A crise, meus amigos, não é só financeira, mas também de legitimidade e sintonia com os anseios e momento pelo qual o povo brasileiro está passando. Nossos parlamentares parecem viver numa realidade distante e totalmente desconexa da que enfrentamos. Você, cidadão/eleitor, concorda com esse aumento? Como se portou o representante que você ajudou a eleger? O voto dele representou a sua opinião? Alguma justificativa foi dada por parte dele?

                Na teoria todo e qualquer profissional deve ser bem remunerado e receber boas condições de trabalho, com os deputados não seria diferente, ainda mais por exercerem uma missão nobre. É bem verdade que nossos escolhidos tem jogado ao chão a nobreza, importância e decência da qual a função necessita.

A última década foi um período de conquistas para o serviço público, uma valorização tardia foi alcançada para diversas classes, para algumas castas até de forma indecente, mas nada comparado aos nossos parlamentares. Nenhuma classe trabalhadora consegue valorização com esse tamanho e com esse imediatismo. Os servidores quando conseguem uma reposição justa sempre esbarram em prazos que podem chegar a 4 anos.

                Não custa lembrar que em maio de 2012 nossos representantes aprovaram um aumento de incríveis 108%, a serem pagos todo de uma vez. Achou muito? Os mesmos decidiram que o aumento valeria desde o ano de 2011, devendo assim receberem o retroativo de um ano, quem precisa de mega-sena? Ou seja, 108% em 2012 e mais 25% em 2016, fecha a conta e passa a régua. Quem for bom de matemática faz a conta aí de porcentagem sobre porcentagem para ver de quanto foi o ganho em 4 anos.

 Vale lembrar da verba de gabinete, cargos comissionados, a famosa GDE, a folha 108...

                Ao povo previdência tardia, sucateamento de educação e saúde, suspensão de concursos públicos, suspensão de progressão funcional e congelamento de salários; para as castas superiores aumento de salário e ele, o auxílio moradia, pois não são só os parlamentares que vivem numa realidade paralela. O Estado tem se tornado um monstro a serviço de poucos.