A articulação política que visava levar o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL) ao Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE-AL) enfrenta forte resistência dentro da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Segundo fontes políticas, o plano previa que o conselheiro Otávio Lessa, sogro de Brito, antecipasse sua aposentadoria para abrir espaço ao genro, mas o plano 'morreu na praia'.

A proposta foi rechaçada por lideranças da Casa Tavares Bastos, que reforçaram que a indicação do próximo conselheiro é uma prerrogativa exclusiva do Poder Legislativo alagoano. Deputados afirmaram, nos bastidores, que não aceitarão interferências externas na escolha da futura vaga do TCE-AL, o que esvazia a articulação em torno do nome de Rafael Brito.

De acordo com informações do jornalista Voney Malta, a movimentação ocorre em meio a um período de tensão interna no MDB, que enfrenta dificuldades para montar uma chapa competitiva nas eleições de 2026. Há preocupação crescente com a reeleição da atual bancada federal, e as disputas por espaços estratégicos — como o TCE — refletem o cenário de incerteza dentro do partido.

Avaliações internas apontam que, para garantir uma cadeira na Câmara Federal, o MDB precisaria atingir cerca de 180 mil votos em Alagoas. Já para conquistar uma segunda vaga, o número ultrapassaria 280 mil votos, um desafio expressivo diante dos 1,6 milhão de eleitores efetivamente votantes no estado.

Atualmente, o MDB conta com dois nomes de destaque na bancada federal: Isnaldo Bulhões, líder do partido na Câmara, e Rafael Brito, que ainda avalia seus próximos passos políticos. A resistência à sua possível indicação para o Tribunal de Contas, somada à indefinição sobre seu futuro, intensifica a disputa interna e aumenta a pressão por renovação dentro da sigla.