Uma reportagem da Folha de São Paulo revelou que o alagoano, presidente da Câmara Federal dos Deputados, Arthur Lira (PP) está em um embate para retirar posseiros de terras que seriam dele, localizadas em Quipapá, no interior de Pernambuco.

A fazenda de Lira em Quipapá, chamada "Engenho Proteção", tem 182 hectares (1,82 milhões de metros quadrados) e é utilizada pelo deputado para atividades de pecuária. Ela é localizada ao lado de outra fazenda da família de Lira, a Fazenda Estrela, que integra a declaração de bens (de 2020) de Benedito de Lira, prefeito da Barra de São Miguel e pai de Arthur Lira.

O embate de Lira com os posseiros acabou esbarrando no próprio "erro" do deputado. Ele reivindica a posse de terras que não declarou em suas listagens de bens entregues à Justiça Eleitoral, antes da eleição de 2018.

As terras pertenciam a uma antiga usina de cana de açúcar, que faliu na década de 1990. O local foi invadido por um grupo de sem-terra em 2017, motivando ação de reintegração de posse na Justiça pernambucana por iniciativa de Lira.

Na época, os Sem-terra foram expulsos do local, após uma determinação judicial. Mas atualmente outras famílias estão alojadas no local a qual Lira reivindica posse. Para comprovar que as terras são suas, Lira apresentou comprovante de compra, firmado em 2008, no valor de R$ 350 mil reais. Foi justamente esta documentação que Arthur Lira deixou de declarar à Justiça Eleitoral em 2018, dez anos após adquirido as terras.

A Fazenda a qual Lira luta para a retirada dos posseiros não é a única que não foi declarada por ele à Justiça Eleitoral. No início da semana, a Folha de São Paulo já havia mostrado documentos que apontam que ele deixou de declarar a aquisição dos direitos de outras duas fazendas localizadas em São Sebastião, interior de Alagoas.