O senador Renan Calheiros (MDB) manifestou apoio ao prefeito de Rio Largo, Carlos Gonçalves (PP), no enfrentamento político contra seu tio e antecessor, Gilberto Gonçalves, o GG. O ex-prefeito, que foi exonerado na última segunda-feira, 31, do cargo de Secretário Especial de Governo, tem se mantido influente na administração municipal, gerando um ambiente de tensão e disputas internas na cidade.

O apoio de Renan Calheiros é um indício claro da aproximação entre o MDB e Carlos Gonçalves, o que pode representar uma mudança significativa no cenário político local. Esse movimento também reflete o enfraquecimento da influência do deputado federal Arthur Lira (PP) em Rio Largo, uma vez que GG é seu aliado histórico e tem desempenhado um papel estratégico na consolidação do grupo político do parlamentar na região.

A possível filiação de Carlos Gonçalves ao MDB ainda não foi oficializada, mas os bastidores indicam que as conversas avançam. O partido de Renan busca ampliar seu domínio político em Alagoas e enxerga no atual prefeito de Rio Largo uma peça-chave para fortalecer sua base. A estratégia inclui o suporte institucional do MDB, a articulação no Senado e na Câmara, bem como a viabilização de investimentos através de programas sociais e emendas parlamentares.

A perda de apoio do grupo de Lira tem impactado diretamente a gestão de Carlos Gonçalves, que se viu politicamente isolado após o rompimento com GG. Além disso, a falta de acesso a emendas parlamentares tem dificultado a manutenção de projetos e investimentos na cidade. Diante desse cenário, a adesão ao MDB pode ser uma saída estratégica para garantir novos recursos e reforçar a governabilidade em Rio Largo.

A tensão entre Carlos Gonçalves e Gilberto Gonçalves se intensificou nos últimos dias. Durante um evento em homenagem ao mês das mulheres, GG protagonizou um embate com o atual prefeito, afirmando publicamente que foi ele quem o colocou no cargo. Carlos rebateu dizendo que seu tio o considera fraco para administrar a cidade, evidenciando o racha entre os dois.

A crise atingiu um novo patamar ontem, segunda-feira, 31, com a leitura de uma suposta carta de renúncia de Carlos Gonçalves e do vice-prefeito Peterson Henrique (PP) na Câmara dos Vereadores. O prefeito negou a autenticidade do documento e denunciou uma tentativa de golpe, alegando fraude na assinatura e registrando o caso na Procuradoria Geral de Justiça.

As implicações desse conflito podem atingir as eleições estaduais de 2026. A aproximação entre Carlos Gonçalves e o MDB fortalece a posição dos Calheiros em Alagoas, ao mesmo tempo em que enfraquece Arthur Lira e seus aliados. O resultado desse embate pode redefinir alianças e alterar o equilíbrio de poder no estado.