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Padre é alvo de ação judicial, da arquidiocese de Maceió, por falta de prestação de contas de R$ 3,1 milhões

Por Política em Pauta com Extra Alagoas 27/05/2025 14h02
Por Política em Pauta com Extra Alagoas 27/05/2025 14h02
Padre é alvo de ação judicial, da arquidiocese de Maceió, por falta de prestação de contas de R$ 3,1 milhões
Padre Walfran - Foto: Divulgação

O padre Walfran Fonseca, ex-diretor tesoureiro da Fundação Recriar, é o principal alvo de uma ação cível movida pela Arquidiocese de Maceió. A medida cobra a prestação de contas de R$ 3,1 milhões recebidos entre 2018 e 2024, destinados à execução de projetos sociais voltados à capacitação profissional e reintegração de dependentes químicos.

A ação tramita na 6ª Vara Cível de Maceió e também tem como réu Ronnie Rayner Teixeira Mota, ex-presidente do conselho fiscal da Fundação. Ambos são acusados de não apresentar documentação nem relatórios financeiros referentes aos recursos públicos transferidos por meio de convênios com o Ministério do Desenvolvimento Social.

Segundo a Arquidiocese, os repasses deveriam ter sido aplicados em dez projetos sociais, incluindo cursos profissionalizantes nas áreas de padaria, corte e costura, marcenaria, encanação e serigrafia. A falta de registros contábeis e transparência motivou a ação judicial, que busca garantir a correta aplicação do dinheiro público. Parte dos convênios, com valores que variam entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão, permanece sem qualquer prestação de contas.

A Fundação Recriar funcionava no mesmo endereço da Arquidiocese, no bairro do Farol, em Maceió, e atuava como uma federação de comunidades terapêuticas, com instituições filiadas como Nova Jericó, Casa Dom Bosco, Fazenda Esperança e Rosa Mística.

Com a chegada de Dom Carlos Alberto Breis Pereira (Dom Beto) ao arcebispado, em abril de 2024, a Arquidiocese promoveu uma reestruturação administrativa. Toda a diretoria da Fundação Recriar foi afastada, e auditorias foram iniciadas também na Fundação Leobino e Adelaide Mota.

A Arquidiocese esclareceu, em nota, que a ação é de natureza cível, sem imputação criminal neste momento, e segue a orientação da Santa Sé para garantir a boa gestão dos bens da Igreja. A atual administração também reforçou que as medidas buscam proteger os valores institucionais da Igreja e zelar pelo uso correto de recursos públicos.

Além da ação envolvendo a Recriar, o padre Walfran Fonseca responde a outras investigações graves. Uma delas apura possíveis irregularidades na gestão da Associação Beneficente Paróquia de Santo Antônio, que teria movimentado cerca de R$ 14 milhões. A entidade mudou de sede após o afundamento de solo no bairro Bebedouro, causado pelas atividades da Braskem.

Walfran também está no centro de um processo no Ministério Público Federal por crime ambiental, após envolvimento na extração irregular de areia em um terreno pertencente à Igreja, localizado no litoral de Marechal Deodoro. A atividade foi paralisada em janeiro deste ano, por decisão judicial solicitada pela Arquidiocese, além de o contrato com a empresa ter sido rescindido e seguir em análise jurídica.

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