Morreu no último sábado (6), aos 82 anos, José Correia de Souza, que foi o primeiro prefeito de Pariconha e era reconhecido como um importante líder sindical do Sertão de Alagoas.

Zé Correia, como era conhecido, fundou e foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pariconha, de 1997 até 2010. Antes disso, ele foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Água Branca.

Durante a ditadura militar, Zé Correia chegou a ser preso pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Ele também foi um dos principais responsáveis pela emancipação política de Pariconha, que ocorreu em 7 de abril de 1992.

Em nota, a Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Alagoas (Fetag-AL) lamentou a morte do político e líder sindical.

Veja abaixo na íntegra:

O Movimento Sindical Rural de Alagoas através da FETAG/AL, do pólo sindical do Alto Sertão, dos STTR's de Pariconha e de Água Branca se solidarizam com a família e os amigos de José Correia de Souza, mais conhecido como Zé Correia: grande líder sindical e político do sertão alagoano na luta contra a ditadura militar nos anos 1960.

Zé Correia também foi o primeiro prefeito de Pariconha, município em que lutou pela criação desde 1988 sendo sua emancipação política efetivada em 1992.

Neste sábado (06), às 16h, faleceu José Correia de Souza, uma das maiores lideranças da política e do sindicalismo sertanejo em Alagoas. Natural de Pariconha, onde nasceu em 26 de novembro de 1941, Zé Correia, como era mais conhecido, tinha 82 anos de idade.

Era um dos últimos combatentes do grupo organizado pela Ação Católica e pelo Movimento de Educação de Base naquela região, que se destacaram pelo enfrentamento aberto à ditadura militar e aos governantes locais, a partir da Cooperativa e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Água Branca.

Além de ter sido o primeiro prefeito de Pariconha, Zé Correia foi presidente e fundador do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Pariconha. Exerceu a presidência do sindicato, desde sua fundação no ano de 1997, através de diversos mandatos eletivos até o ano de 2010.

Sua luta pelos direitos dos trabalhadores rurais o levou a prisão junto com outros companheiros como Zé Novaes e Josué Correia que foram transferidos para a DOPSE em Maceió em 1968. Dias depois também foram presos Aldo Arantes, Gilberto Franco, Dodora, Rosa e seus filhos. Lutou ao lado de grandes figuras políticas pela democratização do país como Theo
Brandão dentre outros líderes políticos de Alagoas.

Neste momento de luto e de passagem, a FETAG/AL e toda sua diretoria se solidarizam com os amigos e a família de Zé Correia, ao tempo em que imortaliza sua luta, sua trajetória e sua história no Movimento Sindical Rural de Alagoas.