Energia é cortada em acampamento do MST na Fazenda Laranjal, em São Sebastião

Por Redação 16/07/2025 11h11
Por Redação 16/07/2025 11h11
Energia é cortada em acampamento do MST na Fazenda Laranjal, em São Sebastião
Cabo Bebeto e Vavazinho - Foto: Reprodução

Em um vídeo publicado pelo deputado estadual Cabo Bebeto (PL) nas redes sociais, ele aparece acompanhado pelo vereador Vavazinho (PL) no acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) situado na Fazenda Laranjal, em São Sebastião, na terça-feira (15).

Os políticos afirmaram que os acampados realizaram uma ligação clandestina de energia elétrica. Eles solicitaram a presença de uma equipe da Equatorial Alagoas, que foi ao local e cortou a luz das famílias.

Segundo relatório da Secretaria de Segurança Pública (SSP/AL), policiais militares foram acionados e acompanharam o serviço dos funcionários da distribuidora. 

Cabo Bebeto e Vavazinho também alegam que as terras não são improdutivas e não podem fazer parte da reforma agrária. Eles estiveram na Central de Polícia Civil de Arapiraca e registraram um boletim de ocorrência contra um dos integrantes do movimento.

Tentativa de despejo

Na manhã da quinta-feira (3), as famílias acampadas na Fazenda Laranjal amanheceram com uma tentativa de despejo, mas a liminar de reintegração de posse foi suspensa após uma nova decisão judicial.

Cerca de 150 famílias da região estão acampadas há mais de três meses na fazenda. A ocupação ocorreu durante a Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, em abril.

Contatado pelo Já é Notícia na ocasião, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Alagoas (INCRA/AL) informou que a nova ordem judicial determinou a realização de uma audiência de conciliação com a Comissão de Soluções Fundiárias de Alagoas.

O MST pontuou que a liminar de reintegração de posse não estava levando em conta um acordo firmado com o Governo de Alagoas, por meio do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral).

O movimento quer a permanência das famílias nas terras ou o remanejamento para outro local, onde possam morar e plantar em segurança.

“Esta é mais uma ocupação que denuncia a realidade de muitas áreas de nosso estado que não produzem alimentos e que, por muitas vezes, cometem crimes ambientais. Nossa ocupação é uma forma de demonstrar que frente a tudo isso, queremos produzir alimentos e construir outro modelo de agricultura para o nosso estado”, diz Margarida da Silva, da Direção Nacional do MST.