladas ao longo das investigações, indicavam o parlamentar como um dos articuladores, no Congresso, de mudanças legislativas favoráveis à empresa.