Salários de nível superior iguais aos de gari: ex-prefeito e Conselho de Assistência Social criticam edital do concurso de Craíbas

Por Redação 01/11/2025 08h08 - Atualizado em 01/11/2025 11h11
Por Redação 01/11/2025 08h08 Atualizado em 01/11/2025 11h11
Salários de nível superior iguais aos de gari: ex-prefeito e Conselho de Assistência Social criticam edital do concurso de Craíbas
Prefeitura de Craíbas - Foto: Divulgação

O novo concurso público lançado pela Prefeitura de Craíbas, no Agreste de Alagoas, tem gerado forte polêmica devido ao valor dos salários ofertados no edital, que equiparam cargos de nível superior, como assistente social, psicólogo e educador físico, aos de gari e motorista, todos com remuneração de apenas R$ 1.518,00.

A discrepância salarial provocou indignação de profissionais e foi denunciada pela oposição muncipal. O ex-prefeito de Craíbas, Ediel Leite, que faz parte da oposição ao gestor Teófilo Pereira, divulgou uma nota de repúdio afirmando que o edital representa “um verdadeiro retrocesso na valorização dos profissionais e um desrespeito à população que depende de um serviço público forte e qualificado”.

Na publicação, o ex-prefeito destacou que “um assistente administrativo, cargo de nível médio, recebe mais que os profissionais de nível superior”, o que, segundo ele, “é um insulto à dignidade do trabalhador e à história de quem construiu o município com honestidade e competência”. Ediel também criticou a carga horária de 40 horas semanais prevista para assistentes sociais, contrariando a Lei Federal nº 12.317/2010, que fixa o limite de 30 horas para a categoria.

A polêmica se intensificou após o Conselho Regional de Serviço Social de Alagoas (CRESS-AL) notificar oficialmente a Prefeitura de Craíbas e a banca organizadora IGEDUC. No documento, o Conselho cobra a retificação imediata do edital nº 001/2025, exigindo a adequação da carga horária e a revisão dos valores salariais, considerados incompatíveis com a formação e a complexidade técnica do cargo.

Segundo o CRESS-AL, a equiparação salarial de profissionais com ensino superior a cargos de nível fundamental “desrespeita a legislação profissional e desvaloriza o exercício do serviço social no município”. O órgão também ressalta que Craíbas oferece apenas uma vaga para assistente social e duas para psicólogos, número considerado irrisório diante das necessidades das políticas públicas locais.