Antes de ser preso, Bolsonaro tentou violar tornozeleira eletrônica durante manifestações de apoio

Por Redação com agências 22/11/2025 08h08
Por Redação com agências 22/11/2025 08h08
Antes de ser preso, Bolsonaro tentou violar tornozeleira eletrônica durante manifestações de apoio
Bolsonaro preso - Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22/11) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por descumprir reiteradamente medidas cautelares e representar risco de obstrução de Justiça. A decisão, preventiva, foi tomada antes da fase de execução da pena de 27 anos e 3 meses imposta ao ex-presidente no inquérito do golpe. A Polícia Federal cumpriu a ordem pouco depois das 6h no Condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, e levou Bolsonaro para a Superintendência Regional da corporação no Distrito Federal.

A ação começou ainda de madrugada, com agentes posicionados nos acessos do condomínio e reforço da vigilância que já monitorava a casa do ex-presidente 24 horas por dia desde agosto. Por volta de 6h05, os policiais bateram à porta e entraram de forma discreta, evitando qualquer aglomeração de apoiadores. Bolsonaro foi informado da ordem de prisão ainda no quarto e não apresentou resistência, segundo relatos.

O comboio deixou o condomínio às 6h32 em dois carros descaracterizados e uma viatura de apoio. Às 6h54, o ex-presidente já estava na Superintendência da PF, que rapidamente foi isolada para reforço de segurança.

POR QUE BOLSONARO ESTAVA EM PRISÃO DOMICILIAR

A prisão preventiva determinada hoje se apoia em um histórico de violações. Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após Moraes considerar que o ex-presidente descumpriu uma série de cautelares impostas em 18 de julho, em um inquérito da PGR que apura obstrução de Justiça e atentado à soberania.

Entre as restrições determinadas pelo STF estavam:

uso de tornozeleira eletrônica;
recolhimento noturno;
proibição de contato com diplomatas;
proibição de transmissões on-line e uso de redes sociais.
Apesar disso, Bolsonaro manteve lives, aparições públicas e comunicação com aliados. Os episódios decisivos ocorreram nos dias 3 e 4 de agosto:


Nikolas Ferreira exibiu um vídeo de Bolsonaro em chamada durante manifestação;
Flávio e Carlos Bolsonaro divulgaram vídeo do pai falando com apoiadores;
O ex-presidente circulou livremente por Brasília no dia 4, padaria, barbearia, lotérica e sede do PL, mesmo com tornozeleira e restrições vigentes.
Todo esse conjunto foi entendido pelo STF como desrespeito deliberado às ordens judiciais, resultando na prisão domiciliar.