O complexo turístico de Olho d’Água do Casado, porta de entrada para os famosos Cânions do São Francisco, no Sertão de Alagoas, está sob risco de demolição após relatório do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) apontar irregularidades em construções erguidas dentro do Projeto de Assentamento Olho d’Água, conhecido popularmente como “Prainha da Dulce”.

De acordo com o documento, bares, restaurantes, chalés e até o mirante turístico foram construídos em áreas de preservação permanente e de reserva legal sem a devida autorização do órgão federal. O Incra também questiona a pavimentação da rodovia Portal dos Cânions, inaugurada em 2020, que corta terrenos do assentamento.

A Prainha da Dulce, principal ponto de embarque para os passeios aos cânions, está no centro da polêmica. A região se consolidou como um dos cartões postais de Alagoas, atraindo visitantes locais e estrangeiros, e se tornou essencial para a economia da cidade, garantindo emprego e renda a famílias que vivem do turismo.

Empresários e trabalhadores do setor turístico têm se manifestado contra a medida, alegando que a demolição pode gerar graves prejuízos econômicos. Donos de pousadas, hotéis, embarcações e restaurantes reforçam que dependem diretamente da manutenção do complexo para sustentar a atividade turística que movimenta a cidade.

A Prefeitura de Olho d’Água do Casado, ciente da situação desde 2021, só recentemente iniciou ações para tentar evitar as demolições.