Canibais de Garanhuns: Condenado por matar mulheres e fazer salgados com carne das vítimas 'reaparece' como pastor

Por Redação, com Jornal do Comércio 24/07/2025 10h10
Por Redação, com Jornal do Comércio 24/07/2025 10h10
Canibais de Garanhuns: Condenado por matar mulheres e fazer salgados com carne das vítimas 'reaparece' como pastor
Homem foi condenado por assassinatos - Foto: Reprodução

O trio que ficou conhecido mundialmente como os "Canibais de Garanhuns" voltou a ganhar os holofotes novamente. Desta vez, após um vídeo antigo viralizar nas redes sociais mostrando que um dos autores virou pastor. Condenado por assassinatos de mulheres, ele confessou ter comido carne humana.

As imagens foram gravadas na Penitenciária Professor Barreto Campelo, na ilha de Itamaracá, onde Jorge cumpria pena. Desde 1º de abril deste ano, a unidade foi desativada. O condenado agora está no Presídio Policial Penal Leonardo Lago, no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife.

No vídeo, ao lado de dois evangélicos, ele relatou que mudou de vida após um missionário ajudá-lo, mostrando a palavra de Deus. Não é possível determinar quando o vídeo foi gravado.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou que oferece assistência religiosa em todas as unidades prisionais do Estado, "respeitando a liberdade de crença e as escolhas individuais das pessoas privadas de liberdade".

"A assistência é prestada por representantes de diversos segmentos religiosos, contribuindo para o fortalecimento espiritual, emocional e social dos internos", disse o texto.

Em abril de 2012, o homem e duas mulheres ficaram conhecidos como os "Canibais de Garanhuns". Eles foram presos no município de Garanhuns, Agreste de Pernambuco, após confessarem os assassinatos de mulheres que estavam desaparecidas na região.

Os restos mortais estavam enterrados na casa onde o trio morava com uma criança de 5 anos - filha de uma das vítimas.

Na delegacia, uma das mulheres deu o depoimento mais surpreendente. Confessou que, além do canibalismo, o trio fazia empadas com os restos mortais das vítimas. Os salgados eram vendidos pelas ruas de Garanhuns, segundo ela. Forminhas foram encontradas na residência.

Desenhos macabros e um livro com textos confusos e perturbadores feitos pelo homem, também foram achados e investigados pela polícia.

Eles chegaram a falar em até oito mulheres vítimas do "Cartel", uma suposta seita criada para diminuir a população do planeta - sob o argumento que aquelas mulheres atraídas pelo trio com a promessa de emprego deveriam ser mortas porque eram mães solteiras e não tinham condições de criar os seus filhos.

Depois que as vítimas eram assassinadas e esquartejadas, partes dos corpos serviam de alimento para trio.

As vítimas dos Canibais de Garanhuns

Jéssica Camila da Silva Pereira tinha 17 anos quando foi vista pelos canibais, em 2008. Ela estava com a filha nos braços andando pelas ruas do bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Recebeu uma proposta de emprego como doméstica e aceitou. Na época, o trio vivia numa casa no bairro de Rio Doce, em Olinda, também no Grande Recife. Meses depois, Jéssica foi morta.

Somente com a prisão dos canibais, em 2012, a polícia investigou o desaparecimento da adolescente e descobriu que restos mortais estavam escondidos em paredes da casa. Exames de DNA comprovaram a identidade da vítima. Em depoimento à polícia, o trio contou que comeu a carne humana da adolescente e ainda deu para a criança - na época com idade entre 2 e 3 anos.

As outras vítimas foram Alexandra Falcão da Silva e Giselly Helena, cujos corpos foram encontrados enterrados na residência do trio em Garanhuns. As duas também haviam sido atraídas com propostas de empregos de babás, já que o homem e uma das mulheres se apresentavam como verdadeiros pais da criança.

Depois de meses de investigações, a polícia só conseguiu confirmar três assassinatos praticados pelo trio.