Servidores concursados da Prefeitura de Maragogi denunciaram que estão sendo alvo de perseguição política. As vítimas são quatro motoristas que tiveram inclusive os salários reduzidos em até 70%.

Os motoristas Jairo Pereira, Andrio Carlos, Fábio José e Ezequias Cardoso afirmam que estão sofrendo represálias por não fazem parte do grupo político do prefeito Sérgio Lira (PP).

Lotados na Maternidade Municipal Maria Vicência de Lyra, os quatro motoristas foram transferidos inexplicavelmente para a Secretaria Municipal de Transporte, onde eles afirmam que apenas cumprem horário, num local insalubre.

Ainda conforme os motoristas, a gestão efetuou cortes de até mais de 70% em seus salários, como provam através de seus contracheques.

“Vai fazer um ano que estamos aqui, para onde fomos transferidos verbalmente, sem nenhum encaminhamento oficial”, denunciou o servidor Andrios Carlos.

“Pedimos uma solução da Justiça, até porque sabemos que para preencher as nossas vagas, foram contratados mais motoristas, cerca de 13 profissionais, tendo pessoal do quadro efetivo para desempenhar a função. Vamos ficar nessa situação até quando?” completou.

O servidor Ezequias Cardoso da Silva, conhecido como Raposa, que dirige ambulância há 15 anos, foi, segundo ele, “castigado” por ser aliado do maior opositor do prefeito Sério Lira.

Ele recorreu e ganhou na justiça o direito de voltar, em regime de urgência, num prazo de cinco dias, à sua função de origem.

“Sendo restituída sua remuneração anteriormente percebida, retomando, portanto, os adicionais noturno e de insalubridade, bem como a gratificação de atividade especial, sob pena de incidir em multa mensal que arbitro em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), até o limite de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)”, diz a sentença do Juiz de Direito da Comarca de Maragogi, Dr. Douglas Beckhauser de Freitas.

O motorista alegou, na petição, que foi recolocado após aparecer em um vídeo ao lado de Marcos Madeira, ficando em uma espécie de reserva remunerada. Dessa forma, requereu a concessão de tutela de urgência para que o município devolvesse-o à função anterior, bem como que reinstituíssem o salário anteriormente recebido, no valor médio de R$ 3.918,56 (três mil novecentos e dezoito reais e cinquenta e seis centavos), retomando, portanto, os adicionais noturno e de insalubridade, bem como sua gratificação de atividade especial.

Na decisão, o Juiz ainda frisou indícios de que “tal transferência foi efetivada após pública manifestação política do demandante, contrária ao atual gestor municipal, o que permite concluir, ao menos neste Juízo de cognição sumária, que o ato pode ter sido prolatado sem visar atingir a interesse público relevante, mas sim punir servidor público por livremente expressar seus posicionamentos políticos”.