Mais de 500 pessoas são abordadas em uma semana do Censo da População em Situação de Rua

Perda de laços familiares e de contato com amigos, falta de estudos e de trabalho, dependência química, doenças, preconceito... Esses são os principais motivos que levam alagoanos e alagoanas a perder a sua moradia, sua rede de apoio e a chegar ao ponto de viver nas ruas. Escutar essas histórias e acolher essas pessoas têm sido a missão dos entrevistadores do Censo da População em Situação de Rua, realizado pelo Governo de Alagoas em todo o estado. Em uma semana, 505 pessoas foram abordadas. Dessas, 419 foram entrevistadas e 86 se recusaram a responder ao questionário.
O estudo teve início nas instituições de acolhimento a pessoas em situação de rua. Foram visitadas as Casas de Ranquines do Centro de Maceió, Benedito Bentes e Rio Largo, além dos Centros Pop I, II e III, situados na capital. Nos próximos dias, o trabalho segue em outras instituições e pelas ruas de Maceió. Logo após, o censo será feito no interior do estado.
O censo é executado por uma equipe do projeto Anjos da Paz, formada pela secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), reunindo a Rede Acolhe, Casa de Direitos e Ronda no Bairro, além das Secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), de Comunicação (Secom) e pesquisadores do Instituto DataSensus. Entre os profissionais, estão psicólogos e assistentes sociais em uma abordagem humanizada aos entrevistados.
“A nossa equipe tem sido muito bem recebida pelas pessoas e pelas instituições visitadas. Ficamos muito gratos por isso. As entrevistas estão sendo feitas por técnicos treinados justamente para ir além das perguntas, gerando, assim uma escuta qualificada, acolhimento e orientação ou um encaminhamento quando necessário. São pessoas com histórias marcantes, de rompimento de vínculos e violações de direitos, situações que geram transtornos mentais, traumas, bloqueios, problemas que dificultam ainda mais a saída das ruas. Esse trabalho busca dar visibilidade à essa população, entendendo suas necessidades e garantindo seus direitos fundamentais para uma vida digna”, explicou Áurea Vasconcelos, coordenadora dos Anjos da Paz.
Alagoas é o 4º estado do Nordeste a realizar esse estudo aprofundado, cujos dados irão embasar políticas públicas voltadas a pessoas em situação de rua. O censo está previsto nas ações do Plano Integrado de Acolhimento a Pessoas em Situação de Rua, executado desde junho, envolvendo diversas secretarias e instituições.
“O Plano Integrado de Acolhimento é uma resposta concreta do Governo de Alagoas ao desafio de garantir dignidade às pessoas em situação de rua. O censo será fundamental para que possamos conhecer a fundo essa realidade e, com base em dados, direcionar políticas públicas mais eficientes, humanas e integradas. Esse trabalho articulado entre secretarias, órgãos de controle e o movimento social representa um novo tempo de cuidado e respeito com essa população”, afirmou o secretário de Estado de Prevenção à Violência, Ricardo Dória.
Os dados do censo e as ações realizadas pelo Governo serão disponibilizados ao público por meio do Observatório da População em Situação de Rua em Alagoas, hospedado no portal Agência Alagoas. A divulgação amplia a transparência e fortalece o controle social.
A realização do censo conta com o acompanhamento e apoio do Movimento Nacional da População em Situação de Rua em Alagoas. “É emocionante, muito bonito. Esse atendimento realmente acolhe a nossa população. Estamos vivendo um novo momento, de esperança para essas pessoas”, disse a coordenadora estadual e suplente nacional do movimento, Luana Vieira.
Esperança também foi a palavra usada por seu Josenildo da Silva e dona Maria da Silva para descrever esse momento de responder ao censo que vai guiar políticas públicas mais eficazes para garantir direitos sociais e dignidade humana. “Meu sonho, minha esperança é ter a minha casa”, disse Josenildo. “Há vida, há esperança de ter o meu cantinho”, falou dona Maria.
Plano Integrado de Acolhimento: ações em curso, além do censo
O Governo de Alagoas já executa, de forma permanente, uma política de atenção à população em situação de rua, com equipes de abordagem social, encaminhamento para unidades de acolhimento, acesso a serviços de saúde, oferta de cursos profissionalizantes e inclusão produtiva. Também são realizadas ações de emissão de documentos, entrega de kits de alimentação e de higiene pessoal. Recentemente, o número de vagas em casas de acolhimento foi triplicado, passando de 160 para 480. Além disso, foi instituído o aluguel social no valor de R$ 800,00 e ampliada a entrega de moradias definitivas.
Para expandir ainda mais essa rede de acolhimento, a Seades abriu um chamamento público para selecionar Organizações da Sociedade Civil que queiram atuar nesse serviço. As organizações deverão prestar atendimento institucional qualificado a pessoas em situação de rua. O edital está disponível em assistenciasocial.al.gov.br e as propostas devem ser enviadas para o e-mail [email protected].
Últimas Notícias

Morre no Rio o jornalista Marcelo Beraba, fundador da Abraji

Lula sanciona lei que devolverá impostos de pequenos exportadores

Colisão entre carro e moto deixa duas pessoas feridas no bairro Ouro Preto, em Arapiraca

Moraes dá dez minutos para militar tirar farda e participar de oitiva

Hospital Ib Gatto Falcão registra mais de 130 atendimentos por acidentes de moto no primeiro semestre do ano
Vídeos mais vistos

Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca

Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano

Morte em churrascaria de Arapiraca
Alfredo Gaspar reforça compromisso com Alagoas
