A ministra alagoana Maria Marluce Caldas assumiu oficialmente o cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Natural de Ibateguara, Alagoas, e oriunda do Ministério Público alagoano (MPAL), onde construiu sólida carreira como promotora e procuradora de Justiça, ela passa a integrar a corte responsável por uniformizar a interpretação da legislação federal em todo o país.

A cerimônia de posse ocorreu no plenário do STJ, em Brasília, reunindo autoridades dos três Poderes, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, que representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também participaram ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), presidentes da Câmara e do Senado, além de lideranças políticas e jurídicas de Alagoas, como os senadores Renan Calheiros (MDB), Fernando Farias (MDB) e Eudócia Caldas (PL), o prefeito de Maceió, JHC (PL), e o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Fábio Bittencourt.

Logo após a solenidade, Marluce Caldas ressaltou o simbolismo de sua chegada ao STJ e afirmou querer servir de referência para mulheres que buscam espaço na vida pública. “Quero mostrar que nós podemos chegar e que elas tenham em mim a inspiração. O que mais falta às mulheres não é competência, mas apoio. Precisamos ocupar mais espaços nas instituições”, declarou.

Com trajetória marcada pela defesa dos direitos humanos e da cidadania, Marluce lembrou as dificuldades enfrentadas no interior de Alagoas, onde atuou por dez anos. “Trabalhei em locais com falta de água, energia e saneamento. Essa vivência me fortaleceu para lutar por políticas públicas que assegurem dignidade e justiça social. No STJ, quero contribuir para uma justiça mais acessível e voltada para todos os brasileiros”, afirmou.

A nova ministra integrará a 5ª Turma Penal do tribunal e destacou a relevância do Direito Penal em sua visão de transformação social. “Ele serve para defender a sociedade, mas também a liberdade do cidadão. Quero olhar especialmente para crianças, mulheres e jovens vulneráveis. Se cuidarmos da primeira infância e apoiarmos mães solo, poderemos reduzir a violência e construir um país mais humano e justo”, disse.

A posse de Marluce Caldas foi celebrada por diversas autoridades. O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Lean Araújo, destacou que a colega atuará com “dedicação, imparcialidade e respeito aos direitos fundamentais”.

O senador Renan Calheiros classificou a conquista como “histórica” por ser a primeira alagoana a integrar o STJ. Já o ministro Humberto Martins, também alagoano, afirmou que “Marluce será uma luz na defesa da igualdade, da fraternidade e da cidadania no Tribunal da Cidadania”.

Dos 33 ministros do STJ, atualmente apenas seis são mulheres. Com a chegada de Marluce Caldas, o número sobe para sete.