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Prioridade do PT frustra planos de Paulão para o Senado em Alagoas

Por Política em Pauta 22/07/2025 11h11
Por Política em Pauta 22/07/2025 11h11
Prioridade do PT frustra planos de Paulão para o Senado em Alagoas
Ronaldo Medeiros e Paulão - Foto: MST/AL

A direção nacional do PT decidiu que, em Alagoas, a prioridade absoluta para as eleições de 2026 será eleger ao menos um deputado federal, decisão que frustrou diretamente os planos do deputado federal Paulão (PT), que havia anunciado interesse em disputar uma vaga ao Senado. O recado foi transmitido ao novo comando estadual do partido logo após a eleição interna que escolheu o deputado estadual Ronaldo Medeiros como presidente da legenda no estado, sinalizando uma mudança de rumos e de estratégia.

Nos bastidores, a orientação nacional é vista como um freio à pretensão de Paulão, já que o partido avalia manter alianças históricas e apoiar a reeleição de Renan Calheiros (MDB) ao Senado, ao lado de Renan Filho na disputa pelo governo estadual. Essa composição é considerada estratégica para garantir palanque e ampliar o espaço político do PT em 2026, fortalecendo a federação formada por PT, PV e PCdoB, que em 2022 conquistou apenas duas cadeiras na Câmara Federal por Alagoas.

Ronaldo Medeiros, ao assumir a presidência estadual, declarou em entrevista ao Jornal Extra de Alagoas que mantém diálogo aberto com Paulão, apesar das divergências, e que, em tese, o diretório não descarta apoiar um nome próprio ao Senado. No entanto, ele mesmo reconhece que a prioridade definida por Brasília altera o tabuleiro. “Tivemos nossas diferenças, mas caso ele nos procure com o desejo de realmente se lançar como candidato ao Senado Federal a gente vai apoiar. Para gente seria muito bom conseguir emplacar alguém no Senado”, disse Medeiros, sinalizando boa vontade, mas ciente do peso da decisão nacional.

Aliados de Paulão admitem que o deputado só manterá a pré-candidatura ao Senado caso não encontre oposição da direção nacional ou do presidente Lula. Eles lembram que a retirada de Paulão da coordenação da bancada federal, cargo que ocupava há mais de dois anos, já foi interpretada como sinal de desgaste interno. A justificativa apresentada teria sido a falta de reuniões gerais durante sua gestão, mas, nos bastidores, o episódio também envolveu disputas com grupos alinhados a Renan Calheiros e a Arthur Lira (PP).