É uma desordem do crescimento craniano e cerebral que acomete sobretudo os fetos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a literatura científica internacional, a microcefalia é uma anomalia em que o Perímetro Cefálico (PC) é menor que dois (2) ou mais desvios-padrão (DP) do que a referência para o sexo, à idade ou tempo de gestação. A medida do perímetro cefálico (PC) é muito importante no primeiro ano de vida, pois é um parâmetro antropométrico altamente correlacionado com o tamanho cerebral. Por conta disso, deve ser rotineiramente usado para seguimento individual de crianças de zero a 24 meses, período de maior crescimento pós-natal. Em linhas gerais, quando o pediatra detecta um PC inferior a 33 cm em um bebê nascido a termo, tem-se o diagnóstico de microcefalia.

A microcefalia relacionada ao vírus Zika é uma doença nova que está sendo descrita pela primeira vez na história e com base no surto que está ocorrendo no Brasil. Diversos fatores podem predispor o feto a sofrer os problemas que afetam o desenvolvimento normal da caixa craniana durante a gravidez nos primeiros anos de vida. Entre esses fatores encontram-se: consumo abusivo de álcool e/ou exposição a drogas durante gestação; anomalias genéticas; infecções durante a gravidez, especialmente rubéola, citomegalovírus, toxoplamose e atualmente o vírus Zika (transmitido pelo Aedes aegypti).

Com relação à microcefalia, o risco maior da infecção pelo Zika se dá na fase de desenvolvimento do córtex cerebral do feto, ou seja, os primeiros quatro meses de gravidez. No início da gestação, o vírus pode causar lesões no cérebro e interferir em fases do desenvolvimento do encéfalo. Não necessariamente uma grávida infectada pelo vírus Zika terá um bebê com microcefalia, porém estudos apontam um risco relevante, sendo assim de extrema relevância a realização do pré-natal para as gestantes, muito embora os danos causados no cérebro do feto em caso de microcefalia sejam irreversíveis.

A microcefalia pode ser acompanhada de epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, além de problemas de visão e audição.

A intervenção precoce com terapias de suporte, tais como: Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Psicologia, podem auxiliar o desenvolvimento infantil e melhorar a qualidade de vida.

Mulheres grávidas e não grávidas podem se proteger do mosquito: cobrindo partes expostas através de roupas longas e usando repelentes para evitar a picada do Aedes Aegypti. Além disso, roupas claras ofuscam a presença do mosquito, por brilharem muito, e favorecem a visualização do inseto. A utilização de telas nas janelas também pode ajudar.


Fontes: Scielo e Ministério da Saúde.