O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas, Ricardo Barbosa, manifestou sua insatisfação com o pedido público de afastamento feito pela Resistência Socialista, corrente interna do partido, que é liderada pelo deputado estadual Ronaldo Medeiros.

Barbosa está sendo pressionado devido as acusações de irregularidades no uso de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral. Em entrevista à Gazeta, Barbosa lamentou o que considera uma exposição desnecessária de um tema que deveria ser tratado internamente no diretório do partido em Alagoas.

“A discussão poderia se dar, se fosse justo, internamente. São ataques externos que eu acho que o partido, se tivesse com sua saúde interna preservada, poderia muito bem digerir, rebater, porque o PT é um partido de esquerda e que está sujeito a esses ataques e não fazer o que a tendência Resistência Socialista fez, absorvendo os ataques e direcionando esses ataques ao presidente do partido, aos seus dirigentes, como se fosse o algoz”, afirmou Ricardo Barbosa.

A Resistência Socialista formalizou na última segunda-feira, 18, um pedido para que Barbosa se licencie da presidência estadual do PT até a conclusão de investigações que o envolvem em supostas irregularidades. A principal denúncia alega que ele teria favorecido seu filho, Guilherme Barbosa, com recursos partidários. Em nota divulgada nas redes sociais, a corrente defendeu que o afastamento temporário é essencial para preservar a imagem do partido e garantir a imparcialidade das investigações.

Apesar das tensões, o fim de semana trouxe uma tentativa de reaproximação entre lideranças. Ronaldo Medeiros, deputado e figura central da Resistência Socialista, encontrou-se com o deputado Paulão (PT) para debater os rumos da sigla e buscar a reconstrução do diálogo. Ambos haviam trocado críticas recentemente sobre decisões internas.

Com a eleição do diretório estadual marcada para junho de 2025, o PT em Alagoas enfrenta um momento decisivo. Para Barbosa, o desafio é garantir que a unidade do partido não seja comprometida pela exposição pública de disputas internas. “Esses embates devem fortalecer o PT, não desgastá-lo diante da sociedade. Nosso compromisso é com a integridade e os princípios que sempre nos guiaram”, concluiu Ricardo Barbosa.