Representantes da arbitragem brasileira e sul-americana na Eurocopa Feminina, Edina Alves, Neuza Back e Fabrini Bevilaqua comemoraram, em entrevista ao site da CBF, a oportunidade de ter atuado na semifinal da competição. Na quarta-feira (23), o trio apitou a classificação da Espanha sobre a Alemanha por 1 a 0, no Estádio Letzigrund, em Zurique, na Suíça.

“Vivi um sonho ao apitar uma semifinal da Euro, uma competição grandiosa e com altíssimo nível técnico. Essa escala veio para marcar ainda mais a minha carreira e mostrar que nunca devemos desistir dos nossos sonhos. Fico muito feliz pelo reconhecimento e pela valorização do meu trabalho e do trabalho das minhas assistentes”, festejou Edina, árbitra central brasileira com mais jogos apitados em Copas entre homens e mulheres, com oito.

“Vir como convidada para um torneio tão importante para o futebol feminino mundial e ser escalada para a semifinal foi o reconhecimento do desempenho que tivemos nos dois primeiros jogos. Foi um fato inédito, essa fase do torneio nunca havia sido conduzida por árbitros de fora da UEFA. Mostra que, com trabalho, nada é impossível”, celebrou Neuza, assistente que tem no currículo três Copas, três Jogos Olímpicos e um Mundial de Clubes.

“Foi uma honra representar a América do Sul e o Brasil em uma competição prestigiada como a Euro Feminina. Sabíamos que era uma escala inédita para sul-americanas, e isso só reforça o quanto o nosso trabalho, dedicação e preparo foram reconhecidos internacionalmente. Apitar a semifinal foi mais que um marco profissional, foi uma resposta clara de que, com esforço, disciplina e, acima de tudo com a direção e vontade de Deus, tudo é possível’, vibrou Fabrini, assistente que atuou nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Além da semifinal, elas estiveram presentes na goleada da Inglaterra sobre a Holanda por 4 a 0, no dia 9 de julho, e na vitória da Suécia sobre a Dinamarca por 1 a 0, no dia 4.

O título da Euro será disputado por Inglaterra e Espanha, às 13h de domingo (27), no St. Jakob-Park, na Basileia, na Suíça. A francesa Stéphanie Frappart apitará a decisão.

Conhecimento agregado

Antes da viagem para a competição, as brasileiras participaram de um curso na UEFA, durante o qual puderam ter um contato mais próximo com as demais equipes europeias de arbitragem. Sua designação para a Euro foi parte de um intercâmbio e cooperação entre Conmebol e UEFA.

Fabrini destacou a chance de ter colocado em teste sua comunicação em outros idiomas e a oportunidade de ter conhecido outras metodologias de treino.

“Participar da Eurocopa foi uma experiência que me agregou muito como árbitra e ser humano. A imersão em outros idiomas melhorou minha comunicação e o nível altíssimo da competição exigiu o máximo do meu preparo físico, técnico e mental. Também tive contato com novas metodologias de treino e diferentes culturas do futebol, o que ampliou minha visão e me fez crescer como profissional”, explicou.

Para Neuza e Edina, a experiência foi importante para conhecer a arbitragem do ponto de vista da UEFA e de suas orientações.

“Participar deste evento me permitiu vivenciar a arbitragem sob a perspectiva da UEFA, aprender com suas orientações e o grande nível do futebol feminino apresentado aqui. Agradeço à CBF pelo apoio, que nos preparou para estar aqui, e à Conmebol pela indicação dos nossos nomes para o evento”, afirmou Neuza.

“Essa experiência na Euro foi extremamente enriquecedora. O intercâmbio entre a UEFA e a CONMEBOL foi muito importante, onde árbitras das duas confederações têm a oportunidade de trocar experiências, participar de jogos, treinamentos e crescer juntas. Conviver com algumas das melhores árbitras do mundo e aprender com diferentes estilos e culturas é algo que vou levar para sempre comigo”, concluiu Edina.