A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que estuda deixar a Rede Sustentabilidade após sucessivos atritos com a ex-senadora alagoana Heloísa Helena. Segundo Marina, a decisão sobre sua saída “se vier, será tomada no tempo certo”. O partido enfrenta atualmente disputas judiciais entre os dois grupos, aprofundando a crise interna.

Na sexta-feira, 19, Marina relembrou que fundou a Rede com o objetivo de criar uma sigla inovadora, sem presidência formal, mas destacou que as discordâncias internas se intensificaram e acabaram na Justiça. O último congresso do partido consolidou a derrota de seu grupo, com a vitória de Paulo Lamac, o que fragilizou ainda mais sua posição na legenda.

Questionada sobre possíveis alternativas partidárias, a ministra disse manter diálogo com lideranças, mas negou convite formal para retornar ao PSB. Ela relatou encontros recentes com o prefeito do Recife, João Campos, com Edinho Silva e com o vice-presidente Geraldo Alckmin. “O prefeito João Campos me fez uma visita quando foi eleito presidente do PSB, há três meses”, disse Marina.

Apesar da turbulência política, Marina reafirmou que sua prioridade é apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026 e fortalecer a base governista em São Paulo. A ministra declarou torcida para que Fernando Haddad seja candidato ao governo ou ao Senado. Quando questionada sobre eventual candidatura própria, foi categórica: “Minha prioridade é ajudar o ministro Fernando Haddad”.

Sobre um possível retorno à disputa presidencial, Marina descartou qualquer chance. Ela lembrou suas campanhas anteriores e afirmou já ter cumprido seu papel ao inserir a pauta ambiental no debate nacional. “Na 1ª vez que concorri, tive 19,6 milhões de votos. Na 2ª, 21 milhões. Na 3ª, 1 milhão. Entendo que coloquei a pauta ambiental na mesa. Já dei a minha contribuição”, disse.